Continue explorando com essas variações imperdíveis.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.
2º. De trigo, água e sal
Autor: Jack Dicas e Receitas
Essa versão é o que eu chamo de “bolinho da crise”. Sem ovo, sem fermento, só trigo, água e sal. Parece impossível, mas funciona. A massa tem que ficar como um creme grosso, não líquido, não pastoso. Se você colocar muita água, vira panqueca. Se pouca, vira pedra. Já tentei dos dois jeitos. Não foi bonito.
O segredo tá no óleo. Tem que estar quente, mas não fumegante. Se você mergulhar a colher e a massa subir rápido, tá no ponto. Se afundar, espera mais um minuto. E não, não precisa de açúcar. O sabor é só de trigo, leve, neutro, como se fosse um pedaço de pão que resolveu virar bolinho. Se você quiser, passe na canela depois, mas só se for pra comer sozinho. Ninguém vai achar que você fez isso por necessidade. Vai achar que você é um gênio.
3º. Salgado
Autor: Isamara Amâncio
Essa aqui é a versão que eu faço quando tenho visita e não quero parecer que estou tentando impressionar. É simples, mas tem peso. Dois e meio copos de trigo, um ovo, um pouco de sal, pimenta e fermento, mas atenção: o fermento tem que ser colocado depois que a massa está lisa. Se você colocar cedo, ele não sobe. Já fiz assim. Ficaram planos. Como discos de pão de forma. Triste.
Receita rende quase cinquenta bolinhos? Sim. E todos iguais. Porque a massa é firme, fácil de moldar. Eu uso duas colheres: uma pra pegar, outra pra empurrar. Assim não gruda. E o óleo? Calmo. Não frita em fogo alto. Se fritar rápido, o centro fica cru. Eu já comi um assim. Foi como comer um pedaço de papel. Não repita.
Doce? Sim. Mas não como bolo. Como algo que a gente comia na infância, antes de saber que tinha nome. A autora faz em roscas, mas eu prefiro bolinhas. Porque quando você pega um pedaço da massa com a colher e joga no óleo, ele se arredonda sozinho. É quase mágico.
Aqui não é só açúcar e canela. É o momento. O óleo tem que estar quente, mas não tão quente que queime. Se a canela escurecer, vira amargo. E o açúcar? Não passe na hora da fritura. Espere o bolinho sair, escorrer um pouco, e então passe. Assim, ele gruda, mas não dissolve. Já fiz assim e a Daiane disse: “isso é que é lanche de verdade”. Não precisa de mais nada.
Sem ovo? Pode. Mas não é só substituir por água. O truque tá no amido. Ela usa um pouco de amido de milho, não muito, só o suficiente pra dar leveza. E o fermento? Ele tem que estar fresco. Se estiver velho, mesmo com o amido, a massa não cresce. Já usei um fermento que parecia bom… e os bolinhos viraram disco. Foi triste.
Se você não tem ovo, e não quer gastar, essa é a aposta mais honesta que existe. A textura fica macia, quase fofa. E o sabor? É só de trigo, levemente doce. Não precisa de nada mais. Só o óleo quente. E a paciência. Porque, mesmo sem ovo, a massa precisa descansar. Um minuto. Só isso. Mas é essencial.
Queijo dentro do bolinho de trigo? Sim. Mas não misture no meio da massa. Isso é o erro número um. O queijo derrete, solta água, e o bolinho vira uma bola de massa molhada. O jeito certo? Faça a massa, modele, abra um buraco no centro, coloque um cubo de queijo minas ou muçarela, e feche como se fosse um pastel. Só depois frite.
Eu já tentei com queijo prato. Foi um desastre. Com o tipo da terra, foi perfeito. E o melhor: não precisa de muito. Um cubo por bolinho já basta. A massa já tem sabor. O queijo só dá o clique. Se você quiser, pode até esconder o queijo no centro, como um presente. Quem come, não espera.
Essa é a escolha eu faço quando não tenho forno, nem airfryer, nem óleo pra gastar. Só uma frigideira, um pouco de manteiga e paciência. O segredo? Não frite de uma vez. Faça em fogo baixo, tampe por um minuto, depois destampe e espere o dourado aparecer. Se tentar fritar rápido, o centro fica cru.
Já fiz isso com a Daiane sentada na pia, só olhando. Ela não falou nada. Mas quando eu virei o primeiro bolinho, ela disse: “isso é que é comida de verdade”. Não preciso de mais nada. E se você não tem tempo pra fritar em óleo, essa é a saída mais honesta que existe.
Assado é a saída pra quem quer o sabor do trigo sem o cheiro de óleo na casa. Mas atenção: se você fizer como a maioria, só colocar na assadeira e esquecer, vai acabar com um pedaço de massa seca e sem graça. O segredo? Uma colher de óleo na massa. Só isso. E um pouco de água. O vapor do forno faz o milagre: crocante por fora, macio por dentro.
E a canela? Pode passar depois. Mas não antes. Se passar antes, queima. Já fiz assim. Ficou amargo. Agora, passo depois, quando sai do forno. E o melhor: não precisa de óleo. Não precisa de fritura. Só o forno, a paciência e um pouco de fé. Daiane provou e disse: “parece que foi feito com carinho”. Acho que foi a melhor crítica que já ouvi.
A airfryer não é milagrosa, mas com esse bolinho, ela quase é. O problema é que muita gente coloca a massa direto na cesta e espera o crocante. Não funciona. A massa precisa de uma leve empanagem, só farinha de rosca, bem pouca, pra criar uma casca que segure o vapor. Sem isso, fica tipo pão cozido com textura estranha.
Eu testei com óleo spray e sem. O resultado foi quase igual, mas o sabor fica mais limpo sem óleo. Se você quer um lanche leve pra depois do almoço, essa é a aposta. E não precisa de forno, nem de panela. Só a máquina e um pouco de paciência. Já fiz na hora do lanche da tarde e o Titan me olhou com desconfiança… até cheirar. Aí, virou fã.
Vegano não é uma restrição. É uma escolha. E essa versão prova que você não precisa de ovo, nem de leite, nem de queijo para fazer um bolinho que deixa todo mundo com água na boca. Só farinha, leite de coco, fermento, um fio de óleo de coco e um pouquinho de açúcar. O segredo? O leite de coco. Ele dá um toque de doçura natural, quase como se o bolinho tivesse sido feito com mel.
Já fiz com farinha de arroz. Ficou bom. Mas com trigo? Ficou como se fosse da vovó. Ninguém acreditou que era vegano. Talvez porque a gente não precisa de rótulos pra comer bem. Só de vontade.
Leite na massa? Sim. Mas não é só por sabor. É por textura. O leite amacia o trigo, dá um corpo que a água não dá. E o açúcar com canela? Passa só depois de frito. Se passar antes, queima. Já fiz assim. Ficou amargo. Agora, passo depois, quando sai do óleo. E o melhor: não precisa de ovo. Nem de fermento. Só leite, trigo, sal e paciência.
Com certeza essa é a que eu costumo fazer quando quero lembrar daqueles lanches da tarde, quando a casa ainda tinha cheiro de pão assado e ninguém tinha pressa. A Daiane bebe café, eu como bolinho. Silêncio. Só o som da xícara. E isso, às vezes, é o suficiente.
E aí, qual dessas você vai experimentar primeiro? Cada uma tem o seu jeito de encantar, e o seu próprio erro que você vai cometer antes de acertar. Se escolher alguma para fazer, me conta aqui nos comentários: qual foi o momento em que você achou que ia dar errado… e acabou sendo o melhor da tarde?
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