11 Receitas de Sopa de Grão de Bico + Alternativas Saudáveis para Deixar o Dia Mais Aconchegante

  • Aprenda uma delícia única para turbinar o seu cardápio.
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Tem coisa mais estranha do que ver um grão duro e seco virar um creme macio, quente e cheio de personalidade depois de um tempo na panela? É tipo mágica, mas sem truque. Só água, fogo e paciência.

Foi pensando nisso que comecei a brincar com o grão de bico aqui em casa. Não foi amor à primeira vista, confesso. A primeira vez que cozinhei, esqueci de deixar de molho. Resultado? Uma fornada de grãos duríssimos que pareciam balas indigestas. Titan até tentou roer um, achou graça por dois segundos, cuspiu e me olhou como quem diz: “Tá de sacanagem, né?”.

Mas eu insisti. Estudei um pouco sobre leguminosas, aprendi com um curso de cozinha básica que fiz, li bastante e fui ajustando. Hoje, essa sopa é uma das minhas armas secretas pra dias que pedem conforto sem complicação. O grão de bico tem um sabor neutro, mas quando cozido direito, absorve tudo ao redor, alho, cebola, pimenta, e vira um caldo encorpado, com corpo, aquele tipo de prato que você come com colher devagar, só pra aproveitar.

Você vai ver logo abaixo como é simples de fazer. E se acha que sopinha é coisa fraca, espera provar essa. Tem gosto de acerto, de casa quieta, de tempo que não volta, mas que a gente revive num gole. Dá seu veredito depois nos comentários, combinado?

Receita de sopa de grão de bico: Saiba como fazer

Rendimento
Serve até 4 pessoas
Preparação
40 min
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

0 de 14 marcados

Tudo isso dá pra encontrar no mercado do bairro. Gastei menos de R$20 na última vez. Se tiver grão de bico já cozido, pode usar, mas o sabor não é o mesmo. O molho é o que faz a diferença.

Progresso salvo automaticamente

Informação Nutricional

Porção: 300g (1/4 da receita)

Nutriente Por Porção % VD*
Calorias 285 kcal 14%
Carboidratos Totais 35.2g 12%
   Fibra Dietética 8.5g 34%
   Açúcares 6.8g 14%
Proteínas 10.8g 22%
Gorduras Totais 11.3g 15%
   Saturadas 1.6g 8%
   Trans 0g 0%
Colesterol 0mg 0%
Sódio 450mg 20%
Potássio 580mg 12%
Ferro 2.8mg 16%
Cálcio 65mg 7%

*% Valores Diários baseados em uma dieta de 2.000 kcal (FDA)

Etiquetas Dietéticas

  • Vegano: 100% ingredientes vegetais
  • Gluten-Free: Naturalmente sem glúten
  • Lactose-Free: Sem laticínios
  • Alto em Fibras: Excelente para digestão
  • Rico em Ferro: Bom para anemia

Alertas & Alérgenos

  • Dica: O molho de 8 horas aumenta biodisponibilidade de nutrientes
  • Insight: Rico em fibras solúveis - ajuda no controle do colesterol
  • Perda de Peso: Baixa densidade calórica e alta saciedade

Fonte: Calculado manualmente via Tabela TACO Unicamp; valores aproximados – não substitui consulta profissional.

Baixar Tabela TACO (Excel)

Modo de preparo

O molho que ninguém vê:

  1. Lave o grão de bico em água corrente. Depois, coloque numa tigela, cubra com água fria e adicione duas gotas de limão ou vinagre. Tampe e deixe na geladeira por 8 horas, ou de um dia para o outro. Não pule esse passo. Já fiz sem, e foi um desastre.
  2. Escorra toda a água do molho. Não use ela. Jogue fora. Pode parecer estranho, mas é isso que tira o gosto amargo.
  3. Transfira o grão para a panela de pressão, cubra com 1 litro de água nova, tempere com sal e feche. Leve ao fogo alto. Quando começar a apitar, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 25 minutos. Desligue, espere a pressão cair, escorra a água e reserve os grãos.

O fundo que dá sabor:

  1. Na panela onde vai fazer a sopa, aqueça o azeite. Não precisa ferver, só esquentar. Junte a cebola e o alho amassado. Refogue em fogo baixo por 2 minutos, só até soltar o cheiro. Não deixe dourar.
  2. Adicione a cenoura e o tomate picado. Mexa por mais 3 minutos, até o tomate começar a desmanchar. É nesse momento que o sabor se junta.
  3. Coloque os grãos de bico cozidos, mas reserve uns 3 colheres para depois. Tempere com sal e pimenta calabresa. Mexa bem.
  4. Acrescente 1 litro de água quente. Deixe ferver por 5 minutos, só pra a cenoura amolecer um pouco.

