A canjiquinha é desses pratos que tem mil caras. Olha só essas versões que eu curto.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves).
Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos.
Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito.
Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. A base de três ingredientes que não falha
autor: Carol Peixoto
Às vezes a gente só precisa do básico bem feito, sabe? Essa receita resolve isso. Quando a despensa está meio vazia e a vontade de um comfort food aperta, linguiça, alho e quirera são sua trindade sagrada.
O truque que ela mostra, de refogar a quirera junto da calabresa, é genial. A gordura que solta da linguiça impregna cada grãozinho antes mesmo de ir a água. Fica com um sabor profundo que você nem imagina ser possível com tão pouco. É o meu plano B para jantares de última hora.
3º. Costelinha: onde a magia acontece de verdade
autor: Receitas de Pai
Olha, se tem uma combinação que faz sentido desde o primeiro garfo, é essa. A costelinha grelhada na banha não é só um acompanhamento, é parte do caldo. A gordura e os tostados que ficam no fundo da panela são o segredo do sabor.
Uma dica que peguei de um cozinheiro mineiro: tempere a costelinha com sal grosso algumas horas antes. Ela suga o sal, fica mais suculenta e salga o prato todo por dentro, de um jeito uniforme. Não é atoa que essa é a favorita de muitos, a textura da carne desfiando no garfo junto da quirera cremosa é outra coisa.
Quem disse que quirera é só prato salgado? Essa versão doce foi uma das descobertas mais legais que fiz nos últimos tempos. O leite de coco é a jogada mestre, ele corta a doçura e dá uma cremosidade aveludada incrível.
Fica parecendo um mingau, mas com personalidade. Perfeito para um café da tarde diferente ou até uma sobremesa leve. Experimenta servir morna, talvez com uma pitada de canela por cima. A Daiane fez uma vez e o Titan ficou doido com o cheiro, mas coitado, não pode, né.
Confesso que demorei a apreciar a diferença que uma panela de barro faz. Parece frescura, até você experimentar. Ela cozinha no calor úmido e constante, a quirera não gruda no fundo e o frango fica absurdamente macio.
O vídeo mostra direitinho esse ritual. Se você não tem uma, não se preocupa, uma panela pesada de fundo grosso já ajuda muito. O importante é o cozimento lento e paciente. É um prato que não tem pressa, e a recompensa é um sabor redondo, que parece ter ficado horas no fogo, mesmo que não tenha.
Essa é a definição de comida caseira que alimenta corpo e alma. A carne moída se espalha pela quirera e vira quase um molho, sabe? Cada garfada vem com um pouco de tudo.
O colorau e o açúcar que ele menciona são a dupla secreta. O colorau dá aquele tom laranja bonito e um sabor terroso, e o açúcar — só um pitadinha — não deixa doce, mas realça o sabor dos outros ingredientes. É um truque antigo que funciona demais. Prato completo, barato e que todo mundo come sem reclamação.
Às vezes você só quer o sabor da quirera, sem carne. Essa versão é puro conforto. O parmesão ralado e o creme de leite transformam o prato num creme elegante, quase um risoto de milho.
Cuidado com a tentação de parar de mexer. A quirera gosta de atenção no fogo baixo, senão gruda. E usa água quente para cozinhar, como ela fala, isso acelera o processo e deixa o grão mais soltinho. Fica ótimo como acompanhamento para uma carne mais simples, ou até como prato principal num dia frio.
A suã é daquelas carnes subestimadas. Ela tem gordura e tecido conectivo que, na pressão, viram gelatina pura. O resultado é uma carne que desmancha e engrossa o caldo da canjiquinha de um jeito maravilhoso.
Ela promete em 20 minutos na pressão e cumpre. Só não esquece de dar aquela dourada na carne antes, para travar os sucos. É um corte barato que rende um prato com cara de festa. Quem gosta de ficar garfando o osso para tirar a última lasquinha de carne vai adorar.
Essa aqui é robusta. Carne seca já traz um sabor intenso, salgado e levemente adocicado. A calabresa entra com a gordura e a fumagem. Juntas, são praticamente um caldo pronto.
Repara na lista de legumes que ele usa: cenoura, pimentão, tomate. Eles não estão só para enfeitar, cozinham e quase dissolvem, dando doçura natural e corpo ao prato. É uma canjiquinha completa, que dispensa até acompanhamento. Só precisa de um bom descanso depois de comer, talvez.
Diferente do que se pensa, canjiquinha vegana não é uma versão pobre, é uma versão diferente. A graça está em usar os legumes certos para criar umami. Quiabo (se você gostar, eu admito que tenho minhas ressalvas) dá liga, abóbora desfaz e engrossa, tomate dá acidez.
É um prato que fica lindo no prato, cheio de cor, e super nutritivo. Uma dica para quem não é vegano: experimenta fazer metade do refogado com banha e a outra com azeite. O sabor fica incrível e ainda tem um toque tradicional.
Aqui a gente entra no território da canjiquinha clássica, da fazenda. Bacon bem fritinho até ficar crocante não é só um ingrediente, é uma etapa do preparo. A gordura que fica na panela é ouro líquido para refogar a cebola e a quirera.
Deixa o bacon ficar bem tostadinho, quase queimando, mas não queima, tá? Esse ponto é que dá o sabor defumado. A linguiça calabresa depois complementa. É a receita para quando você quer a experiência total, autêntica, de lamber os dedos. Simples e matadora.
O maior mérito dessa versão é não tentar imitar o sabor da banha, mas criar um novo perfil. O caldo de carcaça de frango com legumes é a chave. É um caldo rico, gelado que fica com aquela gelatina em cima, cheio de sabor natural.
Usa esse caldo no lugar da água para cozinhar a quirera. O peito de frango desfiado entra depois, só para aquecer. Fica um prato leve, mas surpreendentemente saboroso. Perfeito pra quem tá cuidando da alimentação mas não quer abrir mão de um prato brasileiro de verdade.
Essa é para os pacientes, para quem acredita que comida boa leva tempo. Fazer a costela sem pressão é um ato de amor. Ela cozinha no próprio suco, os temperos penetram, a gordura derrete e confere um sabor que a pressão não consegue replicar.
A costela fica tão macia que se separa do osso sozinha. E quando você junta esse caldo reduzido, quase um demi-glace caseiro, com a quirera cremosa, é outro nível. Não é receita para um dia de semana corrido, é para aquele domingo que você pode ficar de olho na panela, cuidando do fogo. A recompensa é imensa.
Essa fecha a lista com chave de ouro, ou melhor, com açúcar e canela. É a prova de que a quirera é versátil pra caramba. O doce fica com uma consistência interessante, não é mingau mole, tem corpo.
O coco ralado e o cravo dão o carácter junino. Dica: deixa de molho mesmo, como ela pede, isso é crucial para o grão cozinhar por igual e não ficar com pedacinhos duros. Serve quente ou frio, e eu acho que fica ainda melhor no dia seguinte, depois que os sabores se casaram. Uma sobremesa diferente e que com certeza vai render conversa.
Ufa, quanta opção boa, né? Do salgado intenso ao doce reconfortante, a canjiquinha realmente se adapta a qualquer ocasião. Qual dessas você acha que combina mais com o seu próximo almoço de família? Me conta nos comentários se já experimentou alguma versão diferente ou se tem uma dica especial para o preparo. Adoro aprender com as experiências de vocês!
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