Pão Francês de Padaria Crocante

  • Fica igual ao comprado, mas agora feito em sua casa da forma que desejar e no ponto que ama.
Avalie este item
(39 votos)

Quantas vezes você já comprou pão francês e ele amoleceu antes do jantar? Eu vivia esse drama, até descobrir que a água gelada é o segredo que as padarias não contam. Minha esposa Daiane, que tem um paladar exigente, virou minha cobaia oficial, e confessa que agora prefere minha versão caseira.

Depois de testar essa receita em meu curso de panificação, aprendi que o glúten desenvolve melhor com água estupidamente gelada, criando essa casca crocante que estrala ao sair do forno. A massa fica elástica e fácil de modelar, mesmo para iniciantes. Meu bulldog Titan fica doido com o cheiro, mas nem penso em dar pra ele, farinha não combina com sua dieta.

Vou te mostrar como transformar ingredientes simples num pão francês de padaria crocante que rivaliza com os melhores. A receita abaixo é detalhada, mas se tiver dúvidas é só perguntar nos comentários. Bora colocar a mão na massa?

Receita de Pão Francês de Padaria Crocante Caseiro: Saiba como fazer

Quantidade
10 pães de 60 g a 70 g
Preparação
4 horas e 30 min
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

0 de 6 marcados

Essa receita sai por menos de R$ 8 aqui em SP. A água gelada é realmente o segredo – testei com água normal e não ficou a mesma coisa, a casca não fica tão crocante.

Progresso salvo automaticamente

Modo de preparo

Preparando a base da massa:

  1. Pega aquele pote grande, sabe aquele que cabe tudo? Coloca todos os ingredientes secos primeiro: a farinha, o fermento (se for usar o fresco, esfarela ele), o sal e o reforçador se optou por usar.
  2. Mistura tudo com uma colher de pau ou silicone. Eu já tentei pular essa etapa e juntar tudo de uma vez, mas os ingredientes não incorporam direito.
  3. Agora vem a parte importante: adiciona o azeite (ou manteiga, ou óleo) e começa a colocar a água gelada de pouquinho em pouquinho. Mexe bem depois de cada adição. A massa vai ficar meio esfarelada no começo, normal.

Hora de sovar e modelar:

  1. Agora é botar a mão na massa literalmente. Sova bem por uns 10 minutos até ficar lisa e elástica. Se grudar muito, coloca só um pouquinho de farinha na bancada, mas não exagera.
  2. Cobre o pote com um pano limpo ou com filme plástico e deixa descansar por 30 minutos. A massa vai crescer um pouco.
  3. Passado o tempo, tira a massa do pote e coloca numa superfície limpa. Abre ela com um rolo, fazendo movimento de vai e vem, dobra e repete algumas vezes. Se achar muito grande, divide em duas partes pra facilitar.
  4. Com uma faca, divide a massa em 10 partes mais ou menos iguais. Não precisa ser perfeito, hein?
  5. Pega cada pedaço, passa o rolo rapidinho e depois enrola com as mãos fazendo aqueles rolinhos clássicos de pão francês.
  6. Coloca os pães numa forma untada, deixando um espaço entre eles porque vão crescer. Não deixa encostar nas beiradas.
  7. Borrifia água por cima de todos os pães, isso ajuda a formar aquela casca crocante que a gente adora.
  8. Cobre com um saco plástico limpo e um pano por cima e deixa descansar por 3 horas. Eles vão dobrar de tamanho, é impressionante.

Assando e dicas finais:

  1. Pré-aquece o forno a 200°C. Se tiver uma pedra sabão ou assadeira pesada, coloca no forno pra esquentar junto, ajuda no crocante.
  2. Leva os pães pro forno pré-aquecido e assa por 20-25 minutos até ficarem dourados. Aquele cheiro na cozinha é de dar água na boca.
  3. Retira do forno e deixa esfriar em uma grade. Eu sei que é tentador comer quentinho, mas cuidado pra não queimar a língua!

Dica: se quiser dar aquele acabamento de padaria, passa uma misturinha de água e um pouquinho de farinha por cima antes de assar.

A primeira vez que fiz esse pão caseiro, a Daiane ficou surpresa como ficou parecido com o da padaria, e olha que ela é bem crítica! Agora virou rotina fazer aos domingos. A massa demora um pouco pra crescer, mas o resultado compensa cada minuto de espera.

E aí, curtiu a receita? Já tentou fazer pão francês em casa antes? Conta pra gente nos comentários como ficou o seu, tira uma foto e marca o @sabornamesa! Adoro ver as versões de vocês.