A transformação:

  1. Desligue o fogo. Bata tudo com o mixer ou no liquidificador, até virar um creme homogêneo. Não precisa ficar perfeito, só suave.
  2. Volte o creme para a panela, coloque de volta no fogo médio e deixe ferver por 3 minutos. Não cozinhe mais. Só aqueça.
  3. Desligue. Junte a salsinha picada. Mexa suavemente. Não cozinhe mais. O calor vai soltar o cheiro.
  4. Adicione os grãos de bico que você reservou. E por cima, um fio generoso de azeite. Só isso.
  5. Deixe repousar por 5 minutos. Só isso. Não tampe. Não espere mais. A sopa precisa respirar.

Dicas que funcionam:

  • O molho de 8 horas é obrigatório. Se não tiver tempo, use grão de bico enlatado, mas lave bem e deixe de molho por 30 minutos em água morna. Não é o mesmo, mas ajuda.
  • Se quiser mais cremosidade, bata metade dos grãos e deixe a outra metade inteira. O contraste é o que faz a sopa parecer feita por alguém que sabe o que está fazendo.
  • O azeite final não é só para dar brilho. É o que prende o aroma. Se pular, a sopa perde metade da alma.
  • Se fizer de um dia para o outro, o sabor melhora. Mas o creme engrossa. Então, na hora de esquentar, acrescente um pouco de água quente.

A última vez que fiz, Daiane entrou na cozinha e só disse: “Você tá fazendo aquela sopa de novo?”, como se fosse algo estranho. Mas quando provou, ficou em silêncio. Depois, só disse: “Pode fazer de novo na semana que vem.”

É uma dessas receitas que parece simples, mas exige respeito. Se você pular o molho, vira sopa de pedra. Se não bater o creme, vira feijão com legumes. Se não colocar o azeite por cima, não tem alma. Tenta aí. E se der certo, me conta: você também deixou repousar antes de servir? Ou correu pra comer, como eu fazia antes?

Quanto tempo dura essa sopa? (e como guardar sem perder o sabor)

Essa sopa é daquelas que ficam ainda melhores no dia seguinte! Na geladeira, dura até 3 dias se guardada em pote hermético. Quer um truque? Deixa esfriar completamente antes de fechar, senão cria aquela condensação que estraga mais rápido. Se quiser congelar, dura até 2 meses - eu sempre separo em porções individuais pra facilitar. Na hora de esquentar, um fio de azeite novo revive o sabor.

Tá de dieta? Vem cá...

Cada porção tem cerca de 285 calorias (considerando 4 porções de 300g cada). Se quiser reduzir, confira a tabela nutricional completa abaixo dos ingredientes para ver todas as informações detalhadas. Para cortar calorias, diminui o azeite na finalização ou usa spray de azeite. Mas sério, não tira o azeite do refogado - é ele que traz todo o sabor!

Sem pânico se faltar ingrediente!

Trocas inteligentes que salvam:

- Pimenta calabresa: usa páprica defumada ou até um choripán (aquela pimenta calabresa molhada) se tiver
- Salsinha: coentro ou cebolinha também funcionam (mas muda totalmente o perfil, né?)
- Tomate fresco: 1 col. de sopa de extrato de tomate diluído em água
- Azeite: na emergência, óleo vegetal comum, mas aí perde o charme

Hack que a Daiane descobriu por acidente

Se você tá com pressa (ou esqueceu de deixar o grão de molho), usa grão de bico enlatado! Escorre bem, lava e cozinha por só 10 minutos na pressão. Fica quase igual - eu juro que não contei pra ninguém que fiz assim na última visita da sogra...

Os 3 pecados capitais dessa sopa

1. Não deixar o grão de molho: vai ficar duro igual pedra e seu jantar vira uma sessão de mastigação terapêutica
2. Exagerar na água: se ficar muito líquido, vira mingau. Melhor ir acrescentando aos poucos
3. Bater no liquidificador quente: além do risco de queimar, cria vapor e pode explodir a tampa. Espere esfriar um pouco ou usa mixer mesmo

Versões para todo mundo

- Low carb: reduz a quantidade de grão pela metade e coloca abobrinha picada
- Vegana: já é naturalmente vegana, mas finaliza com levedo nutricional pra dar um toque "queijoso"
- Proteica: acrescenta frango desfiado no final ou um ovo pochê por cima

Quer surpreender? Faz assim...

