Doce Pé de Moça Cremoso e Macio com Leite Condensado

Gostinho de festa junina na sua casa em qualquer dia do ano, sempre que desejar, aproveite com sua família.
Doce Pé de Moça Cremoso e Macio com Leite Condensado
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Eu sempre achei que fazer pé de moça caseiro era coisa de doceira profissional, até o dia que queimei a primeira calda e quase desisti. Mas depois de aprender a técnica certa do ponto do açúcar num curso de doces brasileiros, descobri que é mais simples do que parece. O segredo tá em não mexer a calda enquanto ela não atingir aquele tom dourado perfeito.

Minha Daiane, que é louca por doces, virava os olhos de tanto prazer quando acertei a receita. Agora ela sempre pede quando temos visita. Até o Titan fica com o focinho no ar tentando adivinhar o que tem de bom na cozinha, mas amendoim não pode pra ele, coitado.

Esse pé de moça cremoso caseiro é aquele doce que derrete na boca e faz todo mundo pedir a receita. Vou te mostrar como conseguir a textura perfeita sem mistério nenhum. Bora fazer essa maravilha aí na sua cozinha também?

Receita de Pé de Moça Doce Cremoso e Macio com Leite Condensado: Saiba Como Fazer

Rendimento
18 unidades
Preparo
45 min
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

0 de 8 marcados

Para a calda e base:

Essa receita é bem econômica, gastei uns R$12 no total. Só cuidado com o amendoim, compre de um lugar confiável porque já peguei um meio murcho uma vez e não ficou legal a textura.

Progresso salvo automaticamente

Modo de preparo

Fazendo a calda perfeita:

  1. Pega uma panela antiaderente, essa parte é importante mesmo, já tentei em panela normal e grudou tudo, e coloca o açúcar com a água.
  2. Mexe só até dissolver o açúcar. Depois que ligar o fogo médio, esquece a colher. Sério, não mexe mais. Balança a panela de leve se precisar, mas nada de colher. Aprendi isso na marra depois de cristalizar umas três vezes.
  3. Fica de olho na cor. Quando ficar aquele dourado bonito, tipo cor de caramelo claro, tá no ponto. Não deixa escurecer muito senão fica amargo.

A Daiane sempre fica do meu lado nessa hora falando "já tá pronto? Já tá?", ignore e confie nos seus olhos, o ponto é rápido.

Preparando tudo antes:

  1. Enquanto a calda vai ficando dourada, untar uma forma com manteiga. Pode ser quadrada, redonda, tanto faz. Eu uso uma de 20x20cm.
  2. Deixa a forma untada do lado, e o amendoim também separado. Quando a calda tiver no ponto, o negócio é rápido.

Finalizando o doce:

  1. Tira a panela do fogo assim que a calda chegar no dourado e joga a manteiga, o creme de leite e o mel. Vai borbulhar bastante, é normal não se assusta.
  2. Mexe tudo até incorporar bem e volta pro fogo médio. Agora sim pode mexer à vontade.
  3. Adiciona o amendoim e o leite condensado, mistura tudo e continua mexendo. Vai ficar bem líquido no começo mas vai engrossando.
  4. O ponto é quando a massa desgruda do fundo da panela, igual brigadeiro. Leva uns 15-20 minutos mesmo. Se fizer uma risquinho no fundo da panela e ele não fechar na hora, tá bom.
  5. Despeja na forma untada, espalha bem e deixa esfriar completamente antes de cortar.

Corta em quadradinhos depois de frio. Se tentar cortar quente vira bagunça, já passei por isso. E se grudar na faca, passa um pouco de manteiga na lâmina.

Esse pé de moça caseiro é daqueles doces que enganam pela simplicidade. Parece complicado mas depois que pega o jeito da calda, fica fácil. A primeira vez que fiz a Daiane comeu quatro pedaços de uma vez, quase não sobrou pra visita.

O que achou do ponto da calda? Demorou pra pegar o jeito ou foi de primeira? Conta aqui nos comentários como ficou o seu, adoro saber das experiências de vocês na cozinha. E se tiver alguma dica diferente pra acrescentar, compartilha aí!

