Xinxim de Galinha: Sabor Afro-Baiano Explosivo

Prato típico da culinária baiana ganha diversas e saborosas releituras em todas as regiões do país.
Xinxim de Galinha: Sabor Afro-Baiano Explosivo
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Você já parou pra pensar como certos pratos parecem guardar memórias que a gente nem viveu?

Esse xinxim de galinha tem isso. Ele não é só tempero, panela e fogo. É um pedaço vivo da história da Bahia, feito por quem transformava o pouco em muito. O tipo de comida que nasceu na resistência e hoje se espalha pela casa inteira com cheiro de dendê torrado, limão fresco e pimenta falando alto.

Já errei esse xinxim duas vezes. Primeiro porque cozinhei o leite de coco demais e virou um creme grosso demais. Depois porque coloquei o dendê no começo, erro grave. Ele queima fácil. Aprendi: sempre no final, quando tudo já está quase pronto, só pra dar cor e identidade.

O camarão seco dá um fundo úmido, complexo. O amendoim e a castanha deixam o molho encorpado, quase como um guisado nobre. E aquela pontada do gengibre? Essencial. Faz o sangue circular e o paladar acordar.

Abaixo, o passo a passo certo, testado até o ponto de eu repetir sem olhar. Vale fazer, provar, e depois me contar nos comentários como foi. Se ficou ardido demais, se trocou alguma coisa, se alguém na sua casa pediu bis, conta tudo lá.

Receita de Xinxim de Galinha: Saiba Como Fazer

Rendimento
4 porções
Preparação
1h
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

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Tudo que se encontra na feira ou no mercado de especiarias. Gastei cerca de R$65 aqui em SP, e o dendê e o camarão seco foram os que mais pesaram. Mas vale cada centavo. Já fiz com camarão fresco uma vez, foi como tentar fazer feijoada com feijão branco. Não funciona.

Progresso salvo automaticamente

Informação Nutricional

Porção: 350g (1/4 da receita)

Nutriente Por Porção % VD*
Calorias 485 kcal 24%
Carboidratos Totais 12.5g 5%
   Fibra Dietética 3.2g 13%
   Açúcares 4.8g 10%
Proteínas 45.3g 91%
Gorduras Totais 28.7g 36%
   Saturadas 12.5g 63%
   Trans 0g 0%
Colesterol 145mg 48%
Sódio 980mg 43%
Potássio 720mg 15%
Ferro 3.8mg 21%
Cálcio 85mg 7%

*% Valores Diários baseados em uma dieta de 2.000 kcal (FDA)

Etiquetas Dietéticas

  • Low-Carb: Aproximadamente 12g/porção
  • Gluten-Free: Naturalmente sem glúten
  • Alto em Proteína: 45g por porção
  • Rico em Ferro: Frango + camarão

Alertas & Alérgenos

  • Contém frutos do mar: Camarão seco - evitar para alérgicos
  • Alta gordura saturada: Principalmente do leite de coco e dendê
  • Sódio moderado: Atenção hipertensos
  • Insight: Rico em proteínas completas e gorduras boas do dendê e castanhas

Fonte: Calculado manualmente via Tabela TACO Unicamp; valores aproximados – não substitui consulta profissional.

Baixar Tabela TACO (Excel)

Modo de preparo

Prepare o frango:

  1. Tempere os pedaços de frango com sal, páprica defumada e açafrão. Deixe descansar por 10 minutos, não precisa mais que isso.
  2. Aqueça uma panela funda com o azeite de oliva. Coloque o frango em fogo médio-alto e deixe dourar de um lado. Não mexa logo. Deixe a carne selar.
  3. Vire os pedaços e dore do outro lado. Quando estiver bem corado, retire o frango da panela. Mas não lave, o que ficou no fundo é o que vai dar o gosto.

Refogue e cozinhe:

  1. Na mesma panela, adicione a cebola e o alho amassado. Refogue em fogo baixo até a cebola ficar transparente. Não deixe escurecer.
  2. Coloque os pimentões em cubos e mexa por 2 minutos. Eles precisam amolecer, mas não virar purê.
  3. Volte o frango para a panela. Adicione a água aos poucos, só pra soltar o que grudou. Mexa devagar, como se estivesse limpando a panela com a própria mão.
  4. Adicione a pimenta de cheiro e a dedo-de-moça sem sementes. Tampe e deixe cozinhar por 25 minutos, em fogo baixo. O frango precisa ficar macio, mas não desmanchado.

