Cocada Cremosa de Leite Condensado de Colher

Um doce típico das festas juninas em uma versão ainda mais gostosa que surpreenderá toda sua casa
Cocada Cremosa de Leite Condensado de Colher
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Se você já tentou fazer cocada e virou um tijolo, eu te entendo. Já queimei duas panelas tentando chegar no ponto certo. O segredo não é só cozinhar, é ouvir a panela. Quando ela começa a cantar, é hora de parar.

Fiz essa versão cremosa pela primeira vez numa tarde de chuva, só pra não deixar o coco fresco estragar. A Daiane provou, ficou em silêncio, e depois pediu mais. Não é todo dia que ela se cala por um doce. O leite condensado, o creme de leite e aquele toque de canela em pau fazem toda a diferença. Nada de açúcar extra. O sabor vem da qualidade dos ingredientes, não da quantidade.

Dá pra comer quente, gelada, com café, ou só com um garfo e a tela do celular ligada. Mas se você fizer, me conta: ficou cremosa ou virou doce de colher? E mais importante: sobrou alguma porção… ou já acabou antes de esfriar?

Receita De Cocada Cremosa de Leite Condensado: Saiba Como Fazer

Quantidade
10 Porções
Preparação
20 min
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

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Gastei R$22 no mercado de São Paulo, e o que sobrou de coco fresco? Usei no suco da manhã. A Daiane bebeu sem reclamar, e ela odeia coco no suco. Só pode ser magia.

Progresso salvo automaticamente

Modo de preparo

Cozinhando a cocada

  1. Coloque tudo na panela: coco, leite de coco, manteiga, leite condensado, creme de leite e a canela em pau, se usar. Nada de separar, tudo junto. Já tentei por partes e virou bagunça.
  2. Leve ao fogo bem baixo. Sim, bem baixo. Se você colocar em médio, vai queimar antes de perceber. Já perdi uma panela assim. Não faça isso. Mexa sem parar, sempre no mesmo sentido, não importa se for esquerda ou direita, mas mantenha o ritmo.
  3. Escute a panela. Quando o som muda de “borbulha” para um “chiado suave”, e o fundo da panela começa a aparecer quando você passa a colher, é hora. Isso leva uns 15 minutos. Não espere ficar grosso, ele engrossa na geladeira.
  4. Retire a canela em pau, se tiver usado. Não deixe ela lá. Depois, acrescente o creme de leite e mexa por mais 30 segundos. É só isso. O creme de leite é o segredo. Ele não cozinha, ele equilibra.
  5. Despeje direto nos potinhos ou no refratário. Não espere esfriar na panela. Se deixar, o fundo pode endurecer. Já fiz isso. Ficou com uma camada de terra no fundo. Não é bonito.

Finalizando

  1. Leve à geladeira por pelo menos 2 horas. Pode fazer de véspera. O sabor melhora, a textura fica perfeita, nem mole, nem duro. É tipo um pudim que derrete na boca sem ser pesado.
  2. Sirva com uma colher. Ou com o dedo. Eu já comi direto da tigela. A Daiane me viu e não disse nada. Só pegou outra colher.

Essa receita não é para quem quer fazer um doce para guardar. É para quem quer fazer um doce para comer. Agora. Enquanto ainda está gelado. Eu já fiz três vezes essa semana. Uma para o lanche da tarde, outra pra sobremesa e a terceira porque o Titan ficou encostado na geladeira e parecia que estava me pedindo. Talvez tenha sido só a fome.

Se você fizer, me conta: ficou cremoso como eu descrevi? Ou virou um doce de colher que não tem como parar de comer? E qual foi o primeiro lugar que você comeu? Na geladeira? No pote? Ou direto da panela, como eu? Se tiver alguma variação maluca, tipo com rum ou com coco torrado, me conta nos comentários. Quero saber como essa receita virou sua.

Dicas que ninguém te contou, e que vão salvar sua cocada (e sua sanidade)

Quanto tempo dura? E onde guardar pra não virar tijolo

Na geladeira, em pote fechado, ela aguenta até sete dias. Mas sinceramente? Raramente chega a isso. Se você deixar fora da geladeira, três dias é o máximo, e só se o ambiente não for úmido. Em São Paulo, com essa umidade, se deixar na bancada, no segundo dia ela começa a soltar água e fica meio “suada”. Não é bonito. A melhor forma é em pote de vidro, com tampa hermética, dentro da geladeira, na prateleira do meio. Evite o fundo, é muito frio e pode deixar a textura mais dura. E se sobrar? Não congele sem pensar. O creme de leite e o leite condensado não reagem bem ao congelamento. A textura vira uma mistura de sorvete derretido com massa de bolo. Já testei. Foi triste. Prefiro fazer em porções pequenas e renovar a cada três dias. A Daiane diz que é porque eu não tenho paciência. Talvez ela tenha razão.