Vai fazer o pé de moça? Olha essas dicas que vão fazer diferença!

Quanto tempo dura e como guardar direito

Esse doce é bem resistente. Em temperatura ambiente, num pote fechado ou enrolado num papel filme, ele aguenta de boa uns 15 dias. Já deixei até 20 numa vez que fez bastante e não estragou, mas o ideal é consumir em até duas semanas.

Não precisa por na geladeira não, sério. Ele só fica mais duro lá. A não ser que esteja num dia muito quente e úmido, aí talvez valha a pena guardar na geladeira, mas tira uns 30 minutinhos antes de servir pra voltar à textura normal.

Os 3 pecados capitais do pé de moça (e como evitar)

Já errei tanto essa receita que poderia escrever um livro. Anota aí:

Mexer a calda: Isso é quase um crime. Quando colocar o açúcar com água e ligar o fogo, esquece que existe colher. Balança a panela de leve se precisar, mas nada de mexer. A última vez que fiz isso a Daiane falou "não aprendeu ainda, né?" e teve razão, cristalizou tudo.

Cortar quente: A ansiedade é inimiga do pé de moça. Se cortar antes de esfriar completamente, vira uma bagunça grudenta. Deixa esfriar totalmente, sério. Já perdi a paciência e cortei morno, resultado: os quadradinhos ficaram todos desengonçados.

Passar do ponto: A calda dourada é linda, mas se deixar escurecer demais fica com gosto amargo. O ideal é aquele tom âmbar, cor de mel mesmo. Quando chegar lá, tira do fogo na hora.

O momento crítico: dominando a calda

Essa parte assusta muita gente, mas é mais simples do que parece. O segredo tá na panela antiaderente e na paciência. Quando o açúcar começa a derreter e formar aquelas bolhinhas, fica tranquilo que é assim mesmo.

Uma dica que aprendi num curso de doces tradicionais: se aparecer cristais nas laterais da panela, pode passar um pincel molhado em água pra dissolver. Mas confesso que nunca precisei fazer isso, a minha dica mesmo é usar panela antiaderente de qualidade.

Quando a calda tiver na cor certa, joga os outros ingredientes rápido porque ela continua cozinhando mesmo fora do fogo. A primeira vez que fiz, demorei pra colocar a manteiga e queimou um pouquinho, ainda deu pra salvar, mas não ficou perfeito.

Trocas inteligentes para fugir do básico

Não tem amendoim? Sem problemas. Já fiz com castanha de caju picada e ficou divino. Nozes e amêndoas também funcionam, mas aí o sabor fica mais sofisticado.

Quer economizar? Troca o amendoim torrado sem pele pelo com pele mesmo, é mais barato e só precisa tirar a casquinha depois de torado. Dá mais trabalho, mas a economia é boa.

Se não tiver mel, pode usar açúcar mascavo ou até mesmo rapadura ralada. Já experimentei com melado de cana uma vez e surpreendeu, ficou com um sabor mais encorpado, meio que lembra rapadura.

Para todo mundo poder comer

Para fazer sem lactose: troca o leite condensado comum pelo zero lactose, o creme de leite pela versão vegetal (de soja ou castanha) e a manteiga por margarina ou óleo de coco. Fiz para uma visita da Daiane que é intolerante e ninguém percebeu a diferença.

Versão vegana: além das trocas acima, usa leite condensado de soja (tem em casas de produtos naturais) e melado no lugar do mel. A textura fica um pouquinho diferente, mas ainda assim muito gostosa.

Quando o básico enjoa

Já cansou do tradicional? Tenta colocar 2 colheres de sopa de coco ralado junto com o amendoim. Fica uma delícia e lembra aqueles doces nordestinos.

Outra variação que inventamos aqui em casa: substitui metade do amendoim por uva-passa. A Daiane odiava uva-passa até experimentar nessa receita, agora é a versão preferida dela.

