O primeiro creme inglês que tentei virou uma omelete doce. As gemas coagularam tudo, ficou com pedacinhos e eu quase desisti de fazer sobremesas a base de ovos.
Depois de um curso de confeitaria, aprendi que o segredo está em duas coisas: bater as gemas com o açúcar até clarear bem, e adicionar o leite quente bem devagar, uma concha de cada vez. Parece bobagem, mas faz toda diferença na textura.
Essa receita com apenas quatro ingredientes é uma das mais versáteis que conheço. Uso como base para sorvetes, calda para brownie, ou simplesmente sirvo com frutas vermelhas. A Daiane adora quando faço para acompanhar o bolo de chocolate dela.
O creme inglês que vou te mostrar abaixo é a versão que finalmente deu certo depois de várias tentativas. Ele fica cremoso, sedoso e não forma aqueles gruminhos indesejados. Se você seguir o passo a passo, vai conseguir uma sobremesa de restaurante com ingredientes básicos de casa. Depois me conta nos comentários como ficou o seu!
Primeiro, separe as gemas com cuidado. Eu quebro o ovo e passo a gema de uma metade da casca para a outra, deixando a clara escorrer. Funciona bem.
Coloca as 3 gemas numa tigela média e adiciona o açúcar. Bate com um fouet ou garfo até ficar bem claro e fofo. Isso aqui é importante, quanto mais você bater, mais liso fica o creme.
Aquecendo o leite:
Enquanto isso, esquenta o leite numa panela em fogo médio. Não precisa ferver completamente, só até começar a formar aquelas bolhinhas nas bordas.
Agora vem a parte que eu sempre errava: tira o leite do fogo e adiciona nas gemas bem devagar, uma concha de cada vez, mexendo sem parar. Se jogar tudo de uma vez, as gemas cozinham e ficam com gruminhos.
Finalizando o creme:
Devolve a mistura toda para a panela e volta ao fogo baixo. Mexe constantemente com uma espátula de silicone, eu prefiro ela porque não risca a panela.
Cozinha até engrossar, mas cuidado para não ferver. O ponto é quando o creme cobre as costas da espátula e se você passar o dedo, fica a marquinha.
Tira do fogo e adiciona a essência de baunilha. Mexe mais um pouco.
Passa o creme para uma tigela limpa e cobre com plástico filme encostado na superfície, isso evita aquela película feia em cima.
Leva para a geladeira por pelo menos 2 horas antes de servir. Fica mais gostoso bem geladinho.
Se o creme formar gruminhos, não desespera. É só passar por uma peneira fina antes de levar para gelar. Já salvei vários cremes assim.
Depois que aprendi fazer direito, esse creme virou minha salvação para sobremesas rápidas. Sirvo com frutas, sobre bolo, ou até puro mesmo. A textura fica tão sedosa que parece coisa de confeitaria profissional, mas é tão simples.
E você, já tentou fazer creme inglês em casa? Me conta nos comentários se deu certo ou se teve algum perrengue. Às vezes a Daiane pede para eu fazer uma versão com raspas de limão no lugar da baunilha, fica uma delícia também. Qual sua variação preferida?
Quanto custa em calorias esse pecado?
Uma porção desse creme inglês tem aproximadamente 135 kcal (conforme nossa tabela nutricional completa). Mas sério, quem vai contar calorias quando o assunto é um creme tão gostoso? Só não exagere no segundo prato (ou terceiro...).
Guarda bem? Dura quanto?
Na geladeira, dura até 3 dias se você cobrir com plástico-filme encostado na superfície (pra não criar aquela película horrorosa). Se congelar, aguenta 1 mês - mas a textura fica um pouquinho diferente. Dica: eu costumo fazer metade da receita pra não ter risco de desperdício.
Tá sem ingrediente? Bora improvisar
• Sem baunilha? Raspa 1/2 fava de baunilha no leite enquanto esquenta ou usa 1 colher de rum (fica incrível) • Vegano? Troca o leite por leite de coco e as gemas por 1 colher de sopa de amido de milho dissolvido em água
• Quer mais proteína? Bota 1 scoop de whey protein baunilhado junto com o açúcar
Os 3 pecados capitais do creme inglês
1. Virar omelete: Se o leite estiver muito quente quando misturar com as gemas, elas cozinham na hora. Solução? Espere as bolhas do leite sumirem antes de juntar. 2. Ficar aguado: Tirou da panela antes da hora? Volta pro fogo e mexe mais um pouco até engrossar. 3. Queimar o fundo: Fogo alto é inimigo do creme. Se grudar no fundo, passe pra outra panela e coe.
Truque secreto de confeiteiro
Usa uma colher de pau pra mexer - quando o creme começar a cobrir a parte de trás da colher e você passar o dedo formando um risco que não some, tá no ponto perfeito. Minha esposa Daiane descobriu isso num curso e mudou nossas vidas.