Vai fazer o pão? Não pule essas dicas que fazem a diferença!

Quanto tempo dura e a melhor forma de guardar

Essa é a pergunta que mais recebo! O pão caseiro, fora da geladeira e bem armazenado, fica com a textura boa por até 3 dias. O segredo é esperar esfriar COMPLETAMENTE antes de guardar, senão ele fica embaçado e mole.

Uso sempre um pote de plástico com tampa ou aquele saco zip-lock. Já tentei guardar ainda morno uma vez, a Daiane reclamou que ficou com a casca mole no dia seguinte – e ela tem razão, né?

Se quiser congelar, seja a massa crua ou o pão já assado, dura até 3 meses tranquilo. Uma dica que aprendi no meu curso de panificação: se for congelar a massa crua, coloca um pouquinho mais de fermento. E descongela sempre na geladeira, da noite pro dia, pra não chochar.

Os 3 erros que mais vejo (e como escapar deles)

Já errei tanto que até o Titan desvia da cozinha quando estou testando receita nova. Anota aí:

1. Pressa na fermentação: O maior erro é não respeitar o tempo de descanso da massa. Se ela não dobrar de tamanho, o pão fica denso, um tijolinho. Aqui em casa, a Daiane é a mais ansiosa, sempre quer apressar. Mas paciência é a chave. Coloca um despertador e esquece a massa.

2. Água na temperatura errada: Já testei com água da torneira, morna, gelada mas não tanto… A única que funciona de verdade é a água estupidamente gelada, com gelo mesmo. É ela que garante a casca crocante. Sério, faz isso!

3. Sovar de menos (ou de mais): Uns 10 minutos de sova são suficientes. A massa precisa ficar lisa e elástica, mas se você passar muito tempo, o glúten cansa e o pão não cresce direito. É igual musculação, tem o ponto certo.

Se deu ruim, vem cá que tem conserto

A massa não cresceu? Fermento pode estar vencido – abri um assim outra semana, tive que jogar fora. Se o pão sair duro, na próxima vez confere se o forno estava na temperatura certa. Às vezes o termostato engana.

Esqueceu de colocar o sal? Acontece. Numa dessas, a Daiane sugerir servir com uma cobertura de alho e ervas para disfarçar. Ficou bom, mas confesso que não é a mesma coisa. Sal faz MUITA diferença no sabor, não pula essa etapa.

Se o pão queimou embaixo, foi excesso de calor direto. Coloca uma assadeira vazia na grade debaixo do forno na próxima vez, ou baixa um pouco a temperatura.

Fazendo versões para diferentes dietas

Todo mundo em casa tem uma restrição diferente, então precisei me virar nos ajustes.

Sem glúten: Já testei com mix de farinhas sem glúten. Fica bom, mas a textura é um pouco mais densa e a casca não fica tão crocante. Adiciona 1 colher de chá de goma xantana na receita para dar liga.

Low carb: Para uma versão low carb, substitua a farinha por uma mistura de farinha de amêndoas, sementes e um pouquinho de psyllium. Não fica igual, mas mata a vontade. O Titan fica doido com o cheiro de amêndoas, mas não pode, coitado.

Integral: Quer mais fibras? Substitui metade da farinha branca por farinha integral. A massa pode precisar de um pouquinho mais de água e o crescimento é um pouco mais lento, mas fica uma delícia.

Trocas inteligentes (para emergências e criatividades)

Acabou um ingrediente? Relaxa, quase sempre tem um jeito.

Falta azeite? Pode ser óleo de milho, girassol ou até manteiga derretida. Já usei banha de porco também, fica incrivelmente crocante.

Sem fermento biológico seco? Use o fresco, na proporção de 1 para 3 (30g de fresco para 10g de seco). Só lembra de esfarelar bem na farinha.

Reforçador de pão é opcional, mas se quiser um substituto caseiro, 1 colher de chá de vinagre branco ou suco de limão ajuda a fortalecer o glúten. Ou então, 1 colher de sopa de leite em pó dá uma cor dourada linda.

Hacks de cozinha que parecem mágica

Esses truques salvam quando a gente está com pressa ou sem o equipamento ideal.

Rolo improvisado: Sem rolo? Uma garrafa de vinho vazia e limpa funciona perfeitamente. A Daiane já usou até um copo americano em desespero, mas a garrafa é melhor.