Para os fãs de chocolate: adiciona 3 colheres de sopa de cacau em pó junto com o leite condensado. Vira um negócio entre pé de moça e brigadeiro, perigoso de acabar rápido.

Evitando desperdício, até as sobras viram coisa boa

Se sobrar muito (o que é raro aqui em casa), pode reaproveitar de várias formas. Já usei restos de pé de moça como recheio de bolo, fica incrível, especialmente em bolo de chocolate.

Outra ideia: derrete um pouco e usa como calda para sorvete. Só esquentar em banho-maria e regar por cima. Ou então faz uma farofa doce triturando no processador e usando para empanar banana frita.

A casca do amendoim que sobra? Joga no vaso de plantas como cobertura morta, ajuda a manter a umidade. Aprendi com minha sogra que mora no litoral e sempre reaproveita tudo.

Como impressionar as visitas chiques

Para elevar o nível, usa amendoim japonês (aquele mais crocante) e finaliza com flor de sal. Parece coisa de restaurante caro, mas é o mesmo doce com um detalhe a mais.

Outra ideia: em vez de cortar em quadrados, faz bolinhas com as mãos untadas e passa no açúcar cristal. Parece trufa e fica lindo numa bandeja.

Se quiser mesmo arrasar, serve com uma bola de sorvete de creme e calda de caramelo salgado. A última vez que fiz isso para uns amigos, quase não sobrou para a sobremesa principal.

Dois segredos que ninguém conta

O poder da umidade: Em dias muito secos, o doce pode ficar mais duro. Se perceber que está assim, deixa um copo com água dentro do pote onde guardou. Não encosta no doce, só a água evaporando já ajuda a amaciar.

Timing perfeito: A melhor época para fazer pé de moça é no inverno. Não é lenda, o açúcar cristaliza menos no tempo seco e frio. Aqui em São Paulo, quando chega junho, já sei que é hora de fazer a fornada anual.

O que beber junto? Dicas de harmonização

Café coado forte é o clássico que nunca falha. Mas se quiser inovar, experimenta com chá preto com bergamota, o amargo do chá contrasta divinamente com o doce.

Para ocasiões especiais, um vinho do porto branco combina surpreendentemente bem. A Daiane não gosta muito de café, então sempre servimos com chá para ela.

E se for servir para crianças ou quem não toma cafeína, suco de laranja pera fica ótimo. A acidez corta a doçura na medida certa.

Perguntas que sempre me fazem

Posso fazer sem amendoim? Pode, mas aí vira basicamente um brigadeiro mais consistente. Fica gostoso, mas não é mais pé de moça.

Por que minha massa não engrossa? Provavelmente não cozinhou o suficiente. O ponto é quando ela desgruda totalmente do fundo da panela. Se ainda estiver mole, continua mexendo em fogo baixo.

Devo usar fermento? Tem gente que coloca, mas a receita original não leva. Já testei com e sem, com fermento fica mais fofinho, sem fica mais denso e cremoso. Prefiro do jeito tradicional.

De onde veio essa delícia?

O pé de moça é um doce tradicional brasileiro, desses que as avós faziam nas fazendas. O nome é curioso, dizem que vem dos pés descalços das moças que pisavam na massa nas cozinhas antigas, mas acho que é lenda.

Na verdade, a receita como conhecemos hoje provavelmente surgiu no interior de São Paulo e Minas Gerais, onde tinha bastante amendoim e açúcar. É uma variação mais macia do pé-de-moleque, que é duro.

Consultando o site do Embrapa, descobri que o amendoim era muito cultivado pelos indígenas antes mesmo da colonização. Eles já faziam uma pasta com amendoim torrado e mel, basicamente a avó do nosso pé de moça!

E aí, preparado para fazer o melhor pé de moça da sua vida? Conta aqui nos comentários como ficou o seu, adoro saber das experiências de vocês! Se tiver alguma dica diferente ou uma variação que deu certo na sua casa, compartilha com a gente. Quem sabe sua ideia não vira a próxima dica aqui no site?

Sobre o autor

Rafael Gonçalves

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

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