Explore diferentes versões para tornar seu prato ainda mais especial.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves).
Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos.
Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito.
Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.
2º. De carne moída
Autor: Chef Seleguini
Carne moída no ragu? Eu já achei que era trapaça. Até que um dia, cansado de esperar oito horas, fiz assim, e me arrependi de não ter feito antes. O segredo não é a textura, é a concentração. Quando você moe a carne bem fina e refoga com calma, ela solta um sabor que parece ter sido feito em fogo lento por horas. A dica que ninguém conta? Use um pouco de cebola ralada na hora de refogar. Ela vira quase invisível, mas dá um doce que equilibra o salgado. Fiz pra Daiane numa noite de chuva e ela não falou nada… só limpou o prato com o pão. Isso é elogio, né?
Se você quer um ragu rápido, sem perder alma, essa é a resposta.
3º. Com bacon e cerveja
Autor: RANGO
Essa versão com cerveja preta e bacon… foi a que me fez reconsiderar tudo. Não é só sabor. É profundidade. A cerveja não é para álcool, é para amargor, para dar corpo. E o bacon? Não é só para fritar. É para desmanchar na panela, soltar a gordura que vira o óleo do molho. Já fiz uma vez e esqueci de tampar a panela. Resultado? Um molho tão encorpado que parecia tinta. Fiquei com medo de servir. Mas quando provou… ninguém mais falou de nada. Só comia. Acho que o vinho é bonito, mas a cerveja tem alma.
Se quiser tentar, use uma preta de boa qualidade, aquela que você beberia de qualquer jeito.
Às vezes, menos é mais. Esse ragu é a prova. Só carne, tomate, alho, um pouco de azeite e tempo. Nada de vinho, nada de farinha. E ainda assim, ele te puxa pra mesa. Fiz uma vez pra um jantar de amigos que diziam que “não gostavam de molho pesado”. Quando acabou, um deles me perguntou: “isso é mesmo só carne e tomate?”. A resposta foi sim. E aí, ele pediu a receita. Não é complicado. É honesto. E às vezes, isso é o que mais falta.
Se você acha que ragu precisa de muita coisa, esse aqui vai te mostrar o contrário.
Porco no ragu? Parece errado, mas é um dos meus favoritos. A gordura do porco derrete de um jeito que a carne bovina não faz. E o molho? Fica mais cremoso, mais quente, quase como se tivesse manteiga dentro. Já fiz com costela e deixei por 4 horas. A carne saiu da ossada sozinha. Titan ficou encostado na panela como se fosse um guarda. Não é só comida. É ritual. Se você quer um ragu que te envolve, esse é o jeito. E não, não precisa de vinho. O porco já tem o seu próprio charme.
Se quiser, use um pouco de noz-moscada. Só um pouquinho. Faz o molho parecer que tem segredos.
Esse aqui não é ragu. É abraço. Macarrão, queijo derretido e aquele molho que você pensou que ia sobrar… e não sobrou. Fiz uma vez numa noite de frio, sem plano, só com o que tinha na geladeira. O queijo? Não era parmesão. Era um tipo de minas que eu comprei no mercado da esquina. Funcionou. O macarrão? Ficou no ponto certo, com aquele molho grudado que só aparece quando você cozinha com carinho. Não é italiano. Não é clássico. É meu. E acho que é o que mais importa.
Se você quer conforto, não quer elegância, essa é a sua receita.
Polenta e ragu? É como se a cozinha italiana tivesse se abraçado com a brasileira. A polenta não é só acompanhamento. É o que segura o molho. E o contraste? A textura macia da polenta contra o pedaço de carne desmanchando… é quase terapêutico. Já fiz uma vez e esqueci de mexer a polenta por cinco minutos. Resultado? Um fundo queimado. Daiane me olhou e disse: “você tá tentando fazer uma panela de pão de queijo?”. Aprendi na hora: mexa sempre. Devagar. Como se estivesse acariciando. E o ragu? Deve estar quente, mas não fervendo. Se não, a polenta vira farinha.
Se você nunca provou assim, não sabe o que perdeu.
Linguiça no ragu é o tipo de ideia que parece exagero… até você provar. O defumado, o sal, a pimenta, tudo isso se mistura com o molho como se tivesse sido feito pra isso. Não precisa de carne bovina. A linguiça já traz tudo. Já fiz com uma daqui de São Paulo, bem picante, e quase chorei de tanto sabor. O segredo? Não cozinhe a linguiça junto do molho desde o início. Passe na frigideira primeiro, só pra soltar o óleo e dar cor. Depois, é só juntar. O resultado? Um ragu que parece ter sido feito por alguém que conhece o sabor da rua.
Se você gosta de comida com personalidade, esse é o caminho.
Esse aqui é o que eu chamo de “ragu sem pressa”. Nada de cerveja, nada de linguiça, só tomate, cebola, cenoura, azeitona, um pouco de manjericão e tempo. Muito tempo. Fiz uma vez e deixei na chama mais baixa que eu conseguia por 5 horas. O cheiro entrou nas roupas. Na parede. No Titan. Quando servi, não disse nada. Só coloquei o prato na mesa. E ninguém falou. Só comeu. Depois, um dos convidados me perguntou: “você fez isso hoje?”. Respondi que não. Que tinha sido feito ontem. Ele não acreditou. E eu não corrigi. Porque às vezes, o melhor ragu é o que parece ter sido feito por alguém que já estava aqui antes.
Se você quer sentir o que é autenticidade, esse é o jeito.
Se você já tentou fazer ragu em frigideira e achou que era impossível, eu te entendo. Mas isso aqui é diferente. Não é um molho rápido. É um molho que respeita o tempo, mesmo em pouca quantidade. Use carne moída, um pouco de caldo, e deixe evaporar devagar. O segredo? Não mexa muito. Deixe o molho grudar no fundo. Depois, jogue um pouco de água quente e solte os resíduos. É o que chamam de “fond”, aquilo que os chefs dizem ser o coração do sabor. Fiz pra um jantar só de dois e sobrou só o prato. Ninguém queria lavar. Porque o molho estava no fundo, e ninguém tinha coragem de desperdiçar.
Se você tem pouco tempo, mas não quer abrir mão do sabor, essa é a saída.
Ossobuco é o ragu que você faz quando quer dizer algo sem falar. É o prato que você reserva pra quando a vida pesa. A carne desmancha, o osso solta a medula, e o molho fica tão encorpado que parece que o tempo parou. Já fiz uma vez e esqueci que estava lá. Fiquei 3 horas fora. Quando voltei, o cheiro tinha invadido todo o apartamento. Daiane me perguntou: “você tá tentando chamar o vizinho pra jantar?”. Respondi que não. Que só estava esperando o osso falar. Ela riu. Mas no dia seguinte, pediu para fazer de novo. Porque, às vezes, o melhor sabor não é o que a gente quer. É o que a gente precisa.
Se você quer um ragu que não é só comida, esse é ele.
E aí, qual dessas você vai experimentar primeiro? Cada uma tem seu jeito de contar uma história. Se transformar alguma sugestão em prato, me conta aqui nos comentários, eu quero saber como foi. Se deu certo, se deu errado, se você quase comeu tudo antes de fotografar… eu quero ouvir. A cozinha é melhor quando a gente compartilha.
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