Eu confesso que demorei pra ter coragem de experimentar carne crua. A primeira vez que vi um steak tartare no Terraço Itália, quase pedi pro garçom levar de volta pra cozinha. Que ideia errada eu tinha.
Depois de estudar técnicas francesas e aprender sobre cortes nobres como o filé mignon, entendi que a magica tá na qualidade da carne e no preparo impecável. A Daiane, que tem personalidade forte, foi minha cobaia oficial, e surpreendentemente aprovou, mesmo não sendo fã de coisas muito diferentes. O segredo é usar uma faca bem afiada e trabalhar com tudo bem gelado.
Esse steak tartare original virou meu trunfo para jantares especiais aqui em casa. Se você quer impressionar seus convidados com algo sofisticado mas simples, vem ver o passo a passo que preparei. É mais fácil do que parece, juro!
Receita de Steak Tartare Original: Saiba Como Fazer
Quantidade
3 Porções
Preparo
20 min
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
0 de 12 marcados
Para o tartare:
Para finalizar:
Essa receita parece chique mas é super acessível, gastei uns R$25 no total. O segredo mesmo tá na qualidade da carne, então não economize nisso. A Daiane até hoje brinca que foi minha cobaia dessa receita, e olha que ela nem era fã de carne crua antes.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
Preparando a carne:
Primeiro, vai uma dica importante: procure um açougue de confiança. A carne vai ser consumida crua, então a procedência é tudo. Eu tenho um lugar aqui perto de casa que conheço há anos, isso dá uma segurança boa.
Peça pro açougueiro limpar bem o filé mignon, tirando toda gordura e membranas. Melhor ainda se ele fizer isso na sua frente. Já cheguei em casa e tive que refazer esse processo, é chato.
Com uma faca bem afiada, e gelada, se possível, corte a carne em cubinhos bem pequenos. Esse talho "à ponta da faca" é tradicional no tartare. Não use processador, sério, fica uma pasta estranha.
Coloque a carne picada numa tigela e deixe na geladeira enquanto prepara o resto. Trabalhar com tudo gelado ajuda a manter a textura.
Montando o tartare:
Numa tigela separada, misture a gema, mostarda dijon, alcaparras, aliche picado, salsa, ketchup apimentado e as gotas de tabasco.
Tire a carne da geladeira e adicione essa mistura. Mexa delicadamente com uma colher, não amasse muito, só incorpore.
Tempere com sal e pimenta do reino. Eu prefiro provar e ajustar aos poucos, porque o aliche já salga um pouco.
Se quiser, pode moldar num aro de montagem, mas eu geralmente sirvo direto no prato mesmo, mais rustico.
Finalização:
Na hora de servir, regue com um fio de azeite extravirgem, isso dá um brilho lindo e realça os sabores.
Decore com as folhinhas de mini rúcula e sirva imediatamente com corn flakes ou aquelas torradinhas crocantes.
Uma dica: se for preparar com antecedência, deixe a carne temperada mas só adicione a gema na hora de servir, pra não escurecer.
Confesso que nunca imaginei que ia gostar tanto de carne crua até testar essa receita direito. A primeira vez que fiz pra Daiane, ela ficou meio desconfiada mas acabou repetindo, e olha que ela é bem criteriosa com comida diferente. Hoje é um daqueles pratos que faço quando queremos algo especial sem muito trabalho.
O que acharam? Já experimentaram steak tartare ou é a primeira vez que se arriscam? Se fizerem em casa, me contem como ficou, e se conseguiram convencer alguém que tinha medo de carne crua a experimentar. Às vezes as melhores descobertas culinárias estão justamente naquilo que a gente mais tem receio, né?
Quer impressionar? Essas dicas vão levar seu steak tartare para o próximo nível!
Tempo é tudo: validade e armazenamento
Essa é a parte mais importante do tartare: ele não espera. Depois de pronto, tem no máximo 1 hora de validade na geladeira. Sério, não inventa de deixar pra depois.
Se precisar guardar por poucos minutos, coloca um papel toalha em cima e outro embaixo do recipiente, isso controla a umidade e evita que escureça rápido. Mas o ideal é servir imediatamente.
E congelar? Nem pense! A textura fica completamente arruinada. É daquelas receitas que você faz e come na hora, ponto final.
Por que filé mignon? A ciência da carne crua
O filé mignon não é frescura, é necessidade. Esse corte tem pouca gordura e fibras, o que significa textura macia e sabor suave perfeito para comer cru.
Já tentei com patinho uma vez, pra economizar. A Daiane notou na primeira garfada. "Tá diferente, né?" Ela tem um paladar afiado pra essas coisas. O patinho tem mais sabor de carne, mas a textura fica mais fibrosa.
E a gema caipira? Além da cor linda, ovos mais frescos têm menor risco de contaminação. É uma segurança a mais pra quem tá começando.
3 erros que estragam seu tartare (eu cometi todos)
Primeiro: faca sem fio. Se você não consegue cortar tomate sem esmagar, esquece o tartare. A carne amassa e vira uma pasta, já aconteceu aqui e foi triste.
Segundo: exagero nos molhos. Mostarda e ketchup em excesso deixam o prato aguado e tiram o protagonismo da carne. Use a medida como ponto de partida e ajuste com cuidado.
