Minha primeira experiência com fish and chips em Londres foi decepcionante. O peixe estava encharcado, a batata murcha. Voltei para o Brasil obcecado em descobrir onde tinha errado a lógica. A resposta estava na temperatura do óleo - e na cerveja certa.
Depois de testar várias combinações, descobri que a Pilsen é ideal para a massa. Ela tem gás suficiente para criar aquela casquinha aerada, mas não domina o sabor do peixe. Uma técnica que aprendi com um chef britânico: a massa precisa estar gelada para criar o contraste térmico perfeito na fritura.
Essa receita de fish and chips é minha versão aprimorada depois de muitos testes. Uso tilápia por ser mais acessível, mas o segredo está no duplo cozimento das batatas. Primeiro no forno alto para ficarem macias por dentro, depois uma passagem rápida no óleo quente para crocância.
Quer reproduzir aquela textura de pub autêntico? Vem comigo que vou te mostrar todos os detalhes. Depois me fala se não ficou tão bom quanto (ou melhor) que o original britânico.
Essa receita sai por menos de R$30 em mercados de São Paulo. A cerveja Pilsen comum já resolve – não precisa de importada. E as batatas com casca? Economia e crocância extra.
Progresso salvo automaticamente
Informação Nutricional
Porção: 200g (1/6 da receita)
Nutriente
Por Porção
% VD*
Calorias
485 kcal
24%
Carboidratos Totais
42.5g
14%
Fibra Dietética
3.2g
11%
Açúcares
1.8g
2%
Proteínas
22.8g
46%
Gorduras Totais
24.3g
31%
Saturadas
4.2g
19%
Trans
0.1g
0%
Colesterol
55mg
18%
Sódio
480mg
21%
Potássio
820mg
17%
Ferro
2.1mg
12%
Cálcio
45mg
4%
*% Valores Diários baseados em uma dieta de 2.000 kcal (FDA)
Etiquetas Dietéticas
Pescetariano: Inclui peixe como proteína animal
Boa Proteína: 23g por porção
Fibras: Das batatas com casca
Alertas & Alérgenos
Alta gordura: Por ser frito - considere assar
Calorias moderadas: Controle a porção
Contém glúten: Farinha de trigo na massa
Insight: Tilápia é fonte de ômega-3 e proteína magra; batatas com casca preservam nutrientes
Fonte: Calculado manualmente via Tabela TACO Unicamp; valores aproximados – não substitui consulta profissional.
Lave bem as batatas, mantenha a casca e corte em palitos grossos, com cerca de 2 cm de espessura. Seque com papel-toalha – umidade é inimiga da crocância.
Disponha numa assadeira, regue com um fio de azeite, tempere com sal, páprica doce e alecrim picado. Misture com as mãos pra cobrir bem.
Leve ao forno pré-aquecido a 220°C (não 280°C – isso queima!) por 25 a 30 minutos, virando uma vez na metade do tempo, até ficarem douradas e macias por dentro.
Preparo do peixe e da massa:
Enquanto as batatas assam, corte os filés de tilápia em pedaços generosos. Tempere com sal, pimenta-do-reino e as raspas de limão siciliano. Deixe descansar.
Numa tigela grande, misture a farinha peneirada com o fermento químico. Acrescente a cerveja gelada aos poucos, mexendo com um garfo até formar uma massa homogênea, tipo mingau grosso. Não bata demais – bolhas de ar são bem-vindas.
Coloque um pouco de farinha de trigo extra num prato raso. Passe cada filé nessa farinha antes de mergulhar na massa. Isso ajuda a massa a grudar melhor.
Fritura final:
Aqueça o óleo numa panela funda em fogo médio-alto. Pra testar o ponto, jogue uma colher da massa: se subir rápido e dourar em 30 segundos, tá pronto.
Mergulhe os filés na massa e frite em lotes – nunca mais do que 2 ou 3 por vez. Deixe dourar de um lado (uns 3 minutos), vire com cuidado e termine do outro lado.
Escorra em papel-toalha por 1 minuto. Não cubra, senão amolece.
