Se você acha que pizza só é boa quando vem com entrega, eu te desafio a tentar essa receita de pizza marguerita. Não é magia. É só um pouco de paciência e ingredientes que não mentem.
Já fiz essa pizza com farinha de supermercado, com água da torneira, e ainda assim, quando sai do forno, a casa inteira para. A Daiane, que nem gosta de café, veio correndo só pelo cheiro. E o Titan? Ficou sentado na porta da cozinha, olhando como se fosse o guardião da última fatia. O segredo? Nada de exageros. Tomate bem cozido, queijo de búfala que derrete no ar, e manjericão fresco que você pega na janela. Nada de molho pronto. Nada de queijo industrial.
A massa precisa de tempo. Não tem jeito. Mas quando ela cresce, fica macia por dentro e crocante por fora? É aí que a coisa vira outra. Se você já tentou e deu errado, não se culpe. Eu queimei três antes de acertar. Agora, bora? A próxima pizza é sua.
A Melhor Receita de Pizza Marguerita do Mundo: Saiba como fazer
Rendimento
1 pizza (8 pedaços)
Preparo
2h30
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
0 de 9 marcados
Para a massa:
Para o molho e recheio:
Tudo isso eu encontro no mercado aqui perto. Já tentei com mussarela comum uma vez, mas não é a mesma coisa. O queijo de búfala tem um suco que escorre e gruda na borda... é tipo prêmio de consolação quando a fatia acaba.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
Massa simples, mas com alma:
Numa tigela grande, coloque a farinha e o sal. Misture só pra distribuir. Em outra vasilha, dissolva o fermento na água morna – se estiver muito quente, ele morre, aí sua massa vira panqueca.
Despeje a água com fermento sobre a farinha e comece a misturar com as mãos. Vai ficar uma bagunça no começo, mas continue até formar uma bola.
Passe pra bancada enfarinhada e sove por uns 8 minutos. A massa precisa ficar lisa, elástica e soltar das mãos. Se grudar muito, coloque um fio de azeite nas mãos, não farinha – senão corre o risco de ficar dura.
Volte pra tigela, cubra com filme ou um pano úmido e deixe descansar por 2 horas num lugar sem corrente de ar. Ela vai crescer bem, quase dobrando de tamanho.
Molho caseiro, zero pressa:
Enquanto a massa descansa, leve o tomate picado pra uma panela pequena. Cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez em quando.
Não precisa cozinhar demais – uns 10 minutos são suficientes pra amolecer e soltar um pouco de caldo. Tempere com sal e pimenta do reino moída. Desligue e reserve.
Se quiser um molho mais encorpado, amasse levemente com um garfo ainda na panela. Mas cuidado pra não virar purê.
Abrindo a massa com paciência:
Depois de descansada, pegue a massa e aperte levemente pra tirar o ar. Abra com as mãos numa superfície limpa, sem exagerar na farinha – ela tem que respirar.
Vire ela na palma das mãos e vá girando devagar, como se estivesse segurando um volante. Isso ajuda a esticar naturalmente, sem rasgar.
Fique atento às bordas: deixe um contorno mais alto pra segurar o recheio. Ninguém merece molho escorrendo pela assadeira.
Montagem final e forno:
Pré-aqueça o forno a 220°C. Se tiver uma pedra refratária, use. Senão, uma assadeira invertida funciona bem.
Espalhe o molho de tomate com cuidado, deixando as bordas limpas. Distribua a mozarela rasgada com as mãos – não corte, o rasgo solta mais líquido.
Leve ao forno por cerca de 20 minutos, até a borda dourar e o queijo borbulhar. Se seu forno tiver convecção, use – ajuda a cozinhar por igual.
Sacada final: retire do forno, espalhe as folhas de manjericão fresco e regue com um fio generoso de azeite. Pronto, tá no ponto.
Já perdi a conta de quantas vezes fiz essa pizza. Tem dias que é almoço de domingo, outros que é jantar improvisado depois do trabalho. Uma vez a Daiane chegou e disse “nem preciso perguntar o que tem pra comer”. O cheiro entrega tudo. E o Titan? Ele nem late mais, só senta e espera. É tipo um ritual silencioso entre nós três.
