Se você acha que risoto só dá com arroz especial, tá na hora de repensar. Eu já fiz esse prato com arroz comum, e não foi um acidente, foi um desafio que virou vício. Afinal, quem disse que o segredo tá no grão e não no jeito de tratar ele?
Refogue bem o alho no azeite, até ele dourar sem queimar, isso é o que faz a diferença. Depois, vai colocando o caldo aos poucos, como se estivesse conversando com o arroz. Mexe, espera, mexe de novo. Não precisa de vinho, nem de creme de leite. Só precisa de paciência, queijo gorgonzola derretendo devagar, e presunto que solta um salgado que combina como um abraço. A Daiane já provou e não disse nada… mas limpou o prato até brilhar.
E se você tem arroz normal na despensa e quer um jantar que parece feito em restaurante, essa é a sua chance. Não precisa de ingredientes caros, só de atenção. Se quiser saber como fazer, e como não estragar tudo, vem ver o passo a passo abaixo. E depois me conta: você também já tentou fazer risoto com arroz comum?
Receita De Risoto de Arroz Branco Normal Comum De Queijo E Presunto Simples E Fácil: Saiba Como Fazer
Rendimento
3 porções
Preparo
50 min
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
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Tudo isso é o que eu tenho na despensa num dia de preguiça e vontade de comer algo que pareça que eu me esforcei. O segredo? O presunto e o gorgonzola. Um salgado, outro forte, juntos, fazem o arroz comum parecer que foi feito em outro planeta.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
O passo a passo, sem enrolação:
Coloque o azeite numa panela larga, não aquela funda, a larga, que dá pra mexer sem virar sopa. Deixe esquentar bem, mas não ferver.
Adicione o alho picado. Mexa devagar, só o suficiente pra ele soltar o cheiro. Quando começar a dourar, não escurecer, só dourar, tá na hora. Se queimar, recomeça. Já fiz isso. A cozinha cheirou a queimado por uma hora.
Jogue o arroz. Sim, o comum. Mexa direto, como se fosse um refogado. Deixe ele soltar um pouco de gosto, até que fique levemente translúcido nas pontas. Isso é o que ele precisa pra não virar mingau depois.
Agora vem o truque: comece a colocar o caldo, uma concha de cada vez. Não joga tudo. Mexe, espera, mexe de novo. O arroz comum não solta amido como o arbóreo, então você tem que ser mais paciente. É como conversar com alguém tímido, não adianta gritar, tem que esperar a resposta.
Quando o caldo quase sumir, coloca mais. E vai assim, até uns 30 minutos. Não se apresse. Se você correr, o arroz fica duro no meio. Já tentei. Ficou tipo pedrinha. Foi feio.
Agora, quando o arroz estiver quase no ponto, ainda com um pontinho firme no centro, é hora dos cogumelos. Eles vão dar um gosto de terra, de madeira, de algo que não é só arroz.
Depois, entra o presunto. Não mistura logo, só deixa ele derreter no calor do arroz. Ele vai soltar um salgado que faz tudo ganhar vida. Se tiver um pouco de gordura, melhor.
Quase no final, joga os queijos: gorgonzola, muçarela e o parmesão. Mexe devagar, sem pressa. O gorgonzola vai derreter e fazer uma nuvem escura, a muçarela vai dar aquele fio, e o parmesão vai grudar tudo junto. Se quiser, pica eles antes, mas eu prefiro deixar em pedaços, pra ter surpresa na colherada.
Desliga o fogo. Sim, desliga. O calor residual termina o serviço. Deixa o risoto descansar uns 3 minutos, com a tampa fechada. É nesse tempo que o cheiro verde entra, só por cima, sem mexer. Se mexer agora, perde o frescor.
Prova. Se precisar de sal, coloca um pouquinho. Mas o presunto e os queijos já são fortes. Acho que não vai precisar.
Pronto. Serve quente, com o prato ainda quente da panela. Se sobrar, é melhor comer no dia seguinte, o arroz comum não fica tão bom gelado, mas ainda é bom. Ainda.