Terceiro: temperar com antecedência. A carne perde textura e cor rapidinho. Prepare tudo gelado e sirva na hora, essa é a magia do prato.
O talho perfeito: técnica da ponta da faca
Cortar a carne não é só picar, é uma técnica. Segura a ponta da faca com uma mão e usa movimento de vaivém com a outra. Os cubinhos devem ter entre 0,5cm e 1cm, mais ou menos.
Uma dica que aprendi: congele a carne por 15-20 minutos antes de cortar. Fica firme e o talho sai mais preciso. Mas atenção: não pode congelar totalmente, só firmar.
E nunca, jamais use processador. Vira uma pasta que mais parece patê de fígado. Trust me, já testei e me arrependi amargamente.
Trocas inteligentes (pra quando falta algo)
Sem aliche? Usa uma colherzinha de molho inglês, dá umami similar. Ou até um pouco de shoyu, mas bem pouco pra não escurecer a carne.
A falta de mostarda dijon é complicada, mas a comum resolve em emergência. Só que o sabor fica diferente, mais ácido, menos complexo.
Corn flakes acabaram? Batatinhas fritas crocantes ou pão sourdough torrado em cubinhos salvam. O importante é o contraste de texturas.
Modo chef: como elevar esse prato
Invista em azeites aromatizados, um com trufa branca muda completamente o jogo. Ou faz seu próprio azeite com ervas: esquenta levemente o azeite com tomilho e alho, depois coa e usa frio.
Substitua a salsa por outras ervas: cebolinha francesa e estragão dão um toque mais francês autêntico. Ou manjericão pra versão italiana.
E a apresentação? Usa um aro de montagem e decora com microgreens em vez de rúcula. Parece de restaurante estrelado Michelin.
Salvando o desastre: se algo der errado
Exagerou nos molhos e ficou aguado? Escorre o excesso e adiciona mais carne picada, se tiver sobrado. Ou então vira recheio de torta, sério.
A carne escureceu? Às vezes o limão da tábua de corte contamina. Se ainda estiver dentro da validade, mistura com arroz e faz um "tartare bowl", disfarça a aparência.
E se passou da hora de servir? Transforma em hambúrguer rapidão. Frita numa chapa bem quente e vira um cheeseburger gourmet. Já salvei um jantar assim quando uns convidados atrasaram.
Harmonização: o que servir junto
Vinhos: um Pinot Noir leve ou Chardonnay encorpado funcionam bem. Mas meu coração fica com espumante brut, o gás corta a gordura da gema perfeitamente.
Para acompanhar: batatas rösti crocantes ou aspargos grelhados fazem uma combinação incrível. E claro, pão sourdough com manteiga temperada.
E se quiser seguir com algo depois, um filé mignon grelhado (cozido, dessa vez) continua o tema carne de forma elegante.
2 segredos que ninguém conta sobre tartare
Primeiro: a temperatura da sua mão influencia. Se suas mãos são quentes, usa luvas descartáveis ou trabalha rápido. O calor das mãos começa a "cozinhar" a superfície da carne.
Segundo: o material da tigela muda o sabor. Inox é neutro, vidro mantém melhor o gelado, madeira pode transferir sabores. Eu prefiro vidro fundo, esfria mais uniformemente.
A história por trás do prato
O steak tartare tem origem controversa, alguns dizem que veio dos tártaros nômades que comiam carne sob a sela do cavalo. Outros que foi criado em Paris no século XIX.
O que sabemos é que a versão moderna, com a gema no centro e temperos refinados, foi popularizada pelos franceses. Eles transformaram uma técnica de preservação em alta gastronomia.
Interessante como um prato que era praticidade virou símbolo de sofisticação, né? A Larousse Gastronomique tem uma entrada bem completa sobre a evolução da receita.
Perguntas que sempre recebo
Dá mesmo pra confiar na carne crua? Sim, desde que seja de fonte confiável. Conheço meu açougueiro há anos e sempre peço os cortes mais frescos. E tudo bem gelado desde o mercado até casa.
Posso usar limão como ceviche? Até pode, mas aí vira outro prato. O limão "cozinha" a carne com o ácido e muda completamente textura e sabor.
E se eu não gostar de aliche? Pode omitir, mas perde umami. Sugiro tentar com menos quantidade primeiro, o sabor se integra e não fica tão marcante.
Ocasiões perfeitas para servir
Jantares românticos: é sofisticado mas não deixa a cozinha cheira de comida. A Daiane adora quando faço numa sexta à noite com uma taça de vinho.
Recepções: dá pra preparar a carne picada e os temperos separados e montar na frente dos convidados. É teatral e garante frescor.
E até em eventos mais descontraídos: fiz numa despedida de solteiro uma vez e foi sucesso. Coloquei em copinhos individuais com batata palha em vez de corn flakes.
E aí, preparado para se aventurar no mundo da carne crua? Confesso que ainda fico um pouco nervoso cada vez que sirvo para alguém pela primeira vez, mas a cara de surpresa quando a pessoa experimenta e gosta não tem preço. Se fizer em casa, me conta nos comentários como foi a experiência! Conseguiram convencer algum cético? Adaptaram algum tempero? Aqui em casa sempre tem discussão se coloca mais ou menos tabasco, a Daiane prefere bem suave, eu gosto de um ligeiro ardor.
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
Adicionar comentário