Comer com o quê? Criatividade à solta
• Clássico: sobre bolos quentinhos ou sorvete de creme • Ousado: com frutas vermelhas frescas ou banana caramelada
• Breakfast: regado em panquecas no café da manhã (sim, eu já fiz isso) • Bebida: um espumante doce ou até café expresso pra contrastar
Versão "surpresa-me"
Joga no creme ainda quente: 50g de chocolate meio amargo picado + 1 pitada de pimenta cayena. Mexe até derreter e vira um creme de chocolate com toque apimentado - perfeito pra impressionar visitas.
O momento crítico: quando engrossa
Aqui que muita gente erra. Não para de mexer NEM POR UM SEGUNDO quando tiver no fogo médio. Se precisar, chama alguém pra te substituir por 30 segundos enquanto você descansa o braço. Já deixei grudar uma vez por distração e... bem, melhor nem lembrar.
Se tudo der errado, salva assim:
Virou mingau grudento? Bate no liquidificador com um pouco mais de leite frio. Ficou com pedaços? Coa numa peneira fina antes de gelar.
Estragou o sabor? Adiciona canela em pó ou raspas de limão pra disfarçar.
E as claras que sobraram?
Não joga fora! Faz merengue, omelete ou até adiciona na massa de pão. Eu congelo em forminhas de gelo e uso quando preciso. A Daiane faz uns biscoitinhos proteicos com elas - se quiser a receita, comenta aqui que eu peço pra ela!
Modo "chef estrelado"
Antes de servir, polvilha açúcar queimado por cima (usa um maçarico ou colher quente) e decora com flor comestível. Parece coisa de restaurante 5 estrelas e leva 2 minutinhos a mais.
De onde veio essa delícia?
Apesar do nome, o creme inglês é parente próximo do francês crème anglaise. Dizem que surgiu na Inglaterra vitoriana como base para sobremesas, mas os franceses refinam a técnica. Hoje é clássico mundial - prova que algumas brigas culinárias valem a pena!
2 fatos que ninguém te conta
1. O creme inglês era usado como remédio pra fraqueza no século 19 (e funciona até hoje pro ânimo, né?) 2. Em alguns lugares da Europa, servem quente em xícaras como bebida no inverno - experimenta com um toque de canela!
Perguntas que sempre me fazem
Pode fazer no microondas? Pode, mas é arriscado. Se tentar, esquenta o leite primeiro e mistura aos poucos. Por que minha baunilha formou pontinhos? Provavelmente era essência artificial. Investe numa baunilha de verdade que muda o jogo. Engrossou demais, e agora? Bate com um pouco de leite frio até voltar ao ponto.
Casamentos perfeitos de sabor
• Texturas crocantes: biscoito amanteigado ou nozes picadas • Frutas ácidas: manga ou morango cortadinho
• Toque exótico: gengibre cristalizado ou raspa de laranja • Nostalgia: bolinho de chuva caseiro mergulhado no creme
Já errei feio, já errei rude
Uma vez usei leite condensado achando que ia adoçar sozinho. Virou uma cola doce intragável. Outra vez bati as gemas com batedeira e o creme ficou cheio de bolhas. Moral da história: às vezes o simples feito certo é melhor que invenção.
E aí, topa o desafio?
Esse creme parece simples, mas tem suas manhas. Quando fizer, conta aqui nos comentários como foi sua experiência! Diz aí: vai servir com o que? Inventou alguma variação? E se der errado, a gente te ajuda a consertar.
Um banquete para coroar o creme inglês: combinações que vão fazer seu domingo inesquecível
Depois de preparar aquele creme inglês perfeito - lisinho, com aquele balanço doce e aroma de baunilha que invade a casa toda - falta só montar o resto do menu. Aqui em casa a gente sempre pensa em pratos que conversam bem com sobremesas clássicas, então se liga nessas sugestões que a Daia e eu testamos pra você!
Para começar com o pé direito
Ceviche: leve, fresco e azedinho, esse clássico peruano prepara o paladar sem competir com a doçura da sobremesa. A gente adora servir em taças individuais - fica lindo!
Bruschetta de tomate seco: crocância do pão italiano com aquele tomate que derrete na boca. Combina tão bem que aqui em casa virou tradição de sábado à tarde.
Mini quiches de espinafre: práticos de servir e com um toque sofisticado. A massa folhada faz contraponto perfeito com a cremosidade da sobremesa.
Pratos principais que roubam a cena (mas deixam espaço pro creme inglês)
Ragu de carne que surpreende: clássico reconfortante pra quem quer algo mais encorpado, mas sem pesar. O segredo é cozinhar bem lentamente - o cheiro invade a casa toda!
Fettuccine Alfredo prático: cremoso como a sobremesa, mas salgado. O contraste fica incrível! Na última vez que fizemos, quase não sobrou espaço pro creme inglês...
Acompanhamentos que fazem a ponte
Bolo de beterraba (preparo aqui): doce natural da beterraba combina surpreendentemente bem. E fica lindo com aquela cor rosa!