Fiz esse risoto numa noite que a Daiane chegou cansada, e eu não tinha nada na geladeira além de arroz, presunto e um pedaço de queijo que estava quase esquecido no fundo. Foi o mais simples que já fiz. E foi o que ela mais elogiou. “Foi você que fez isso?”, perguntou. Eu só respondi: “Foi o presunto, não eu.” Se você tem medo de usar arroz comum, esquece. Esse é o tipo de prato que te ensina que a técnica importa mais que o ingrediente. Tenta aí. Se fizer, me conta: que queijo você usou? Se o presunto foi de boa qualidade? Ou se, como eu, acabou comendo o que sobrou no dia seguinte… e fingiu que foi planejado.
Arroz comum? Sim, e aqui está o jeito certo de fazer risoto, sem frescura
Quanto tempo dura? E por que não é tão fácil quanto parece guardar
Se sobrar (e acho difícil), guarde em recipiente hermético na geladeira por até três dias. Não mais. Arroz comum perde a textura mais rápido que o arbóreo, vira uma pasta empelotada, tipo mingau de bebê. Reaqueça em fogo baixo, com uma colher de água ou caldo, e mexa devagar, como se estivesse acariciando. Já tentei no micro-ondas. Foi um desastre. Daiane olhou, suspirou e disse: “vai ter que fazer de novo, né?”. E eu fiz. Porque, mesmo frio, ainda tem um cheiro de casa.
O truque do alho dourado, e como não queimar sua noite
Se o alho queimar, você não salva o risoto. Ponto.
Esse é o passo mais delicado. O alho precisa dourar, não escurecer. A diferença é de segundos. Eu já queimei duas vezes, e a cozinha cheirou a fumaça por uma hora. Agora, uso uma colher de pau e fico olhando, sem tirar o olho. Quando ele solta o cheiro, quando a cor passa de amarelo para dourado, e não para marrom, é hora de jogar o arroz. Se você se distrair, mesmo por cinco segundos, o gosto fica amargo. E não tem como disfarçar. Já vi gente colocar mais sal. Não funciona. O segredo é atenção. E talvez um pouco de sorte.
Sem gorgonzola? Sem problema. Mas não use qualquer queijo
O gorgonzola é o coração deste prato, ele traz o salgado, o azedinho, o choque. Se não tiver, troque por um queijo azul mais suave, como o roquefort, ou até um queijo de cabra envelhecido. Mas evite queijos cremosos como o requeijão ou o cottage. Eles não derretem certo. Já usei cheddar, e funcionou, mas perdeu a alma. Se for vegetariano, substitua o presunto por um cogumelo mais forte, tipo shiitake seco, refogado no azeite. E não esqueça de um fio de vinagre balsâmico no final. Só um fio. Para equilibrar.
Você está cozinhando como se fosse macarrão. Pare.
Arroz comum não é macarrão. Ele não quer água em abundância.
Esse é o erro número um. Jogar todo o caldo de uma vez, esperar ferver, depois escorrer. Isso não é risoto. É arroz cozido com sabor de queijo. O segredo é a paciência. Concha por concha. Mexer. Esperar. Mexer. É como se você estivesse pedindo ao arroz: “vem cá, me dá um pouco do seu amido”. Ele não vai dar tudo de uma vez. Ele vai dar aos poucos. E se você for agressivo? Vai virar uma massa grudenta. Já fiz isso. Ficou parecendo cuscuz. Daiane não disse nada. Só limpou o prato com o pão. E eu aprendi.
Sobrou presunto? Não jogue. Transforme.
Todo pedaço de presunto que sobra vira caldo. Coloque os ossos, as bordas, os pedaços mais secos, numa panela com água, cebola e cenoura. Ferva por uma hora. Coe. Esse caldo é o segredo para o próximo risoto. E se tiver sobra de arroz? Faça bolinhos. Misture com um ovo, farinha de rosca, frite. Fica crocante por fora, cremoso por dentro. É o que eu faço quando o Titanzinho fica encarando o prato vazio e eu não quero desperdiçar. Ele não come, mas fica feliz por ver a gente cuidando.
Como deixar isso com cara de restaurante, sem gastar nada
Um toque de limão e um fio de azeite bom, isso muda tudo
No final, antes de servir, rale um pouquinho de casca de limão siciliano por cima. Só um pouquinho. O aroma corta a gordura do queijo e do presunto. Depois, jogue um fio de azeite extravirgem, o que você guarda só para ocasiões especiais. Não misture. Deixe cair em cima. É como colocar um lenço de seda em cima de um jeans. Fica elegante. E não precisa de nada mais. A Daiane já provou e disse: “isso não é risoto. É um abraço”.