Se quiser, dê uma passagem rápida das batatas no óleo quente (30 segundos) pra deixá-las ainda mais crocantes – mas isso é opcional. Eu faço quando tô com tempo.
Sirva imediatamente, com molho tártaro caseiro ou só com uma cunha de limão. Aqui em casa, já virei sexta-feira à noite com essa receita, um copo de cerveja gelada e um filme bobo. Daiane, que jurava não gostar de peixe frito, agora pede “o peixe do pub”.
Se quiser impressionar, faça o molho tártaro com maionese, pepino em conserva picado, alcaparras e um toque de mostarda Dijon. Mas até sem nada, esse fish and chips segura bem. Depois me conta: você conseguiu aquela casquinha estalando? E as batatas, ficaram crocantes por fora e macias por dentro? Comenta aí – adoro ver como a receita vira história na sua casa.
Quanto tempo dura essa delícia?
O fish and chips é melhor consumido na hora (óbvio, né?). Mas se sobrar, guarde na geladeira por até 24 horas – depois disso, o peixe perde a graça. Dica quente: se quiser esquentar, joga no forno por 5 minutinhos pra recuperar a crocância. Micro-ondas? Só em último caso, porque ele deixa tudo molenga.
Será que engorda?
Cada porção tem cerca de 485 calorias (conforme tabela nutricional completa abaixo dos ingredientes). Quer diminuir? Assa o peixe em vez de fritar (mas aí não é fish and chips de verdade, né?). A Daiane uma vez tentou fazer versão light e ficou um crime contra a culinária britânica.
Sem cerveja? Sem problemas!
Se não curte ou não pode álcool, água com gás funciona bem. Já testei até com refrigerante de limão (fica doce, esquisito, mas divertido). Outras trocas que funcionam:
Tilápia por bacalhau (fica top, mas mais salgado)
Farinha de trigo por farinha de arroz (pra versão sem glúten)
Batata inglesa por batata-doce (mais nutritivo, mas fica mais doce)
Os 3 pecados capitais do fish and chips
1. Óleo frio: se o peixe afundar e não subir, tá cru por dentro e encharcado. Testa sempre com aquela gota de massa antes!
2. Excesso de peixe na panela: frita aos poucos, senão a temperatura cai e fica oleoso.
3. Não secar o peixe: umidade é inimiga da crocância. Seca bem com papel toalha antes de passar na farinha.
Truque secreto de pub inglês
Joga uma colher de vinagre de maçã na massa. Parece loucura, mas ajuda a deixar mais crocante. Outro hack: usa farinha de milho junto com a de trigo (50/50) pra textura ficar incrível.
O que serve junto?
Clássico é molho tártaro ou só limão, mas inova:
- Purê de ervilha (tradicional no UK)
- Molho de pimenta caseiro
- Maionese temperada com alcaparras
De bebida? Cerveja gelada, óbvio. Ou guaraná pra quem não bebe.
Versões para todo mundo
- Low carb: empanar com farinha de amêndoas e fritar em pouco óleo
- Vegano: usa banana-da-terra no lugar do peixe (sim, existe!)
- Proteico: faz com filé de frango em tiras grossas
Já testei todas e a de frango surpreendeu até a Daiane, que é purista.
Fish and chips diferente? Bora inovar!
- Adiciona curry em pó na farinha pra versão indiana
- Faz mini sanduíches com pão sírio e o peixe frito
- Em vez de batata, usa mandioca palha (brasileiríssimo)
Minha favorita: joga parmesão ralado na massa antes de fritar. Perigoso de viciar.
O ponto crítico: a massa
A consistência ideal é de mingau grosso. Se ficar líquida, acrescenta farinha aos poucos. Se ficar pesada, um pouco mais de cerveja. O segredo é bater bem até sumir os grumos, mas não tanto pra não desenvolver glúten demais. Dica: peneira a farinha antes que ajuda!