Se você nunca fez massa de pizza em casa, essa é a hora. Não precisa de balança, nem de termômetro. Só precisa confiar no processo. Depois que provar, duvido que volte pro delivery. Faz aí e depois me conta como foi – se a massa ficou crocante, se o queijo derreteu direito, se alguém tentou roubar sua fatia. Quero saber tudo.
Dicas que transformam sua pizza de comum em inesquecível
Quanto tempo ela aguenta? E o que fazer com o que sobrar?
Se você deixar na geladeira, a pizza dura até 3 dias, mas atenção: ela perde a crocância. O queijo fica mole, a massa amolece. Não é ruim, é só diferente. O ideal é aquecer no forno ou na frigideira, só uns 5 minutos em fogo médio, com tampa, pra ela voltar a respirar. Se for congelar, faça em pedaços individuais, envolva em papel alumínio e depois em filme. Dura até 2 meses. Mas não espere que fique como recém-saída do forno. É uma sobra, não uma nova pizza. E se tiver sobra? Vire um pão de queijo de pizza: corte em cubinhos, passe no azeite e leve ao forno. Fica crocante, ótimo pra petiscar.
O passo que quebra a maioria, e como consertar sem desespero
A massa não cresceu? Calma.
Já aconteceu comigo. A massa ficou como uma pedra. O que fiz? Peguei um pouco de água morna, joguei uma colher de açúcar, dissolvi o fermento de novo, sim, mesmo que já tivesse usado, e esfreguei na massa com as mãos. Depois, coloquei num recipiente fechado, dentro do forno desligado, com uma tigela de água quente ao lado. Em 40 minutos, ela cresceu. Não é mágica, é calor e paciência. O fermento não morreu, só dormiu. E se não crescer de jeito nenhum? Vire uma focaccia. Espalhe, regue com azeite, sal e alecrim. Assa. Vira outra coisa, mas ainda é deliciosa.
Por que rasgar o queijo e não cortar?
Eu já cortei. Fiz várias vezes. E sempre me arrependi. Quando você rasga a mozzarella de búfala com as mãos, ela solta o soro natural, aquele líquido que parece leite. Esse soro é o que faz o queijo derreter de forma irregular, criando aquelas manchas douradas e molhadas que a gente ama. Cortado, ele vira um bloco de queijo. A textura muda. O sabor muda. E o Titan? Ele percebe. Fica na porta da cozinha, olhando com aquela cara de “você fez algo errado”. Não vale a pena.
Erros que eu cometi (e que você pode evitar)
Confissões de quem já queimou pizza no forno
Já usei água quente demais pra dissolver o fermento. Resultado? Massa plana. Não cresceu nem um centímetro. O fermento morreu. Aprendi: a água precisa estar morna como a mão de alguém que acabou de lavar os pratos, não quente, não fria. Outro erro: eu enchia a pizza de molho. Achava que mais era melhor. Ficava úmida por dentro, e a base ficava crua. Agora uso só o suficiente pra cobrir. Um pouco de tomate, um toque de sal, um fio de azeite. Menos é mais. E o manjericão antes do forno? Já fiz. Ficou preto. A folha seca, perde o cheiro. Coloque sempre depois, quente, pra ele soltar o aroma no ar.
Trocas inteligentes, sem trair a alma da pizza
Se não acha mozzarella de búfala, use a de vaca fresca, mas não a industrializada. A da caixinha é um erro. Prefira a que vem em água, na embalagem de plástico. Se quiser vegan, use queijo de castanha de caju, mas não espere o mesmo derretimento. O molho? Se não tiver tomate fresco, use uma boa polpa de tomate sem adição de sal. Mas não use molho pronto. Nada de “molho de pizza” da prateleira. É como colocar perfume de fruta artificial no lugar de uma flor. O manjericão? Se não tiver, use folhas de orégano fresco. Não é a mesma coisa, mas ainda é bom. E a farinha? Se for integral, use 20% a menos de água. Ela absorve mais. Já tentei, e ficou com um gosto de pão de centeio, não ruim, só diferente.