Versão Mediterrânea: coloca azeitonas pretas picadas e um pouco de raspa de laranja no refogado. Parece loucura, mas o contraste do doce com o salgado é divino!

O que servir com essa sopa?

- Pão sírio torradinho com alho (pra mergulhar, óbvio)
- Uma taça de vinho branco seco (combina demais com o azeite)
- Rúcula com lascas de parmesão como entrada
- E o clássico: torresmo caseiro pra quem não tem medo de ser feliz

A parte mais chata (e como facilitar)

Descascar o alho é um saco, né? Dois truques: 1) esquenta no microondas por 15 segundos que a casca sai fácil ou 2) compra aqueles potes de alho picado congelado (sim, eu faço isso quando to com preguiça). Ninguém vai notar diferença, prometo!

Não jogue fora a água do cozimento!

Aquela água que você escorreu do grão de bico? É ouro líquido! Chama-se "aquafaba" e pode virar: maionese vegana, claras em neve ou até merengue. Se não for usar agora, congela em forminhas de gelo.

Modo chef Michelin

Na finalização, coloca: 1) um fio de azeite trufado, 2) grãos de romã pra dar crocância e 3) um pouco de raspa de limão siciliano. Vai de sopa simples para prato de restaurante caro em 3 passos!

Se tudo der errado...

- Ficou aguado? Dissolve 1 col. de maisena em água fria e mistura
- Sem mixer/liquidificador? Amassa com garfo e vira sopa rústica
- Queimou o fundo? NÃO MEXE! Transfere o que dá pra salvar pra outra panela e diz que é "versão defumada"

De onde vem essa sopa?

O grão de bico é rei no Oriente Médio há séculos - dizem que os egípcios já comiam algo parecido. A versão cremosa é mais comum no Líbano, onde chamam de "Hummus Soup". Curiosidade: na Espanha, fazem com linguiça (e eu já testei - fica incrível também).

2 coisas que ninguém te conta

1) O limão na água de molho não é só pra amaciar - ajuda a reduzir aqueles gases pós-grão-de-bico (sim, a gente sabe que acontece)
2) Se bater a sopa ainda bem quente, o vapor pode entortar o copo do liquidificador. Já aconteceu aqui e a Daiane não me deixa esquecer até hoje...

O que mais combina com esse sabor?

Experimenta: 1) Um pouco de cominho em pó no refogado - dá um sabor terroso incrível 2) Um pitada de canela (bem pouco!) - traz um calor escondido que faz todo mundo perguntar "o que tem nisso?"

Perguntas que sempre me fazem

"Preciso tirar a pele do grão?" Só se quiser textura ultra lisa (e tiver paciência de monge)
"Pode congelar?" Pode, mas fica melhor se congelar antes de bater - descongela, aquece e aí bate
"Por que reservar grãos inteiros?" Textura! Aquele contraste de creme com os grãos inteiros faz toda diferença

Modo economia ativado

- Compra grão de bico a granel (sai até 40% mais barato)
- Substitui o tomate fresco por 1/2 lata de tomate pelado
- Usa talos de salsinha lavados no refogado (joga fora depois) pra dar sabor extra sem gastar mais

De jantar simples a jantar chique

- Festa infantil: serve em copinhos com canudinho (sim, funciona!) e chama de "sopinha de nuvem"
- Data especial: coloca em xícaras de porcelana e decora com flores comestíveis
- Inverno: faz em quantidade industrial e esquenta no microondas quando bater a fome

Sabia que...

O grão de bico tem 3x mais ferro que o frango? E tem triptofano, aquele aminoácido que ajuda no bom humor. Basicamente é uma sopa antidepressiva - quem diria, né?

Um jantar que vai do grão ao sorriso: combinações perfeitas para sua sopa de grão de bico

Quem disse que sopa precisa ser jantar simples? Aqui a gente monta cardápios que transformam a refeição em experiência. E olha que a Daiane já me avisou: "se ficar muito bom, você lava a louça sozinho".

Para começar com o pé direito

Nada como abrir o apetite com algo leve antes daquela sopa reconfortante. Aqui em casa a gente sempre briga entre opções mais leves ou algo mais substancial, então trouxe duas opções:

Tabule (veja a receita no link) - Esse clássico árabe é nosso queridinho, o contraste do limão com o trigo fica perfeito pra preparar o paladar. E o melhor? Dá pra fazer em 15 minutinhos.