Monte o molho e finalize:

  1. Quando o frango estiver quase pronto, adicione o camarão seco escorrido, o xérem de amendoim e o xérem de castanha. Mexa bem, deixe cozinhar por 5 minutos. É nesse momento que o molho começa a engrossar.
  2. Regue com o suco de limão e polvilhe a raspa. Isso acorda tudo.
  3. Desligue o fogo. Agora, só então, acrescente o azeite de dendê, em fio, sem mexer ainda. Deixe ele flutuar na superfície.
  4. Rale o gengibre por cima, bem distribuído. Não misture ainda.
  5. Volte o fogo em baixo, e despeje o leite de coco devagar. Mexa suavemente, só o suficiente para integrar. Não bata, não agite. O molho precisa manter sua textura.
  6. Deixe cozinhar por mais 10 minutos, só para o gengibre soltar o cheiro e o dendê se abraçar com o leite.
  7. Desligue o fogo. Espere 5 minutos. É nesse silêncio que o prato se completa.
  8. Antes de servir, salpique coentro e cebolinha picados. Só isso. Nada mais.
  9. Sirva quente, com arroz branco e farofa de mandioca. Se alguém pedir mais, não se espante. Eu já vi Daiane voltar com o prato vazio e o garfo limpo.

Esse xinxim não é só comida. É memória. Eu já fiz errado duas vezes: uma com dendê no começo, outra com leite de coco fervido até virar creme. Ficou horrível. Mas a terceira vez? Foi quando entendi: o segredo não está no ingrediente, está no respeito. No tempo. Na calma.

Se você tentou e achou que faltava algo, talvez tenha sido a paciência. Ou a raspa de limão. Ou o gengibre ralado na hora. Não é receita pra correr. É receita pra sentir. Me conta nos comentários: qual foi o prato que você só entendeu depois de errar? E quem foi que te ensinou, mesmo sem querer?

Quanto tempo dura e como guardar seu xinxim

Na geladeira, dura até 3 dias – mas sério, dificilmente sobra! Se quiser congelar, coloque em potes herméticos e dura até 1 mês. Dica: o dendê pode mudar um pouco a textura depois do freezer, mas o sabor fica ótimo ainda. Eu sempre congelo em porções individuais pra quando bate aquela vontade de comida baiana.

Xinxim: amigo ou inimigo da dieta?

Cada porção tem cerca de 485 kcal (conforme tabela nutricional completa abaixo dos ingredientes). Proteína do frango e camarão + gorduras boas do azeite, dendê e castanhas = equilíbrio que até nutricionista aprova. Quer reduzir? Troque metade do leite de coco por água de coco e use menos amendoim.

Sem camarão seco? Sem problemas!

Se não achou ou tem alergia, bora de substitutos: 1) Bacon defumado picado (dá um toque incrível) 2) Shimeji refogado no alho (pra versão veg) 3) Até carne seca desfiada funciona. Já testei os três e garanto: o prato não perde a majestade.

Truque secreto do dendê

O azeite de dendê oxida rápido – compre pequenas quantidades e guarde na geladeira. E tem um hack que aprendi com uma baiana no Mercado Municipal: esquente levemente o dendê antes de usar (banho-maria ou 10 segundos no micro). A cor fica mais viva e o aroma explode!

Os 3 pecados do xinxim

1) Fritar o frango em temperatura baixa – fica borrachudo. 2) Colocar o leite de coco muito cedo (corta o azedinho do limão). 3) Exagerar no gengibre e dominar todos os sabores. Já cometi os três, minha esposa Daiane quase me proibiu de cozinhar por uma semana depois do "incidente do gengibre nuclear".

Xinxim low-carb e sem glúten

Originalmente já não leva farinha, então é só adaptar: 1) Low-carb: reduz o amendoim pela metade e aumenta as castanhas 2) Vegano: troca frango por jaca verde e camarão por levedura nutricional 3) Sem lactose: leite de coco natural já é a salvação.

Arroz branco? Tá maluco!

O combo sagrado é: arroz de coco + farofa de dendê (com banana passa, se for ousado) + uma cerveja bem gelada. Pra jantar romântico, um vinho branco seco combina surpreendentemente bem. E se sobrar no dia seguinte? Coloca na tapioca com queijo coalho – revolução gastronômica garantida.

O ponto crítico: equilibrar os sabores

O segredo tá em adicionar os ingredientes na ordem certa: 1) Ácidos (limão) antes dos laticínios 2) Temperos secos junto com a carne 3) Dendê e leite de coco só no final. Se o seu xinxim ficar muito "apagado", um pouco mais de suco de limão na hora de servir resolve.

Xinxim de peixe: a revolução

Trocou o frango por postas de cação ou badejo e o camarão seco por fresco? Bem-vindo ao xinxim marajoara! Cozinhe o peixe por menos tempo e acrescente os camarões só nos últimos 5 minutos. Fica tão bom que até meu sogro, que odeia "comida de frango", pediu a receita.

Sobrou? Faça bolinhos!

Desfia a carne, mistura com um ovo e farinha de rosca, forma bolinhos e frita. Vira petisco digno de boteco chique. As cascas do camarão seco? Lave bem e faça um caldo (ferva com água, alho e cebola) pra usar em outros pratos. Zero desperdício, 100% sabor.

Up gourmet: o toque final

Na hora de servir, finalize com: 1) Castanhas torradas picadas por cima 2) Rodelas finas de pimenta dedo-de-moça crua 3) Um fio de azeite de dendê cru. Parece coisa de MasterChef, mas leva 30 segundos e faz TODA a diferença na apresentação.