Como criar um forno profissional em casa: Coloca uma assadeira pesada ou pedra sabão no forno durante o pré-aquecimento. Quando for assar, joga umas pedrinhas de gelo no fundo do forno (cuidado com o vapor!) para criar um ambiente úmido. A casca fica inimaginável.

Fermentação acelerada: Liga o forno em 180ºC por 10 minutos, desliga e deixa a porta aberta por 1 minuto. Coloca a massa lá dentro com a porta fechada. O ambiente fica quentinho e perfeito para o crescimento. Juro que funciona.

O ponto que mais pega: a modelagem dos pãezinhos

Fazer aqueles rolinhos perfeitos parece um desafio, mas é mais simples do que parece. O segredo está na técnica, não na força.

Pega o pedaço de massa e achata levemente com a palma da mão, não precisa passar o rolo se não quiser. Depois, começa a enrolar a partir de uma das pontas, como se fosse um pequeno tapete, pressionando levemente a cada volta.

Quando chegar no final, sela a emenda pressionando com a ponta dos dedos. E o mais importante: rola ele levemente na bancada com as mãos em concha, só para dar o formato final e deixar a superfície lisa. Se a massa grudar, um pouquinho de farinha na bancada resolve, mas não exagera senão a massa não sela direito.

Cansou do clássico? Inventa uma variação!

A receita base é um playground. Já testei várias coisas malucas.

Pão de Alho Caseiro: Antes de assar, faz uns cortes e recheia com uma pasta de manteiga, alho amassado, salsa e queijo parmesão. Vira uma refeição.

Pão com Ervas Finas: Adiciona um mix de ervas (orégano, manjericão, alecrim) na massa. Fica cheiroso e combina demais com aquele jantar especial.

Mini Pães para Sanduíche: Em vez de modelar 10 pães, faz 15 menores. São perfeitos para lanches e sanduíches na lancheira.

2 coisas que ninguém te conta sobre fazer pão francês

1. A Ciência do Crocante: A água gelada não é só um capricho. Ela retarda a ação do fermento, permitindo que o glúten se desenvolva de forma forte e elástica sem que a massa cresça rápido demais. No forno quente, a água da massa vira vapor rapidão, criando aquele estalo na casca. É pura física e química, meu amigo.

2. O Fator "Umidade do Ar": Um dia o pão fica perfeito, no outro a casca não forma direito. Pode culpar o tempo. Em dias muito secos, a massa perde água mais rápido e pode não crescer tanto. A solução? Na secura de São Paulo, às vezes borrifo um pouco de água no ar em volta da massa enquanto descansa. Parece loucura, mas ajuda a criar um microclima melhor para ela.

De onde veio esse pãozinho que a gente ama tanto?

O nosso "pão francês" tem uma história curiosa. Ele não é exatamente francês! A receita foi uma adaptação brasileira do pão austríaco, trazido ao Brasil no início do século 20. Os padeiros brasileiros, buscando um pão mais claro e com miolo mais fofinho que os europeus, criaram essa versão com uma hidratação mais alta e uma casca fina e crocante.

O nome "francês" veio porque, na época, tudo que era chique e sofisticado vinha da França. Foi uma jogada de marketing da virada do século! Se quiser se aprofundar, o historiador Carlos Dória tem uns textos legais sobre a formação da nossa culinária.

Perguntas que sempre me fazem (e as respostas)

Posso fazer a massa na batedeira? Pode, sim! Usa o gancho e deixa sovar por uns 8 a 10 minutos em velocidade média. Mas eu gosto do trabalho manual, acho terapêutico.

Por que meus pães não ficam com a "cortinha" no topo? O corte precisa ser rápido e com uma lâmina bem afiada (chamada de "lâmina de padeiro" ou "grignette"). Se usar uma faca cega, ela puxa a massa e estraga o formato. E faz o corte num ângulo de 45 graus, não reto.

Posso usar farinha de trigo especial? Pode, mas a farinha branca comum, daquelas que a gente compra no mercado, já funciona maravilhosamente. Farinhas muito fortes (com alto teor de glúten) podem deixar o pão muito "elástico".

E aí, se aventurou na missão pão francês caseiro? Conta tudo nos comentários como foi sua experiência! Demorou para crescer? A casca ficou estalando? Tira uma foto e marca a gente no Instagram @sabornamesaoficial, adoro ver as criações de vocês e sempre respondo. Sua dica pode ajudar outra pessoa que está com medo de tentar!

Última modificação em Quinta, 27 Novembro 2025 13:27

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

Segue lá no Instagram e vem comer com a gente! ??

Instagram icon https://www.instagram.com/raf.gcs

Adicionar comentário