Torta Alemã Tradicional e muito saborosa - sua família vai amar

Uma das sobremesas mais incríveis que pode fazer para sua família. Simplesmente surpreendente e muito saborosa.
Torta Alemã Tradicional e muito saborosa - sua família vai amar
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Eu já tentei fazer essa torta três vezes antes de acertar. A primeira, o creme ficou líquido. A segunda, os biscoitos caíram como se fossem um muro de dominó. A terceira? Ainda não saiu da geladeira porque eu fiquei com medo de abrir e ver tudo desmoronando.

A verdade é que não é a receita que é difícil. É o timing. A manteiga precisa estar macia, mas não derretida. O creme de leite precisa ser gelado, e a paciência… a paciência é o ingrediente que ninguém coloca na lista. Eu aprendi isso depois de ver a esposa me olhar com aquele olhar de “você realmente acha que isso vai dar certo?”

Quando finalmente acertei, o silêncio na cozinha foi maior que o barulho da batedeira. Só o titanzinho ficou parado, com o foco de um caçador. A primeira fatia? Foi só eu e a colher. E sim, a gente comeu tudo. Se você também já tentou e desistiu, aqui vai a chance certa. O passo a passo está logo abaixo. Me conta depois: qual foi seu maior erro?

Receita de Torta Alemã Simples e Fácil: Saiba Como Fazer

Rendimento
12 porções
Preparação
6 a 24 h
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

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A gente pensa que é só biscoito e creme, mas o segredo tá na manteiga. Se ela estiver muito fria, vira pedra. Se estiver derretida, vira lama. Eu já fiz os dois. A primeira vez, o creme parecia cimento.

Progresso salvo automaticamente

Modo de preparo

Comece com a manteiga

  1. Coloque a manteiga numa tigela e jogue o açúcar por cima. Não use batedeira ainda. Pega a espátula de plástico e vai mexendo, devagar, como se estivesse amassando pão. O objetivo é que fique cremoso, mas ainda com um pouco de grânulo. Não precisa ser perfeito. Eu nunca consegui.
  2. Quando a mistura começar a clarear e parecer que está “sorrindo”, aí sim, coloca na batedeira. Bate por uns 5 minutos, só isso. Não exagere. Se você bater demais, o ar sai e o creme vira massa de bolo. Já aconteceu.
  3. Desliga a batedeira, pega a caixa de creme de leite gelado e despeja tudo na tigela. Volta a batedeira, só por 10 minutos. Não mais. O creme vai ficar bem liso, tipo chantili, mas sem grumos. Se tiver grumos, é porque o creme não estava gelado. E se não tiver, você fez certo.

Monta a base

  1. Pega a assadeira de fundo removível e coloca os biscoitos menores em pé, na borda, apertando um no outro. Enquanto faz isso, vai passando um pouquinho da massa na base deles, é pra grudar. Se não fizer isso, eles caem. Já vi um amigo perder 20 minutos só porque esqueceu esse passo.
  2. Enquanto isso, pega o leite num copo e vai molhando os biscoitos grandes, um por um. Não mergulha, só passa rápido. Se molhar demais, vira papinha. Se não molhar, fica duro como pedra. É um equilíbrio. A gente aprende com o toque.
  3. Coloca os biscoitos molhados no fundo da forma, um por um, até cobrir. Depois, espalha uma camada da massa por cima. Não precisa ser linda. Só cobrir. Depois, mais biscoitos, mais massa. Repete. Até acabar. O último passo é sempre massa. Sempre.

Tempo é tudo

  1. Tapar com papel alumínio. Não com plástico. Com alumínio. Leva pra geladeira. Mínimo 6 horas. Eu prefiro deixar de um dia pro outro. Acho que a torta respira melhor assim. Se você colocar na geladeira às 22h, pode abrir às 8h. É o ideal.
  2. Se você abrir antes, a massa não segura. Se abrir depois, não muda quase nada. Mas a gente gosta de pensar que o tempo faz milagre. E talvez faça.