O truque da assadeira invertida, e outros pequenos milagres
Como assar sem pedra refratária
Não tem pedra? Use uma assadeira de metal, virada de cabeça para baixo. Coloque no forno enquanto ele aquece. Quando a massa estiver pronta, deslize ela direto na assadeira quente. O metal retém o calor e dá um crocante que parece forno a lenha. Já fiz assim, e a Daiane perguntou: “Você comprou uma pizza nova?” Não, só uma assadeira e um pouco de fé. Outro truque: antes de abrir a massa, deixe ela na geladeira por 15 minutos. Isso relaxa o glúten, e ela fica mais fácil de esticar sem voltar. Não é mágica, é física.
O que beber com essa pizza? Não é só vinho
Dois jeitos que ninguém espera
Claro, um bom vinho tinto combina. Mas aqui em casa, a Daiane prefere um chá gelado de hibisco. É ácido, fresco, corta a gordura do queijo e não pesa. Já fiz uma vez com um suco de laranja natural, sem açúcar. Surpreendentemente, o azedinho da laranja com o tomate e o manjericão… foi como um verão em cada garfada. E se quiser algo mais ousado? Uma cerveja Pilsen gelada. A leveza dela limpa a boca entre uma fatia e outra. Não precisa ser sofisticado. Só precisa ser gostoso.
Nada se perde, mesmo a massa que não cresceu
Se a massa não crescer, não jogue fora. Misture com um ovo, um pouco de queijo ralado e um fio de azeite. Faça bolinhos e asse. Vira um pãozinho de massa de pizza. Já fiz isso com a massa que eu achava que tinha estragado. Ficou ótimo pra café da manhã. E o queijo que sobra? Derreta com um pouco de creme de leite, faça um molho e sirva com legumes assados. Ainda tem manjericão? Faça um pesto rápido com azeite, noz e sal. A vida é feita de sobras, e elas merecem ser reutilizadas com carinho.
Serve em jantar romântico? Em almoço de família?
Claro. Já fiz essa pizza numa noite de chuva, com luzes baixas, uma vela no centro da mesa. A Daiane não disse nada. Só sorriu, pegou uma fatia, e comeu devagar. Foi mais silencioso que qualquer discurso. Mas se for um almoço com amigos? Faça duas massas. Deixe cada um montar a sua. Coloque os ingredientes em travessas. É divertido, é compartilhado. E o Titan? Ele fica na porta, como se fosse o mestre de cerimônias. Ninguém se atreve a comer sem ele aprovar.
Duas coisas que ninguém te conta sobre pizza
O silêncio da massa e o cheiro da espera
Quando a massa está descansando, o silêncio que ela produz é diferente. É o silêncio da transformação. Não é só fermentação. É como se a massa estivesse respirando. Eu fico perto, ouço. É uma sensação rara. E o cheiro? Quando o forno esquenta, o cheiro da farinha, do azeite, do tomate… é como se o apartamento inteiro se lembrasse de algo antigo. É o cheiro de domingo na casa da minha avó. Não sei se é memória, mas eu sinto isso.
Segundo: o manjericão fresco, quando você pega da planta, solta um cheiro que parece limão, menta e terra ao mesmo tempo. É o cheiro da infância. E se você não tiver planta? Vá até um mercado, pegue um ramo. Cheire. Feche os olhos. Isso é parte da receita também.
Sabia que a margherita nasceu de um erro?
Conta a lenda que, em 1889, uma pizzaiola napolitana fez uma pizza com tomate, mozzarella e manjericão para homenagear a rainha Margherita. As cores eram as da bandeira italiana. Ela adorou. Mas o que ninguém conta é que, na época, o queijo não era de búfala, era de vaca. A mozzarella de búfala veio depois. E o nome “margherita” foi dado por um jornalista, não pela rainha. A receita original era simples, quase pobre. E é por isso que funciona. Não precisa de luxo. Só de verdade.
Faz essa pizza. Não pela perfeição. Faça por amor. Faça porque quer sentir o cheiro da massa crescendo. Faça porque quer ver a Daiane correndo até a cozinha. Faça porque o Titan merece um ritual. E depois, me conta: como foi? A massa cresceu? O queijo derreteu como esperado? Você usou o truque da assadeira? Ou talvez tenha feito alguma variação que ninguém pensou? Comenta aí. Eu quero saber. Porque pizza boa não é só comida. É memória, é carinho, é um pedaço de casa.
Última modificação em Terça, 11 Novembro 2025 21:58
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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