Tem um cheiro que invade a cozinha e avisa: tem pão fresco saindo do forno. Não é só o aroma, é aquele barulho leve de crosta formando, quase um estalinho discreto, que me faz parar o que estou fazendo e ir correndo ver se já está no ponto.
Foi assim outro dia, enquanto testava essa receita de pão de batata doce com polvilho. A massa simples, sem glúten, sem açúcar, mas com um sabor tão presente que nem parece "fit". Uso batata doce há anos nas minhas preparações, aprendi com técnicas da culinária brasileira mesmo, aquela base caseira que não precisa de nome chique. O segredo? Cozinhar bem a batata, amassar até ficar uniforme, e misturar o polvilho aos poucos. Se usar o azedo, a crosta fica mais nítida. Se preferir o doce, o miolo sai mais macio. Ambos funcionam, depende do que você tá a fim de sentir na mordida.
Já perdi a conta de quantas variações fiz desse pão. Uma vez até tentei colocar orégano demais, quase virei pizza ruim. Daiane provou, fez cara feia e disse “isso aqui é low carb ou low sabor?”. Risquei, refiz, e hoje esse é um dos favoritos. Até o Titanzinho fica de olho, mas nem pensar em dar pra ele, frango não pode, trigo então, imagina. Bora pro forno?
Receita de Pão De Batata Doce com Polvilho Fit Low Carb Fitness: Saiba Como Fazer
Quantidade
15 pães pequenos
Preparação
40 min
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
0 de 5 marcados
Tudo que você precisa está na despensa. Gastei menos de R$8 nessa receita, e ainda sobrou batata pra fazer purê no almoço de amanhã.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
Cozinhe e amasse:
Descasque a batata doce e corte em pedaços grandes. Coloque numa panela com água fria, leve ao fogo e deixe cozinhar até ficar bem macia, cerca de 20 minutos. Teste com um garfo: se entra fácil, tá pronto.
Escorra bem, deixe esfriar um pouco, e amasse com um garfo ou amassador até virar um purê homogêneo. Não precisa ser perfeito, só não pode ter pedaços duros. Se tiver, a massa vai ficar irregular.
Transfira o purê para uma tigela grande. Junte o polvilho, o sal, o orégano e a páprica. Comece mexendo com uma colher, depois vá com as mãos, é mais fácil e você sente a textura mudar. A massa vai começar a grudar, mas não desanime.
Se estiver muito solta, acrescente um pouquinho mais de polvilho. Se estiver dura, molhe as mãos com água fria. A gente não tem regra fixa, só sensibilidade. Eu já fiz com a mão seca e depois com a mão molhada, o resultado foi o mesmo, só a experiência foi diferente.
Forme bolinhas do tamanho de uma bola de gude, ou um pouco maior. Não precisa ser perfeito, mas tente manter o tamanho parecido. Assim, assam igual. Uma vez eu fiz uma enorme e as outras minúsculas, a grande ficou crua por dentro. Não repita isso.
Disponha as bolinhas em uma assadeira com papel-alumínio, deixando um espaço entre elas. Não precisa untar, o polvilho já não gruda.
Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por 20 minutos, ou até que fiquem levemente douradas por fora. O cheiro vai te avisar quando estiver pronto, aquele cheiro de terra e pão, meio selvagem, mas bom.
Sirva e aproveite:
Retire do forno e deixe esfriar por 5 minutos. A casca fica crocante, o miolo, macio e quase cremoso. É isso que faz a gente voltar.
Sirva morno, com um pouco de manteiga ou só assim, com o café da manhã. Não precisa de nada mais. A batata doce já faz tudo.
Se você nunca tentou um pão sem trigo, sem açúcar, sem nada que pareça pão… ainda não sabe o que está perdendo. Esse aqui não é pra quem quer substituir, é pra quem quer sentir. A batata doce não é um ingrediente de dieta, é um ingrediente de memória. Eu lembro da minha avó dizendo que “o que a terra dá, a mão molda”. Não sei se ela disse mesmo, mas eu acredito.
Se fizer, me conta: você usou o polvilho doce ou o azedo? E quantas bolinhas você comeu antes de chegar na mesa? Me conta nos comentários, eu quero saber se você também virou um ladrão de pão.
Essas dicas vão transformar seu pão de batata doce, não é só receita, é evolução na cozinha
Quanto tempo esse pãozinho dura? Armazenamento sem erro
Se sobrar (e duvido), guarde em um pote hermético na temperatura ambiente por até dois dias. Depois disso, a crosta perde o charme e vira morno, sabe? Na geladeira, dura uns quatro dias, mas antes de servir, passe no forno quente por cinco minutos, volta ao estado quase original. Congelar? Claro. Só não faça como eu fiz uma vez: coloquei as bolinhas cruas direto no saco, sem pré-congelar separadas. Resultado? Um bloco sólido que parecia um meteorito. Faça assim: espalhe na assadeira, congele por quatro horas, depois embale bem. Dura até três meses. Quando quiser, é só assar direto do congelador, aumenta uns cinco minutos no tempo.
Sem polvilho? Sem problema. E se quiser mudar a batata?
