Você já viu uma massa que parece líquida demais e pensou: “isso aqui não vai dar certo”? Eu já. Várias vezes. Mas foi numa dessas vezes, com o milho de lata que sobrou da janta, que descobri que o segredo não está no que a massa parece, mas no que ela vira no forno.
Essa receita de bolo de milho cremoso é pura química da cozinha: leite, açúcar, ovos, um pouquinho de farinha e queijo ralado. Nada mais. E mesmo assim, sai com duas camadas, uma de bolo, outra de pudim. É como se o forno tivesse feito um truque de mágica. Minha esposa, que não gosta de café mas vira fã de qualquer coisa que saia quentinha do forno, já pediu para repetir antes mesmo de a primeira fatia esfriar.
Se você acha que bolo precisa de milharada de ingredientes, essa aqui vai te abrir os olhos. A técnica é simples: bata tudo, espere o fermento agir, e deixe o forno fazer o resto. Não tem segredo. Só sabor. E se quiser saber como evitar que o bolo fique seco, ou qual queijo dá mais personalidade, olha abaixo, o passo a passo é mais fácil que abrir uma lata.
Receita de Bolo De Milho Cremoso de Lata no Liquidificador com Queijo Ralado simples
Rendimento
20 porções
Preparo
60 min
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
0 de 9 marcados
Tudo que tem na despensa, quase nenhum gasto. Paguei uns R$20 no mercado de SP e sobrou troco. O segredo? Fubá e queijo ralado. Não troque por nada. E se tiver um pedaço de parmesão velho no fundo da geladeira, é ele que vai salvar o dia.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
Bata tudo no liquidificador:
Coloque os ovos, a manteiga derretida, o milho escorrido, o leite, o açúcar, a farinha de trigo, o fubá e o queijo ralado dentro do liquidificador.
Ligue e bata por uns 90 segundos, só até o milho se desfazer e a massa ficar uniforme. Não precisa virar um creme de leite, só misturar bem.
Acrescente o fermento:
Desligue o liquidificador. Agora, com uma espátula, misture o fermento na massa – só mexa, não bata. É nesse momento que o bolo ganha vida.
Se você bater com o liquidificador depois de colocar o fermento, ele some. Já vi bolo virar panqueca por isso. Não faça isso.
Unte e enfarinhe a forma:
Unte uma forma quadrada de 17x27cm com manteiga – espalhe bem nas bordas, não deixe cantos secos.
Polvilhe por cima uma camada fina de fubá. Isso é o que evita grudar e ainda dá um gostinho de pão de milho por fora.
Asse com calma:
Despeje a massa na forma. Ela vai parecer água, mas confia.
Leve ao forno pré-aquecido a 200°C por 50 minutos. Se o forno for velho, pode levar 5 a 10 a mais.
Na metade do tempo, dá pra dar uma olhada, mas não abre a porta antes dos 40 minutos. O choque de frio faz o bolo desabar.
O ponto certo:
Quando a parte de cima estiver bem dourada e firme ao toque, tá pronto.
Se espetar um palito e sair limpo, ótimo. Se tiver um pouquinho de massa, deixa mais 5 minutos. Mas não espere ficar seco – o centro ainda vai ficar um pouco molinho, é o “ponto pudim”.
Deixe esfriar pelo menos 20 minutos antes de cortar. Se cortar quente, a camada de cima vira bagunça.
Esse bolo é tipo uma surpresa: parece que deu errado, mas quando você corta, tem duas camadas – uma de bolo, outra de pudim cremoso. É o queijo e o fubá que fazem isso acontecer. Já fiz com queijo minas e ficou mais suave, com parmesão fica mais salgado e intenso. A Daiane sempre pega o pedaço que tem mais do fundo, onde o creme é mais denso. Diz que é “o melhor pedaço”. Talvez ela tenha razão.
Se você tentar, me conta: usou queijo de que tipo? Deixou gelado ou quente? E o mais importante: alguém pediu para repetir? Se sim, já valeu. Se não, talvez o forno tenha sido o culpado. Deixa nos comentários, a gente descobre juntos. E se quiser variar, dá uma olhada nesse bolo de milharina com queijo – é outra história, mas com o mesmo espírito.
Antes de ligar o liquidificador, leia isso, seu bolo vai te agradecer
Quanto tempo dura? E o que fazer se sobrar
Esse bolo é um dos poucos que realmente dura. Na geladeira, em recipiente fechado, ele aguenta até 6 dias sem perder a cremosidade. A Daiane já guardou um pedaço na marmita da manhã e comeu no lanche da tarde, disse que o sabor até melhorou. Se for congelar, corte em fatias individuais, embale bem em filme plástico e depois em um saco. Dura até 2 meses. Mas confessa: nunca chegamos a congelar. Ele some antes. O segredo é servir morno. O queijo derrete um pouquinho, o milho solta seu aroma, e tudo vira um abraço na boca.
O passo que todo mundo erra: o fermento
Seu bolo ficou pesado? Provavelmente você ligou o liquidificador de novo depois de colocar o fermento. Eu já fiz isso. Achei que a massa estava muito espessa e que “bater mais” ia ajudar. Resultado? Um tijolo com cheiro de milho. O fermento é sensível. Ele precisa de um movimento suave, não de rotação. Por isso, sempre desligo o aparelho. Pego uma espátula. Mexo só o suficiente pra integrar, como se estivesse acariciando a massa. É um gesto de respeito. E o bolo retribui.