O time que vai jogar junto

Sopa pede acompanhamentos que complementem sem roubar a cena. Minha sugestão? Pão sírio levemente tostado - aquela crocância que mergulhada na sopa vira poesia. Ou se preferir algo diferente:

Tabule (veja a receita no link) - Sim, de novo! Porque essa salada funciona tanto como entrada quanto acompanhamento. A Daiane adora fazer uma versão gigante e ir comendo durante a refeição toda.

Doce final (ou quase)

Depois de uma sopa quentinha, nada como um contraste refrescante. Aqui em casa a gente vive o dilema: vai de sorvete ou bolo?

Receita de Sorvete de flocos simples - Nostalgia pura! Aquele sabor que lembra infância e combina perfeitamente com o clima caseiro da sopa.

Bolo de banana (dicas e truques aqui) - Receita coringa que sempre tem uma versão na nossa cozinha. Fica incrível ainda morno com uma canela por cima.

Ou se você é do time fit: Bolo de banana fit (veja como é fácil preparar) - A Daiane jurou que não dava diferença, até provar essa versão.

Bebidas: Opções versáteis para qualquer refeição

Suco de beterraba com laranja - Nosso descobrimento recente! O doce da beterraba com a acidez da laranja cria um equilíbrio perfeito. E de quebra deixa todo mundo com aquela cara de "nossa, tão saudável".

E aí, qual combo vai testar primeiro? Aqui em casa já temos nossa favorita (dica: envolve sorvete). Conta pra gente nos comentários se alguma combinação virou hit aí na sua casa também!

Descubra como diversificar com essas sugestões especiais.

Nota de Transparência

As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.

2º. Com frango

Autor: Divinas Receitas

Grão de bico com frango parece uma combinação neutra, até você provar. O segredo não está no frango, mas no modo como ele é usado. Não adianta jogar o peito cozido no final. O ideal é cozinhar o osso junto com os grãos. Aí sim, o caldo ganha um fundo que você não esquece. Já tentei com peito desfiado, e ficou fraco. Depois, com osso e pele, virou outra coisa. Acho que foi por isso que a Daiane pediu para fazer de novo na semana seguinte.

Se você acha que sopa vegana é a única forma saudável, essa versão vai te mostrar que proteína animal, bem usada, não estraga nada. Só não use caldo de galinha em pó. Água, sal, e tempo. Sempre.

3º. Com carne bovina

Autor: Divino Minuto

Carne bovina com grão de bico? Eu duvidei. Até ver um pedaço de patinho, bem desfiado, sendo refogado com bacon e calabresa antes de entrar na panela. Aí entendi. Não é só sabor, é camadas. O grão de bico absorve a gordura, o fumo, o sal, e vira um contraponto perfeito. A carne não é o centro. Ela é o aroma que a sopa carrega.

Se você colocar tudo junto no começo, vira uma massa pesada. O truque é dourar a carne primeiro, depois tirar, depois colocar de volta só no final. Assim, ela mantém textura. Já fiz errado uma vez, e o Titan nem chegou perto da panela. Ele sabe quando algo está errado.

4º. Vegano

Vegano não é “sem carne”. É “com mais atenção”. Essa versão mostra como o grão de bico, sozinho, pode ser profundo. O segredo está no tomate seco e no fumê de pimenta. Não é só tempero, é fundo. Eu já tentei fazer só com alho e cebola. Ficou como sopa de legumes com grão. Depois, com tomate seco e um fio de azeite de oliva bem caro… virou um abraço.

Se você quer que essa sopa pareça rica, não use sal. Use um pouco de molho de soja ou shoyu. Aí o sabor ganha corpo, sem parecer artificial. E se quiser um toque que ninguém espera, uma pitada de fumaça líquida. Só uma gota. Aí você entende por que essa sopa é tão especial.

5º. Com linguiça

Linguiça e grão de bico? É o tipo de combinação que a gente faz quando não quer pensar. Mas essa versão é mais que conveniência. O segredo está em não cozinhar a linguiça dentro da sopa. Frite primeiro, tire, e só depois jogue os grãos. Aí, no final, você devolve a linguiça cortada em cubinhos. Isso evita que ela solte gordura demais e deixe a sopa pesada.

Eu já fiz errado, e a sopa virou uma nata. A Daiane me disse: “Isso parece que você tentou fazer um caldo de porco, mas esqueceu de tirar o porco.” Aí eu entendi. A linguiça tem que ser o final, não o começo. E se você quiser um toque que ninguém espera, um pouco de vinagre balsâmico no final. Só uma colherzinha. Vira outra coisa.