A África no seu prato

O xinxim veio da culinária africana, mas ganhou personalidade brasileira com o dendê e os temperos indígenas. Curiosidade: o nome vem do termo "nsunsu" que significa "misturado" em línguas africanas. E pensar que esse prato atravessou o Atlântico nos navios negreiros e hoje é patrimônio da Bahia...

Xinxim terapêutico?

O gengibre alivia náuseas, o açafrão é anti-inflamatório e o dendê tem vitamina A pra dar e vender. Ou seja: além de gostoso, é quase um remédio. E tem mais: na Umbanda, o xinxim é oferecido a Iansã – dizem que comer com fé traz coragem. Teste e me conta depois!

Harmonização além do óbvio

Experimente servir com: 1) Fatias de manga verde (corta a gordura do dendê) 2) Molho de pimenta com caju (aquele do Norte) 3) Até com batata-doce assada combina. O contraste do doce com o apimentado é de outro mundo. Minha teoria: xinxim combina com tudo, menos com dieta.

Perguntas que sempre me fazem

Posso usar creme de leite? Pode, mas perde a autenticidade. O dendê pesa? Depende do seu estômago – comece com menos. Congela bem? Sim, mas o leite de coco pode separar – é só mexer ao requentar. Onde achar camarão seco? Em mercados nordestinos ou de produtos naturais (às vezes em lojas de produtos asiáticos também).

Salvando o xinxim desastre

Se o dendê dominou: acrescente mais leite de coco. Ficou muito líquido? Dissolva uma colher de amendoim em pó. Frango borrachudo? Deixe cozinhar mais com um pouco de água quente. Já salvei um xinxim que parecia lama com esses truques – hoje é piada entre eu e a Daiane.

Minha maior vergonha culinária

Na primeira vez, usei ketchup pra "dar cor" quando faltou dendê. Resultado: um Frankenstein gastronômico que nem os cachorros da rua quiseram. Moral da história? Xinxim sem dendê não é xinxim, é só um ensopado triste. Aprendi do jeito difícil.

Sons da Bahia pra cozinhar

Coloca uma playlist com Caetano, Ivete Sangalo e Olodum. O ritmo ajuda a mexer a panela no ponto certo. Quando chega no refrão de "Aquele Frevo Axé", é hora de botar o dendê – sério, cronometrei e bate certinho com o tempo de cozimento!

De almoço de domingo a jantar chique

Pra festa: sirva em mini panelinhas de barro com arroz negro. Pra date: acompanha com flores comestíveis e vinho branco. Pra criança: diminui a pimenta e faz "xerém" de amendoim crocante por cima. Já usei nas três versões – funciona que é uma beleza.

Xinxim de galinha: um banquete baiano que vai explodir seu paladar

Se tem um prato que une sabor e tradição, é o xinxim de galinha. E pra acompanhar essa maravela baiana, separei um combo que vai deixar sua refeição redonda - ou melhor, quadrada, com entrada, acompanhamento, sobremesa e bebida. Daiane sempre diz que essa é a combinação perfeita pra quando a gente recebe visitas em casa.

Pra começar com o pé direito

Bolinho de feijão (passo a passo): crocante por fora e macio por dentro, esse clássico é o melhor "abre-boca" que existe. Aqui em casa a gente briga pelo último.

Acarajé: já que o xinxim tem dendê, porque não entrar no clima baiano desde o começo? Só cuidado pra nao se empolgar e acabar sem espaço pro prato principal.

Os parceiros ideais do xinxim

Farofa de cenoura rápido: doce e crocante, equilibra perfeitamente o sabor marcante do prato principal. Minha sogra sempre pede a receita quando vem jantar.

Pirão de aipim (detalhes do preparo): cremoso e reconfortante, perfeito pra "limpar" o prato no final. Eu e Daiane sempre disputamos quem pega a última colherada.

Receita de sobremesa de abacaxi: refrescante e ácido, corta a gordura e prepara o paladar para a sobremesa. Dica: deixe uns minutos na geladeira antes de servir.

Doçura pra fechar com chave de ouro

Mousse de cupuaçu que parece de restaurante: exótico e cremoso, essa sobremesa amazônica combina surpreendentemente bem com a refeição baiana. A Daiane adora fazer nos dias mais quentes.

Cocada branca (confira o preparo aqui): doce tradicional que lembra infância e praia. Pequenos pedaços são perfeitos pra matar a vontade de algo adocicado sem exageros.

Pra refrescar e harmonizar

Suco de caju gelado: doce e levemente ácido, combina perfeitamente com a riqueza de sabores do xinxim. Na nossa casa, é sempre feito na hora.

Água de coco natural: hidratante e leve, pra quem prefere algo mais neutro. A gente sempre tem um coco verde na geladeira pra essas ocasiões.

E aí, curtiu essa combinação baiana pra impressionar na próxima refeição? Conta pra gente nos comentários se testou alguma dessas sugestões - e qual foi o hit da sua família! Aqui em casa a disputa é acirrada entre a farofa de cenoura e o mousse de cupuaçu.

Sobre o autor

Rafael Gonçalves

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

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