Erros que você nem sabe que cometeu
Usar fubá no lugar da milharina? Funciona, mas o bolo fica mais seco, mais “de vovó”. A milharina é pré-cozida, ela absorve o leite e vira cremosa. Fubá não. Já tentei. Ficou bom, mas não era esse bolo. Outro erro: não escorrer o milho direito. Se tiver água na lata, sua massa vira sopa. Escorra bem, mesmo que pareça que está secando o milho. E se esquecer de untar a forma? Vai chorar. Não use só manteiga. Polvilhe milharina. É o que dá aquele fundinho crocante que todo mundo pede. Já vi alguém usar farinha de trigo e o bolo grudou como cola. Não faça isso.
Sem leite? Sem problema. Trocas que funcionam
Se não tiver leite, use leite de coco ou de aveia. O de coco dá um toque tropical, mas é mais pesado, diminua o açúcar em 1/4 xícara. Se for vegano, troque os ovos por 1/2 xícara de purê de banana madura. Vai ficar mais doce, mais úmido, quase como um pudim. Já fiz. Ficou bom. E se quiser uma versão mais leve? Use leite desnatado. O queijo ralado pode ser substituído por 1 colher de queijo parmesão ralado em pó, dá o mesmo sabor, só menos textura. Mas se puder, use o queijo real. Ele faz a diferença.
Modo Gourmet: um detalhe que faz todo mundo perguntar a receita
Se quiser elevar esse bolo de simples para “quem fez isso?”, faça isso: depois de assado, pincele a superfície com uma mistura de 1 colher de mel e 1 colher de manteiga derretida. Leve de volta ao forno por 3 minutos. Aparece uma casquinha dourada, crocante, com um toque de doce. A Daiane achou que eu estava brincando. Depois, pediu para fazer de novo. E se quiser um toque salgado? Polvilhe flocos de sal marinho por cima antes de assar. Só um pouquinho. O contraste entre o doce do milho e o sal do flocão é tipo música clássica.
O que beber com esse bolo? Além do café
Café é clássico. Mas se você quer surpreender, tente um chá gelado de hibisco com uma folha de hortelã. O azedinho do chá combina com o milho como se fossem irmãos. Ou uma água com gelo, com uma fatia de limão siciliano e um ramo de alecrim. Simples, elegante, e você nem precisa de açúcar. Se for no fim da tarde, um vinho branco seco, tipo um Sauvignon Blanc, faz milagre. A Daiane bebeu um gole, fechou os olhos e disse: “Isso aqui é domingo.”
Você já comeu bolo de milho com queijo minas?
É estranho, mas funciona. Um pedaço desse bolo, com uma fatia fina de queijo minas frescal. O doce do milho corta a leveza do queijo, e o sal do queijo equilibra o açúcar. É tipo um abraço quente. Fiz isso numa manhã de chuva. A Daiane achou que eu tinha enlouquecido. Depois, pediu para fazer de novo. E se quiser algo ainda mais maluco? Leve o bolo ao freezer por 30 minutos. Fica tipo um sorvete de milho. O Titanzinho ficou encostado na porta da geladeira, olhando. Talvez ele tenha entendido.
Variação: o bolo de milho com coco que ninguém esperava
Se o milho tá caro, ou você só quer mudar, troque metade do leite por leite de coco. Adicione 1/2 xícara de coco ralado na massa. Fica um bolo tropical, com um sabor que lembra praia. A Daiane ama. Já fiz duas vezes só pra ela. E se quiser uma versão mais cremosa? Misture 1 colher de creme de leite na massa antes de colocar o fermento. Vai ficar mais denso, mas ainda cremoso. Perfeito para dias frios.
Já fiz um bolo que parecia um pudim… e não foi culpa da milharina
Foi numa sexta-feira. A Daiane tinha trazido um bolo de milho da mãe dela. Eu achei que podia fazer melhor. Usei fubá, e bati o fermento na batedeira. O bolo saiu alto, mas mole. Como um pudim de milho. Ela comeu uma fatia, fez cara de quem viu um fantasma e disse: “Rafa, isso aqui é um erro… mas eu te amo.” Foi a pior coisa que já fiz. E a mais linda. Porque ela não jogou fora. E eu aprendi. Ninguém é perfeito. Nem eu. Nem ela.
Perguntas que todo mundo faz, mas ninguém pergunta
“Posso usar milho enlatado de outro sabor?” Pode. Mas evite os que têm conservantes fortes. O de lata tradicional é o melhor. “Preciso de queijo?” Não. Mas ele faz a diferença. Se não tiver, use uma pitada de sal. “Dá pra fazer sem açúcar?” Dá, mas não é esse bolo. Esse bolo é doce por natureza. Se quiser menos açúcar, use 2 xícaras. Mas não troque por adoçante. Ele não derrete igual. “Posso fazer em forma de cupcake?” Pode. Mas reduza o tempo para 20 minutos. E não esqueça de testar com o palito. O centro demora mais.
Sabia que o bolo de milho veio da Nordeste, mas virou brasileiro?
O uso de milho em bolos surgiu no Nordeste como forma de usar o que tinha. Mas aqui, no Brasil, descobrimos que ele não só substituía, ele melhorava. A textura cremosa que ele traz faz o bolo durar mais sem ressecar. É uma combinação que não precisa de técnica sofisticada, só de tempo. E isso, no fim das contas, é o que mais importa.
E aí? Já tentou o bolo com queijo minas? Ou o congelado? Me conta aqui nos comentários, quero saber como você transformou esse bolo. E se ainda não fez, não fique só lendo. Liga o forno, pega os ingredientes, e faz. Porque a vida é curta. E o bolo de milho com queijo? É feito pra ser devorado. Cada pedaço. Cada cheiro. Cada erro. Cada tentativa. E se você gostou, passa lá no bolo de milharina com queijo ou na lista completa com várias opções de bolo de milho. Tem mais histórias lá. E mais bolos. E mais pessoas que também tentam, erram, e fazem de novo.
Última modificação em Terça, 11 Novembro 2025 21:35
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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