O polvilho é o coração da massa, mas se faltar, dá pra improvisar com amido de milho, a textura muda, fica mais compacto, menos aerado, mas ainda funciona. Já testei. O segredo é não exagerar: comece com 50g e ajuste. Quer usar outro tubérculo? Abóbora cabotiá ou inhame cozido também funcionam. A batata doce tem um sabor adocicado natural que combina com o orégano, mas a abóbora deixa mais doce ainda, talvez você queira um toque de páprica picante pra equilibrar. Uma vez troquei por mandioquinha e ficou bom, mas o Titanzinho me olhou feio, como se sentisse falta do cheiro de batata. Ele não come, mas sente.
Low carb mesmo ou quer proteína extra?
Essa receita já é low carb por natureza, sem glúten, sem açúcar, sem farinha branca. Mas se você tá num nível mais rígido, pode reduzir a batata doce para 120g e acrescentar duas colheres de sopa de linhaça moída. Fica mais fibra, menos carboidrato. Quer deixar mais proteico? Adicione uma clara de ovo ao purê antes de misturar o polvilho. Não muda muito a textura, mas dá um up no valor nutricional. Daiane gosta de colocar gema mesmo, porque acha que deixa mais macio. Eu não reclamo, ela decide quando é café da manhã especial.
Truque que ninguém conta: cozinhe a batata com casca
É mais fácil descascar depois. Sério. Cozinhe inteira, com casca, na água fria. Quando estiver mole, escorra, espere esfriar um pouco e descasque, sai como luva. Evita perder parte da batata no processo e mantém mais nutrientes. Já perdi metade de uma batata tentando descascar crua com faca cega. Esse truque aprendi com uma tia mineira, que dizia que “quem descasca crua, perde tempo e comida”. Ela tinha razão.
O que serve com isso? Ideias que vão além do óbvio
Claro, com manteiga derretendo é clássico. Mas experimenta com patê de atum temperado com limão e cebolinha, ou um requeijão light com uma pitada de pimenta. Em dias de churrasco na churrasqueira do apartamento, sirvo como entrada com uma geleia de tomate caseira, faz aqui no site, é uma das minhas favoritas. Também combina com ovos mexidos e espinafre refogado. Se for servir num café da tarde, coloque num cestinho com biscoitos, Daiane ama isso, principalmente se tiver algum doce por perto. Ela não come o pão, mas adora montar a mesa.
Já me perguntaram: posso fazer sem tempero? E se grudar tudo?
Pode sim, sem orégano, sem páprica, fica neutro, quase como um pãozinho de tapioca. Ideal pra quem tem restrição ou paladar sensível. Se a massa grudar nas mãos, não entre em pânico. É normal. Molhe as mãos com água fria, não use farinha, isso altera a proporção. Se ainda grudar, pode ser que o polvilho esteja muito úmido ou a batata tenha muita água. Nesse caso, vai adicionando polvilho aos poucos, uma colher de cada vez. E não amasse demais, senão vira uma bola de gude durinha.
Se o pão sair cru por dentro, não jogue fora
Já aconteceu comigo. Tirei cedo, achei que estava dourado por fora, mas por dentro tava pastoso. Solução? Corte ao meio e volte ao forno por mais cinco a oito minutos. Funciona. Se já estiver frio, torre na frigideira com um fio de azeite, cria uma crosta nova e resolve. Outra vez, um pãozinho ficou grande demais e não assou igual. Agora eu sempre me lembro: tamanho uniforme é regra. Tinha feito um “pão-monstro” sem querer. Daiane chamou de “pão-titan”, mas o Titanzinho nem ligou.
E se eu te disser que esse pão pode virar pizza?
Não é piada. Assado, corte ao meio, passe molho de tomate, queijo ralado e leve de novo ao forno até gratinar. Vira um mini-pizza fit. Meu amigo chef, que trabalha no interior, me mostrou essa versão. Ele usa numa degustação rápida, tipo finger food. Também já usei os pãezinhos esfarelados como “farinha” pra empanar frango, sim, frango, que o Titanzinho não pode, mas eu posso. Coloco ovo, passo nos pãezinhos triturados e frito. Fica crocante e diferente.
Por que polvilho faz crescer sem fermento?
É química simples, mas parece mágica. O polvilho, quando aquecido, libera vapor de água preso na estrutura do amido. Esse vapor empurra a massa pra fora, criando aquela textura aerada. O azedo tem um pouco de ácido láctico da fermentação natural, por isso tem mais força de expansão, daí a crosta mais crocante. O doce é mais neutro, então o crescimento é mais suave. Por isso misturar os dois pode dar um resultado intermediário: crocância com maciez. Teste e veja qual você prefere.
Sabia que o polvilho é brasileiríssimo?
Vem da mandioca, ingrediente ancestral, usado por povos indígenas há milênios. O processo de extração do amido é artesanal e antigo, lavar, ralar, prensar, decantar. Hoje é industrializado, mas a essência é a mesma. Regiões como Espírito Santo e Minas Gerais são grandes produtores. E o pão de queijo? Nasceu lá, mas esse pão de batata doce com polvilho é uma releitura moderna, adaptada pra quem busca praticidade e saúde sem perder sabor. Não é só comida, é cultura sendo reinventada.
Se você chegou até aqui, provavelmente já está com a massa na mão ou planejando fazer amanhã. Conta pra mim: qual foi sua maior dificuldade? Você usou polvilho doce ou azedo? E quantos pãezinhos sumiram antes da família ver? Deixa um comentário, compartilha sua experiência, pode ser exatamente o que alguém precisa ler antes de tentar. Ah, e se curtir, marca a gente no Instagram @sabornamesaoficial. Vemos por lá.
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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