A cobertura

  1. Derrete o chocolate ao leite no micro-ondas, em intervalos de 30 segundos. Vai olhando. Quando ele começar a brilhar, pára. Ainda tá duro? Mexe com a espátula. O calor residual termina o serviço. Não precisa derreter tudo de uma vez.
  2. Mistura com o creme de leite. Só isso. Vai virar uma pasta grossa, escura, que parece que não vai dar certo. Mas vai. É a ganache. Ela não é mágica, só precisa de tempo e calma.
  3. Despeja por cima da torta. Espalha com a espátula. Não precisa ser perfeito. A gente não faz torta para a internet. Faz para comer.

O detalhe

  1. Derrete o chocolate branco, só um pouquinho. Põe num saquinho, amarra, corta um cantinho. Não precisa ser fino. Só o suficiente para sair um fio.
  2. Faz um círculo, como se fosse um caracol. Depois, passa um palito de dente de dentro pra fora. Depois, de fora pra dentro. Não precisa ser arte. Só precisa ser você. Se sair torto, tá bom. Se sair bonito, é sorte.

Desenforme e sirva

  1. Pega um prato grande, vira a torta. Se a base tiver grudado, dá um leve balanço. Não force. Se não sair, não tem problema. A gente come direto da forma. Já fiz assim. A Daiane não disse nada. Só pegou uma fatia.

Eu nunca pensei que uma torta pudesse me ensinar tanto sobre paciência. A primeira vez que fiz, o creme escorreu. A segunda, os biscoitos soltaram. A terceira, eu chorei um pouco. Não por causa da torta. Porque eu estava cansado. E a Daiane, sem dizer nada, só me deu um abraço e disse: “vamos tentar de novo amanhã”. Não foi um discurso. Foi só isso. Mas foi o suficiente.

Se você tá lendo isso e já tentou e desistiu, eu te entendo. Mas tenta de novo. Não por causa da receita. Porque o ato de fazer, mesmo errando, é o que fica. Me conta aqui: qual foi o seu maior erro? E… você já comeu uma fatia ainda na geladeira, sem ninguém ver?

Dicas que vão salvar sua torta alemã antes mesmo de você começar

Quanto tempo dura e como guardar?

Na geladeira, a torta alemã dura até cinco dias. Depois disso, os biscoitos começam a perder a textura, o creme pode soltar um pouco de líquido, e o chocolate perde o brilho. Se quiser congelar, dá pra deixar até dois meses. Só precisa de cuidado: quando tirar do freezer, espere duas horas em temperatura ambiente antes de servir. E não re-congele depois de descongelada, isso estraga a textura. Já tentei reaproveitar sobra congelada… virou uma massa úmida. Nem o titanzinho quis.

O maior erro? Manteiga errada ou pressa no tempo

A manteiga tem que estar macia, mas não derretida. Se estiver fria demais, o creme fica grumoso. Se estiver derretida, o creme desanda. E o tempo na geladeira? Não tem atalho. Menos de seis horas, a torta não firma. Já abri a geladeira depois de três horas só pra “dar uma olhada”… e vi o creme escorrendo. Foi triste. Deixa descansar. A paciência é parte da receita.

Truque para molhar biscoito sem virar papinha

Não mergulhe. Passe rápido no leite, tipo um segundo. Um por um. Se fizer tudo de uma vez, eles encharcam. Eu uso um copo fundo e largo, coloco o leite, e passo só a metade do biscoito. Assim, ele absorve o necessário e ainda segura a forma. Daiane me ensinou isso. Ela diz que é “como beber café quente: com calma, senão queima”.

O que serve bem com essa torta?

Além do café, claro

Café preto é clássico. Mas se for de tarde, um chá de camomila ou erva-cidreira combina bem com o doce. Em festas, já servi com vinho do porto, surpreendeu todo mundo. Para quem quer algo mais leve, sorvete de creme ou iogurte natural corta a gordura do creme. Ah, e se for servir em um almoço de domingo? Uma fatia pequena depois do churrasco funciona. O contraste entre carne e doce é bom demais.

E se eu quiser fazer sem chocolate ao leite?

