Se você já dominou a arte da massa que derrete, que tal explorar outros universos do alfajor? Tem desde os clássicos até invenções de arrepiar.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. Alfajor Havana: o projeto de final de semana
autor: Receitas de Alexandre Alarcão
Fazer o doce de leite do zero já é um ritual por si só. O Alexandre guia esse processo com uma paciência de monge, e é isso que faz a diferença. O doce fica com um sabor carameloizado, mais profundo que o comprado. A massa também é diferente, leva um toque de rum — quer dizer, na receita original leva, mas você pode usar extrato se preferir.
É um trabalho de amor, não vou mentir. Mas a recompensa é um alfajor que tem personalidade própria, denso e úmido. A dica é fazer uma fornada grande, porque eles realmente duram bem em um pote fechado. E sim, são tão bons que dá vontade de embrulhar e vender, o que não é uma má ideia.
3º. No palito: a salvação das festas infantis
autor: Liz Receitas
Você já tentou servir alfajor normal para uma turminha de cinco anos? É pó de biscoito até no teto. A versão no palito resolve isso com genialidade. Usa biscoito Maria mesmo, então a massa já está pronta. Você só monta, passa no chocolate e espeta o palito.
Além de não sujar tudo, fica fácil para as crianças segurarem e é lindo numa mesa de festa. Pode fazer com antecedência e guardar em caixinhas. Um erro comum é usar chocolate muito grosso, aí cobre demais e fica pesado. Derreta com um pouco de óleo de coco para ficar mais fluido e brilhante.
Quando a vontade bate às 22h e você não tem farinha nem amido de milho, essa é a solução. Leite em pó, manteiga e doce de leite. É isso. A massa fica com uma textura mais compacta, parecida com beijinho, mas o sabor é incrivelmente bom e satisfatório.
Particularmente detesto quando uma receita fácil se complica à toa, mas essa aqui é direta. Não precisa assar, só levar à geladeira para firmar. É a ocasião perfeita para aquela reunião de última hora ou quando você prometeu um doce e esqueceu. Salva vidas, literalmente.
Esse é o alfajor democrático. Sem misturar, sem sovar, sem cortar. Você pega duas bolachas redondas (aquelas de água e sal ou maisena funcionam), recheia com doce de leite bem generoso e mergulha no chocolate. O formato já vem perfeito da fábrica.
É a melhor introdução ao mundo dos alfajores para fazer com crianças. Elas podem ajudar no recheio e na cobertura, e a bagunça é mínima. Só toma cuidado para o doce de leite não ser muito mole, senão escorre. Deixe um tempinho na geladeira antes de mergulhar no chocolate.
Diferente do argentino, que é pura seda, o uruguaio tem personalidade. O coco ralado na massa dá uma textura granulada e um sabor tropical que contrasta lindamente com o doce de leite. Fica menos "derretido" e mais interessante para morder.
A receita pede para enrolar a massa em bolinhas e achatar com o garfo, o que dá aquele visual tradicional. Não subestime a manteiga gelada nessa massa, é o que garante a textura. Fica incrível com um café forte. Uma memória afetiva que traz, pra mim, lembrança de padarias de bairro.
Aqui a magia está no recheio. Em vez do doce de leite tradicional, usa-se o manjar blanco, que é um doce de leite mais clarinho e com uma textura um pouco diferente, quase mais aerada. A massa também tende a ser mais simples, tipo um biscoito sequinho.
É uma versão menos doce, se é que isso é possível. Perfeita para quem acha o original muito intenso. A Aline ensina a fazer o manjar em casa, que é bem tranquilo. Fica lindo embrulhado em papel celofane, parece mesmo uma lembrança gourmet.
Natal, Páscoa, São João. Essa receita é um convite à criatividade. A base é a massa tradicional, mas a graça está em usar forminhas temáticas para cortar — estrelas, coelhinhos, corações. E aí você brinca com os chocolates coloridos para decorar.
É um projeto divertido para fazer em família. A Daiane uma vez fez uma leva de corações para o Dia dos Namorados e deu para as amigas, fez o maior sucesso. A dica é ter os chocolates coloridos ou mesmo fazer sua própria coloração com corantes em pó óleo-solúvel misturados ao chocolate branco derretido.
Parecido com o de palito, mas aqui o alfajor é menor, mais delicado, e o palito é aquele de churrasquinho ou de pirulito mesmo. Fica perfeito para colocar num vaso ou num suporte como lembrancinha. Você consegue fazer uma produção em série bem rápida.
Como são menores, o equilíbrio entre massa e recheio tem que ser preciso. Muito doce de leite e vaza, pouco e fica seco. A Caroline tem a medida certa. É uma daquelas ideias que você vê e pensa "por que eu nunca pensei nisso?".
Essa é para os fãs de texturas. Você monta em taças ou num pote: uma camada de biscoito triturado umedecido com leite, uma camada generosa de doce de leite cremoso, chantilly e chocolate ralado. Cada colher tem um pouco de tudo.
É a solução para quando você quer o sabor de um alfajor, mas não tem ânimo para montar e banhar no chocolate. Fica pronto em 10 minutos e impressiona muito. Deixa na geladeira por uma hora antes de servir para os sabores se casarem. Um espetáculo.
Não é só sobre sabor, é sobre visual. A Lulu mostra como usar corantes alimentícios para deixar a massa ou o chocolate coloridos. Rosa, azul, verde. Fica uma festa. Ideal para aniversários temáticos ou para presentear alguém que adora coisas vibrantes.
A dica não óbvia é usar corante em gel ou em pó, que são mais pigmentados e não alteram a consistência do chocolate. O corante líquido comum pode deixar o chocolate embarrigado. É um toque simples que transforma completamente a experiência.
Para quem acha o doce de leite puro um pouco enjoativo, essa é uma revelação. O recheio leva um creme de limão siciliano — uma curd — ou raspas na massa. A cobertura é com chocolate branco, que combina perfeitamente.
Fica sofisticado, com um sabor cítrico e agradável que limpa o paladar. É o alfajor que você serve no final de um jantar mais elaborado. Toma cuidado para o ácido do limão não talhar o creme se for fazer a versão com leite. Segue a receita à risca que dá certo.
Essa é a receita que mais se aproxima do alfajor de confeitaria caseira que eu comia na infância. A massa leva biscoito maisena triturado no lugar de parte da farinha, o que garante aquela textura que literalmente desfaz na boca. É areado e derrete ao mesmo tempo.
O erro comum é triturar o biscoito fino demais, vira uma farofa que não dá liga. Tem que ser uma farinha grossa, com uns pedacinhos. E não assa muito tempo, senão fica duro. Quando tirar do forno, o biscoito ainda estará macio, ele firma enquanto esfria. Essa dica é de ouro.
Vamos combinar que alfajor tradicional não é exatamente light. Essa versão tenta chegar perto com farinha de coco, adoçante e pasta de amendoim no recheio. O chocolate é amargo, 70%. O sabor é obviamente diferente, mas é surpreendentemente gostoso.
É a opção para aqueles dias de compromisso com a alimentação, mas sem abrir mão do prazer de um docinho. A massa fica mais úmida e densa, então preste atenção no ponto. Não espere a mesma textura do original, mas sim uma experiência nova e igualmente satisfatória.
E aí, qual dessas vai ser sua próxima experiência na cozinha? Tem desde as super rápidas, como o de bolacha, até os projetos como o Havana. O legal é que cada um tem seu charme e resolve uma vontade diferente. Se fizer, volta aqui pra contar qual foi a sensação da primeira mordida. Adoro esses relatos!
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