Onde todo mundo erra (e eu errei mais de três vezes)

Fogo alto é o inimigo número um

Se você colocar fogo médio ou alto, acredite, vai queimar antes de perceber. O leite condensado é um ingrediente generoso, mas frágil. Ele gruda no fundo da panela, e quando você vira, já está com uma crosta escura. E aí? Aí você tem que jogar tudo fora. Já fiz isso. Não foi só a panela que sofreu, foi o meu ego. O segredo é fogo baixo, mexendo sem parar. Não é só para não queimar. É para distribuir o calor. Se você parar de mexer, mesmo por cinco segundos, o fundo já começa a se transformar em carvão. E não adianta raspar depois. O gosto amargo fica. Aprenda a ouvir: quando o chiado muda, quando a colher deixa de escorrer e começa a arrastar… é hora. Não espere engrossar na panela. Ele engrossa na geladeira. Eu sempre esqueço isso.

Trocas que funcionam, e as que são um pesadelo

Leite de coco de caixinha? Não.

Eu sei, é mais barato. Mas o de caixinha é basicamente água com sabor artificial de coco. O de lata é o que tem gordura, o que dá corpo, o que faz a textura ser cremosa. Se usar o de caixinha, vai virar um doce aquoso. Já tentei. Ficou parecendo caldo de canjica com cheiro de coco. Não vale. O coco ralado de saquinho? Funciona. Mas o cheiro é diferente. O fresco tem um aroma que enche a casa. O seco tem um gosto mais “de armário”. Se for só por praticidade, use. Mas não espere a mesma mágica. Manteiga? Se não tiver sem sal, use a com sal, mas reduza o sal da receita. Margarina? Nem pense. Ela tem água, e isso estraga o equilíbrio. Já tentei. Ficou com gosto de plástico. Sério.

O truque que ninguém conta: o pote quente

Antes de despejar a cocada, coloque os potinhos que você vai usar em água quente por 30 segundos. Seque bem. Isso evita que a cocada, ao entrar em contato com o vidro frio, forme uma camada dura na base. Já fiz isso sem querer uma vez, coloquei direto no pote da geladeira. Ficou uma crosta no fundo que parecia terra. Não é bonito. O pote quente ajuda a manter a textura uniforme. É um detalhe, mas faz diferença. E se não tiver potinhos? Use um refratário de vidro. Espalhe bem. Depois, corte em quadradinhos. Fica lindo, como um pudim de coco. A Daiane chamou de “cocada em cubos”. Ela adora.

Por que o creme de leite é o herói?

Não é só para cremosidade, é para equilíbrio

O creme de leite não é só um ingrediente. É um salvador. Ele não cozinha. Ele entra no final, com a panela já desligada. Ele baixa a temperatura, interrompe a cocção, e dá um equilíbrio que o leite condensado sozinho não consegue. Sem ele, a cocada fica doce demais, pesada, quase pegajosa. Com ele, fica suave, redonda, com um toque de acidez que faz você querer mais. É o contrapeso. É como o sal no chocolate. Não é para ser notado. É para fazer tudo funcionar. Por isso, não o substitua por creme de leite light. A gordura é essencial. Já tentei. Ficou como se estivesse comendo açúcar com cheiro de coco. Não é a mesma coisa.

Com o que comer essa cocada? Mais do que só com colher

Claro que é deliciosa sozinha. Mas se quiser elevar, experimente com um café preto bem forte. O contraste é perfeito. Ou com um queijo minas frescal, o salgado com o doce é um clássico esquecido. Já servi com uma fatia de pão de ló, só para dar um crocante. E se for para uma ocasião especial? Coloque uma folha de menta por cima. Só uma. Não exagere. Fica elegante. A Daiane ama com uma bolinha de sorvete de baunilha. Eu não acho que combina. Mas ela insiste. E ela tem razão. Às vezes, a gente não sabe o que combina… até que alguém mostra.

Se queimou no fundo, ainda tem jeito?