Pode usar meio amargo, se preferir menos doce. Ou até chocolate dietético, se for pra alguém controlando açúcar. O creme de leite pode ser light, mas o resultado final fica menos encorpado. Já testei com nata batida, ficou mais aerado, mas desmanchava fácil. O ideal é manter o creme de leite integral. Se trocar muita coisa, vira outra receita. E nada contra, mas aí a gente chama de “inspirada na alemã”.

Posso usar outro tipo de biscoito?

O maisena é ideal porque é neutro e absorve bem o leite. Biscoito de leite ou champagne pode dar sabor forte demais. Maisena integral? Pode, mas o creme precisa estar mais firme pra compensar a textura mais solta. Já tentei com biscoito de coco… foi interessante, mas a Daiane achou estranho. Cada família tem seu jeito.

Como evitar que os biscoitos da borda caiam?

É simples: use a massa cremosa para grudar a base deles na lateral da forma. Aperta bem. E use os menores, porque são mais firmes. Se não grudar direito, eles afundam ou tombam. Um amigo meu fez isso sem colar… a torta saiu parecendo um vulcão prestes a entrar em erupção. Dá pra consertar depois, mas é trabalho extra.

Tem como reduzir o desperdício?

Claro. Se sobrar ganache, pode colocar em potinhos pequenos e congelar. Depois, usa como cobertura de bolo, pote de morango, ou até num pão de queijo. Chocolate não estraga fácil. Também dá pra aproveitar pedaços de biscoito quebrados no fundo da embalagem, desde que não estejam úmidos. Misturo com manteiga e açúcar, esmago e uso como base de torta de frutas. Economiza e evita lixo.

Já fiz a torta inteira e esqueci de montar com os biscoitos na lateral

Foi vergonha. Quando fui desenformar, tudo desmoronou. A Daiane riu tanto que nem reclamou. Consertei na marra: peguei a torta caída, coloquei numa travessa funda, joguei a cobertura por cima e chamei de “torta desmontada”. Serviu. Ninguém notou. Quase ninguém. O titanzinho ficou desconfiado.

Versão diferente: com doce de leite

Troca o creme de chocolate por doce de leite caseiro. Fica mais brasileiro, mais cremoso, e ainda combina com nozes picadas por cima. Já fiz assim num aniversário. A galera adorou. Tem gente que prefere até mais que a original. E se quiser incrementar, uma pitada de canela ou flor de sal no doce de leite dá um toque inesperado.

Por que usar creme de leite gelado?

Porque ele bate melhor. Quando tá gelado, incorpora mais ar e não desanda tão fácil. É igual chantili: se o recipiente ou o creme estiverem quentes, vira água. Eu já ignorei isso num dia quente… o creme ficou mole, e precisei recomeçar. Desde então, sempre guardo a caixa na geladeira pelo menos duas horas antes.

O que fazer enquanto a torta está na geladeira?

Esperar é chato, mas produtivo. Pode aproveitar pra limpar a cozinha, organizar as panelas, ou planejar a próxima receita. Já escrevi dois posts do Sabor na Mesa esperando torta firmar. Também dá pra fazer aquilo que você adia: ligar pra mãe, responder mensagens, ou só sentar e respirar. Cozinhar não é só mexer panela. É também saber parar.

Sabia que ela não é alemã?

Pois é. Apesar do nome, a torta alemã nasceu em Campinas, nos anos 90, criada por uma brasileira para o Café Bruges. Virou moda, espalhou pelo país, e hoje todo mundo acha que veio da Europa. Até eu achava. Descobri depois, pesquisando pra um post. Tem site até falando que é suíça. Mentira. É nossa. Brasileira. Igual feijoada com torresmo. Às vezes, a gente inventa e depois acha que veio de longe.

E aí, qual foi a sua experiência com essa torta? Já tentou alguma variação? Ou teve algum desastre memorável? Conta aqui nos comentários, histórias boas ou ruins, todas têm lugar. E se gostou, compartilha com alguém que precisa de uma dose de doce (e paciência) na vida.

Sobre o autor

Rafael Gonçalves

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

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