“Mas e o amido? O arroz comum não solta amido, né?”
É verdade. Ele não solta como o arbóreo. Mas ele solta. E o que faz o risoto cremoso não é só o amido, é a técnica. O movimento constante, o calor lento, o caldo sendo absorvido aos poucos. Isso faz o grão se soltar, se abrir, se transformar. O amido é um aliado, não o dono. Já fiz com arroz de saco de 5kg, comprado no mercado da esquina. Ficou melhor que alguns que já comi em restaurantes caros. Porque o amor que você coloca é mais forte que qualquer grão importado.
E se eu te disser que esse risoto combina com geleia de morango?
Sim, isso é real. E não é loucura.
Numa noite de inverno, sem querer, coloquei uma colher de geleia de morango que a Daiane tinha feito, a daquela receita que ela faz toda primavera, aquela que derrete o coração. Só uma colher. Misturei no prato. Ficou doce, salgado, ácido, cremoso. Foi uma explosão de contraste. Ela riu: “Você é louco, mas isso é bom”. E foi. Não é para todo mundo. Mas se você já teve um café da tarde com pão quente e geleia, e depois um jantar com presunto e queijo… você entende. É como juntar duas memórias. E às vezes, a comida é só isso: lembrança que vira sabor.
Já fiz sem alho. E sem queijo. E com água.
Confesso: uma vez, estava sem alho, sem queijo, e só tinha arroz e presunto. Usei água. Fiz o passo a passo. Mexi. Esperei. E no final, coloquei só o presunto. Ficou… comestível. Mas não era risoto. Era só arroz com sal. Daiane não disse nada. Só me olhou. E eu entendi. A gente não cozinha só pra comer. A gente cozinha pra sentir que ainda pode fazer algo bom, mesmo com pouco. E aí, na semana seguinte, comprei tudo de novo. E fiz de novo. Porque isso aqui não é sobre ingredientes. É sobre querer.
O que combina com esse sabor? Fora do óbvio
Além do vinho tinto leve, experimente um suco de uva integral sem açúcar. O doce da uva equilibra o salgado do presunto. Ou uma cerveja preta, bem seca. E se quiser algo fresco: uma salada de rúcula com um fio de azeite e um pouco de vinagre balsâmico. Nada de molho. Só isso. O amargor da rúcula corta a gordura. E o vinagre? Ele faz o presunto parecer mais nobre. Já experimentou? Se não, é porque ainda não teve coragem. Mas você vai.
Risoto com arroz comum não é tradição. É resistência.
Na Itália, ninguém faria isso. Mas aqui, no Brasil, em apartamentos pequenos, com orçamento apertado, com arroz da despensa e presunto da promoção, esse prato nasceu. Não por falta de opção, mas por escolha. Porque a gente quer um jantar que pareça cuidado, mesmo quando a vida tá corrida. É uma forma de dizer: “não importa o que você tem, você ainda pode fazer algo bonito”. E isso, pra mim, é mais italiano que qualquer risoto de arroz especial.
Serve em jantar romântico? Em dia de preguiça? Serve em qualquer dia que você quiser se sentir bem
Essa receita não espera por ocasião. Ela é para quem chegou cansado. Para quem não tem dinheiro para restaurante. Para quem quer um prato que lembre o cheiro da casa da mãe. Serve em uma noite de chuva, na frente da janela, com a vista da Marginal Tietê iluminada. Serve em uma segunda-feira qualquer, com pijama e sem pressa. E se você quiser, sirva com um copo de água e um pão. Só isso. Porque às vezes, o melhor jantar é o que não precisa de nada além de você, a panela e o silêncio.
E aí? Já tentou fazer esse risoto com arroz comum? Qual queijo você usou? O presunto era de boa qualidade? Ou você, como eu, acabou comendo o que sobrou no dia seguinte e fingiu que foi planejado? Me conta nos comentários. Porque, no fim, não é sobre o arroz. É sobre o que a gente faz com o que tem. E eu acho que isso é o que realmente importa.
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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