Tem. Mas não é perfeito. Se perceber o queimado no fundo, desligue imediatamente. Não mexa. Deixe esfriar um pouco. Pegue outra panela limpa, coloque um pano de prato limpo no fundo, para não riscar, e despeje a cocada por cima, deixando o fundo queimado na panela antiga. Volte ao fogo baixo, mexa por 2 minutos. Isso vai homogeneizar. O gosto do queimado vai diminuir, mas não vai sumir. Então, se for muito escuro, melhor descartar. Já fiz isso duas vezes. A primeira vez, a Daiane comeu e não disse nada. A segunda, ela só olhou pra mim e falou: “Você tá tentando fazer uma versão tostada?”. Não falei mais nada. Aprendi a ouvir antes de cozinhar.

Como não desperdiçar nada, nem o coco que sobra

Se usou coco fresco, o que sobra depois de ralar? A casca. Não jogue fora. Lave bem, seque ao sol, e use como base para fazer um chá de coco. É suave, aromático, e ótimo para o fim da tarde. E o leite de coco que sobrou? Misture com um pouco de água, açúcar e uma pitada de sal. Bata no liquidificador. Vira um suco de coco caseiro. A Daiane bebeu, e não reclamou. Outra ideia: use o coco ralado seco que sobrar para fazer um topping de bolo, ou misture com amêndoas torradas e coloque em iogurte. Nada se perde. Tudo vira algo. A gente aprende isso com o tempo, e com a pia cheia de potes.

Duas coisas que ninguém fala sobre cocada cremosa

1. Ela é um teste de paciência, e de casamento

Cozinhar essa receita é como dançar. Se você mexe rápido demais, erra. Se fica parado, queima. A Daiane me observa. Não fala. Só fica ali, no canto da cozinha, com os braços cruzados. Quando eu paro de mexer, ela fala: “Rafa, mexe”. Quando eu mexo demais, ela diz: “Você tá querendo fazer uma massa de pão?”. É um ritual. Não é só cozinha. É convivência. Se você fizer sozinho, vai perceber: é mais difícil. A paciência é compartilhada. E se der certo? É melhor quando é feito junto.

2. O cheiro é terapia

Quando o coco começa a soltar o aroma, a casa muda. Não é só cheiro de doce. É cheiro de infância, de festa junina, de domingo de tarde. É um cheiro que acalma. Uma vez, estou na cozinha, ela na sala, e eu só ouço ela respirar fundo. Depois, ela fala: “Está bom. Está bom mesmo”. Não precisa de mais nada. Às vezes, comida não é para ser comida. É para ser sentida.

Perguntas que ninguém faz… mas todos pensam

Posso usar coco ralado congelado? Pode. Mas deixe descongelar na geladeira, e seque bem com papel toalha. O excesso de água estraga. Posso usar açúcar? Se quiser fazer a versão tradicional, sim. Mas aí não é mais cremosa. É outra receita. Posso fazer sem canela? Pode. Mas a canela em pau dá um toque de complexidade. Só não deixe ela dentro. Ela não é para ser comida. É para emprestar sabor. E se a cocada ficar muito mole? Não é problema. É só porque não foi refrigerada o suficiente. Espere mais duas horas. Se ainda estiver mole, é porque o creme de leite era muito líquido. Use o de lata, sempre.

Sabia que essa versão tem raízes no Nordeste?

A cocada tradicional veio da Bahia, feita com açúcar e coco ralado, cozida até endurecer. Essa versão cremosa é uma evolução do Sul e Sudeste, influenciada pela chegada do leite condensado e do creme de leite industrializados no século XX. Mas o que faz ela ser tão especial? É o equilíbrio. Não é só doce. É suave. É leve. É um doce que não pesa. Ainda hoje, em feiras do interior, a gente vê versões com coco ralado, leite e açúcar. Mas aqui, em São Paulo, numa cozinha de apartamento, a gente transformou isso num doce que não exige fogo alto, nem paciência de santo. Só um pouco de atenção. E um pouco de amor.

Se você chegou até aqui, provavelmente já tá com o coco ralado na mão, ou pensando em ir ao mercado. Faça. Não espere por uma ocasião. Faça porque quer. Porque a casa precisa de um cheiro bom. Porque alguém merece um doce que não precisa de motivo. E se der certo? Me conta. Ficou cremoso? Ou virou um doce de colher que você não conseguiu parar de comer? E qual foi o primeiro lugar que você provou? Na geladeira? No pote? Ou, como eu, direto da panela, com a colher ainda quente? Escreve aí. E se gostou, compartilha com alguém que precisa de um doce simples. A gente não precisa de festa pra ser feliz. Às vezes, só precisa de uma colher de coco, e um pouco de paciência.

Sobre o autor

Rafael Gonçalves

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

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