Modo economia ativado
- Usa óleo de soja em vez de azeite pra fritar (rende mais)
- Compra peixe congelado quando estiver em promoção
- Faz só as batatas no forno e o peixe na airfryer (gasta menos energia)
- Reaproveita o óleo: depois de frio, coa e guarda na geladeira pra próxima fritura
Eleva o nível chef!
- Troca a tilápia por robalo ou saint peter
- Usa cerveja artesanal belga no lugar da pilsen
- Finaliza com flor de sal e raspas de limão siciliano
- Serve em cone de papel kraft com jornal estilizado por baixo (igual nos pubs)
Se tudo der errado...
A massa descolou do peixe? Transforma em bolinhos: despedaça o peixe, mistura com a massa e frita como croquetes.
Queimou as batatas? Faz um purê rápido e serve como base.
A massa ficou água? Pega outra vasilha, coloca mais farinha e mergulha o peixe nessa farinha antes de passar na massa líquida - vira uma casquinha dupla.
De onde vem essa combinação?
Nasceu nos portos ingleses no século 19 - comida rápida pra trabalhador. A cerveja na massa era pra conservar o peixe. Curiosidade: em 1920, um imigrante português levou pro Brasil e adaptou com peixes locais. Hoje tem até food truck especializado!
2 fatos que ninguém conta
1. O vinagre (que os ingleses amam jogar em cima) ajuda a digerir a fritura pesada.
2. Originalmente se usava sebo de carne pra fritar, não óleo vegetal. Melhor não tentar em casa...
O que mais combina com esse sabor?
- Picles de pepino pra cortar a gordura
- Cebola roxa em rodelas finas
- Molho de mostarda e mel
Experimenta comer com uma colher de chutney de manga - parece esquisito mas é viciante.
Perguntas que sempre fazem
Pode congelar? Até pode, mas a textura fica ruim. Melhor fazer na hora. Por que minha massa não gruda? Secou o peixe direito antes? Passou na farinha primeiro? Qual peixe substitui a tilápia? Pescada, merluza ou até cação funcionam bem.
O que ouvir enquanto faz?
Monta uma playlist com The Beatles, The Rolling Stones e The Clash - ou seja, rock britânico pra entrar no clima. Quando faço assim, a Daiane já sabe que vai ter fish and chips no jantar.
Sabia que...
Em 2012, cientistas criaram o fish and chips mais caro do mundo com folhas de ouro comestível e caviar. Custou £300 (uns R$2000). Mas sério, o da sua cozinha feito com carinho vale mais.
Fish and chips com acompanhamentos que vão te fisgar
Quem resiste a um bom fish and chips crocante? Mas uma refeição completa pede equilíbrio - por isso selecionei combinações que complementam sem competir com o prato principal. Aqui em casa testamos todas (a Daiane aprova cada uma!), então pode confiar!
Para começar com o pé direito
Pastel de leite ninho (veja a receita aqui) - Doce e salgado sempre foi um casamento perfeito, e essa versão doce do pastel é uma brincadeira gostosa antes do prato principal. Cuidado que vicia!
Farofa de cenoura (modo de preparo no link) - Porque toda refeição brasileira pede uma farofinha, e essa versão com cenoura ralada dá um toque especial.
Nabo refogado - Subestimado mas tão versátil! Fica ótimo com um fio de azeite e alecrim.
Para fechar com chave de ouro
Crumble de maçã - Quente, com aquele contraste de texturas que faz todo mundo pedir bis. Perfeito para dias mais frios.
Pudim de microondas (dicas incríveis no link) - Para quando a vontade bate mas o tempo tá curto. Prático e surpreendentemente gostoso.
Para acompanhar
Suco de beterraba com cenoura- Refrescante e cheio de nutrientes. Bata no liquidificador com um toque de gengibre para dar um kick especial.
Água aromatizada com limão siciliano e manjericão- Nosso coringão para dias de calor, leve mas cheia de personalidade.
E aí, qual combinação vai testar primeiro? Conta pra gente nos comentários se conseguiu resistir à tentação de repetir o prato!
Depois de dominar a base do fish and chips, que tal explorar versões que misturam tradição, criatividade e até um toque brasileiro? Separei algumas que realmente valem a panela suja.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves).
Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos.
Apenas indico o que realmente funcionou.Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito.
Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.
2º. Fish and chips london
autor: Marcelo Politi
Aqui tem um truque que pouca gente comenta: a vodka na massa. Parece loucura, mas ela evapora rápido na fritura e deixa a casca mais leve. Junte isso com cerveja gelada e fermento químico, e você tem uma crosta que estala antes mesmo de chegar à boca. Já testei sem vodka e com, a diferença é real, não é frescura.
Outra dica prática: não tempere o peixe com sal antes de empanar. O sal puxa água e amolece a massa. Tempere só depois de frito, ou use sal grosso por cima na hora de servir. Assim, a crocância dura até a última mordida.
3º. In newspaper (enrolado no jornal)
autor: Blogue à Bolonhesa
Enrolar no jornal não é só charme, é tradição. Claro, hoje a gente usa papel kraft ou manteiga por dentro, mas manter a embalagem rústica muda a experiência inteira. Comer fish and chips direto do “pacote” dá uma sensação de rua, de lanche rápido feito com alma.
Se quiser recriar em casa, use papel kraft grosso, dobre bem e amarre com barbante. Até o Titan, meu bulldog, fica curioso com o cheiro e o barulho do papel amassando. Não que ele coma, mas o ritual chama atenção. Vale tentar só pela atmosfera.
Batata doce no lugar da inglesa muda tudo: o sabor fica mais adocicado, a textura mais úmida. E o pirarucu, com sua carne firme, segura bem o empanado leve de sementes e ervas desidratadas. Não é o clássico, mas é uma versão que respeita o espírito do prato, simples, reconfortante e feito pra ser compartilhado.
O molho de maionese caseira com ovos orgânicos equilibra a doçura da batata. Se não tiver pirarucu, tilápia ou linguado funcionam, só não deixe o peixe muito fino, senão seca no forno. Ah, e corte a batata doce em palitos grossos, assim ela não desmancha.
Quando o fish and chips encontra a Provença, o resultado é esse: peixe perfumado com alecrim e manjericão, um toque picante de calabresa e um aioli caseiro que faz você esquecer qualquer molho industrial. O segredo tá no alho assado, ele perde a agressividade e ganha doçura, que combina perfeitamente com o bacalhau.
Já tentei fazer o aioli na pressa e não deu certo. Precisa bater devagar, incorporando o azeite gota a gota. Parece chique, mas é só atenção. Se errar, vira caldo. Mas quando acerta, o molho vira estrela do prato.
Molho tártaro é quase obrigatório num fish and chips decente. O equilíbrio entre o azedo das alcaparras, o doce do picles e o frescor do tomilho faz toda a diferença. E não, não adianta usar maionese pronta e jogar uns ingredientes por cima, o sabor precisa se fundir.
Deixe o molho descansar pelo menos meia hora antes de servir. Isso dá tempo pros sabores conversarem. Enquanto isso, frite o peixe e as batatas. Na hora de montar, coloque o tártaro numa tigelinha ao lado, não por cima, assim cada um controla a quantidade e a crosta não amolece.
Panko é o segredo aqui. Seus flocos maiores criam bolsões de ar que viram crosta dourada na frigideira. Mas atenção: não basta só passar no panko. A sequência certa é farinha de trigo → ovo batido → panko. Qualquer troca e a camada descasca na fritura.
Outra coisa: o óleo precisa estar a 180°C. Se estiver frio, o empanado absorve gordura; se estiver quente demais, queima antes do peixe cozinhar. Use um termômetro ou jogue um cubinho de pão, se dourar em 30 segundos, tá no ponto. Já queimei duas fornadas achando que “tava quente o bastante”. Hoje, não arrisco.
E aí, qual dessas versões te chamou mais atenção? Será que você vai pelo clássico, pelo light ou vai ousar no aioli? Conta aqui nos comentários depois que fizer, adoro saber como cada um transforma essas receitas na própria cozinha!
Última modificação em Quinta, 06 Novembro 2025 15:51
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
Adicionar comentário