Salada de rúcula com pera: o amargo da rúcula e o doce da pera criam um equilíbrio mágico. Juro que até meu sobrinho que odeia salada pede repetição.
Legumes grelhados no alecrim: simples, mas com um toque especial. A gente sempre faz quando quer algo rápido mas com cara de gourmet.
Bebidas para acompanhar suas refeições com sabor
Chá gelado de pêssego: refrescante e com aquele toque frutado que complementa sem dominar. Faço um jarro inteiro nos dias mais quentes.
Leite ninho batido: versão cremosa e não alcoólica que lembra milkshake. As crianças adoram, mas os adultos sempre roubam um gole!
Água aromatizada com limão siciliano e manjericão: nossa descoberta do verão passado. Parece simples, mas o manjericão dá um toque especial que surpreende todo mundo.
E aí, qual combo você vai testar primeiro? Aqui em casa o favorito é o macarrão com camarão + creme inglês, mas toda sugestão nova é bem-vinda! Conta pra gente nos comentários se alguma combinação virou hit aí na sua casa também.
Depois de dominar a base, que tal explorar essas variações incríveis do creme inglês?
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou.Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. Quando a baunilha de verdade faz toda diferença
Autor: Nando na Cozinha
Eu sempre usei essência de baunilha até descobrir como a fava muda completamente o jogo. A primeira vez que raspei uma vagem fresca, o aroma que tomou a cozinha foi algo surreal, parecia aquelas confeitarias finas que a gente visita em sonho.
O segredo que ninguém conta: depois de raspar as sementes, jogue a vagem vazia no açúcar e guarde por uns dias. Vira um açúcar aromatizado que dá um up em qualquer receita doce. E sobre a dica da espátula, é verdade mesmo, fuê incorpora ar demais e pode deixar o creme com bolhas.
3º. Para quando o jantar precisa de um final memorável
Autor: Jociane Cherba
Confesso que tinha certo preconceito com sagu, achava coisa de vó, sabe? Mas essa combinação com vinho tinto me fez repensar tudo. O contraste entre o doce suave do creme e o sabor intenso do vinho é uma daquelas surpresas gastronômicas que a gente não esquece.
Uma dica que aprendi: use um vinho que você tomaria normalmente, nada daqueles de cozinha. E sobre os benefícios, é bom mesmo, mas vamos combinar que a gente come pelo prazer, né? O resto é bônus.
Todo mundo já fez a piada do "pra ver ou pra comer", mas a verdade é que pavê com creme inglês é uma daquelas combinações que simplesmente funciona. Eu costumo fazer em camadas bem fininhas, creme, biscoito, creme, biscoito, porque fica com uma textura mais interessante.
O leite condensado realmente ajuda na consistência, mas cuidado para não exagerar ou fica enjoativo. Ah, e deixa na geladeira por pelo menos 4 horas antes de servir, senão vira uma sopa na hora de cortar.
Minha sogra é diabética e foi por causa dela que comecei a testar versões com adoçante. O xilitol realmente é o que funciona melhor, não deixa aquele gosto residual estranho que alguns adoçantes deixam.
Só toma cuidado com uma coisa: ele adoça mais que o açúcar comum, então usa uns 30% menos. Já errei isso e o creme ficou impossível de comer, doce demais até pra quem não tem restrição. Aprendi na marra.
Fazer sorvete em casa sempre me pareceu coisa de profissional, até descobrir que com creme inglês fica bem mais simples. O segredo está em deixar esfriar completamente antes de levar ao freezer, se estiver morno, forma cristais de gelo.
Essa dica dos flocos de neve é valiosa mesmo. Eu costumo mexer a cada meia hora nas primeiras duas horas, assim quebra os cristais e fica mais cremoso. Dá trabalho? Dá. Vale a pena? Muito.
Teve uma vez que eu fiz um bolo básico de fubá que ficou meio sem graça, até cobrir com esse creme inglês. Transformou completamente o doce, parecia outra receita. É incrível como um creme simples pode elevar um bolo comum.
Espera esfriar completamente antes de usar como recheio, senão derrete tudo. E se for guardar, cobre com filme plástico encostado na superfície do creme para não formar aquela película chata em cima.
Ao contrário do que as pessoas pensam, lemon curd não é difícil, o truque está em cozinhar em banho-maria para as gemas não coalharem. Minha primeira tentativa foi direto no fogo e, bom, digamos que virou uma omelete doce.
Usa limão siciliano mesmo, vale a pena. E as raspas são importantes, elas liberam óleos essenciais que dão um perfume incrível. Dura na geladeira facilmente uma semana, se é que alguém consegue resistir tanto tempo sem comer.
Qual dessas versões combina mais com seu estilo? Eu particularmente adoro a do limão, mas a com fava de baunilha é uma tentação à parte. Se testar alguma, me conta nos comentários como foi sua experiência, sempre aprendo muito com as adaptações de vocês!
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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