6º. Cremosa

Cremosa não é “bater tudo no liquidificador”. É “deixar o grão se desfazer sozinho”. Essa versão usa alho-poró, mas o verdadeiro truque é o tempo. Deixe cozinhar devagar, quase sem ferver, e o grão vai liberar seu amido natural. Nada de creme de leite, nada de farinha. Só paciência.

Já tentei bater depois de 30 minutos. Ficou esquisito, como se a sopa estivesse com medo de ser cremosa. Depois, deixei por 2 horas… virou uma seda. E se você quiser um toque que ninguém espera, um fio de azeite de trufa no final. Só um. Aí você entende por que essa sopa parece feita por alguém que não tem pressa.

7º. Com espinafres

Espinafre na sopa de grão de bico? É como colocar uma folha de outono no meio do inverno. Ele não é para desaparecer. É para aparecer. Jogue no final, só nos últimos 3 minutos. Se cozinhar antes, vira lodo verde. Perde o gosto, perde a cor, perde a alma.

Eu já fiz isso uma vez, e a sopa ficou como se alguém tivesse jogado um saco de ervas no fundo da panela. Depois, aprendi: o espinafre tem que ser o último gesto. O último toque. O que te lembra que, mesmo no frio, a vida ainda tem folhas verdes. E se quiser um toque que ninguém espera, um pouco de limão espremido na hora de servir. Só uma colher. Aí vira outra coisa.

8º. Na panela de pressão-elétrica

Panela de pressão? É prática, mas não é mágica. Se você colocar o grão de bico seco sem molho, ele vai cozinhar, mas vai ficar com gosto de terra. O segredo é deixar de molho por 8 horas, mesmo que seja na pressão. Aí sim, ele solta o sabor. Se você pular esse passo, a sopa vai parecer que foi feita por alguém que não tem tempo. E não é só sobre tempo. É sobre respeito.

Eu já fiz assim. Ficou duro, amargo. A Daiane me olhou e disse: “Você tá cozinhando ou tentando provar se o grão de bico é realmente indestrutível?” Aí eu entendi. Mesmo na pressão, a paciência ainda vale.

9º. Com azeite trufado

Azeite trufado? É um luxo. Mas não é para usar como tempero principal. É para usar como final. Uma colherzinha por cima, só na hora de servir. Se você colocar no começo, o aroma some. E o grão de bico, que é tão humilde, fica com cara de fingido.

Já tentei aquecer com ele. Ficou como se a sopa estivesse tentando ser elegante. Depois, só pinguei no final, e virou uma experiência. Aí eu entendi: o azeite trufado não é ingrediente. É memória. É o cheiro daquela vez que você comeu algo caro e achou que não valia. Aqui, vale. Só se você respeitar o momento.

10º. Com bacalhau

Bacalhau com grão de bico? Parece uma ideia do mar com a terra. Mas funciona. O segredo está em deixar o bacalhau dessalgado, bem lavado, e só depois colocar na sopa. Se você colocar com sal, vira uma sopa de sal. E se colocar antes do grão, ele desfaz. O ideal é colocar só nos últimos 10 minutos.

E o espinafre? Ele é o contraponto. Não para dar cor. Para dar vida. Já tentei sem. Ficou pesado, como se a sopa estivesse com dor de cabeça. Depois, com o espinafre no final… virou uma conversa. E se quiser um toque que ninguém espera, um pouco de pimenta do reino moída na hora. Só um pouco. Aí você entende por que essa sopa parece ter sido feita por alguém que já viajou.

11º. Marroquina

Marroquina não é só especiarias. É equilíbrio. O cominho, a canela, a páprica, elas não são para gritar. Elas são para sussurrar. Se você colocar tudo junto, vira um cheiro de loja de temperos. O segredo é refogar os temperos secos no azeite, antes de adicionar qualquer líquido. Aí eles soltam o aroma, sem virar pó.

Já fiz errado uma vez, e a sopa cheirou a remédio. Depois, aprendi: a canela é para ser quase invisível. O limão no final? Não é para acidez. É para limpar o paladar. E se você quiser um toque que ninguém espera, um fio de mel de laranja. Só um. Aí você entende por que essa sopa parece ter sido feita por alguém que já viu o deserto.

E aí, por qual dessas você vai começar? Não importa se é com bacalhau, trufa ou especiarias, o que importa é que você não esqueça de respeitar o grão. Ele não é um ingrediente qualquer. É um silêncio que se transforma em sabor. Se matar a curiosidade em alguma, me conta: o que mudou quando você parou de apressar?

Última modificação em Quinta, 27 Novembro 2025 01:52

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

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