Da clássica frita à enrolada com truques: explore o universo da panceta.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. A fritura perfeita: do aperitivo rápido ao petisco de respeito
Autor: Alessandra Aquino Oficial
Tem hora que a gente só quer algo rápido, crocante e que não precise esperar o forno esquentar. A panceta frita cai como uma luva nesses momentos. O que a Alessandra mostra bem é o controle de temperatura: não pode ser muito alta, senão queima por fora e fica crua por dentro, nem muito baixa, senão fica encharcada de óleo. A dica de ouro é o descanso em papel toalha depois de fritar, isso faz toda diferença na textura final, deixa realmente sequinha.
Eu gosto de fritar em pedaços não muito grossos, assim garanto que tudo fica no ponto. E o limão espremido na hora de servir não é frescura, acredita. A acidez corta a gordura de um jeito que você consegue comer mais um pedaço sem se sentir pesado. Perfeito para quando chega uma visita de surpresa e você precisa botar algo na mesa em 15 minutos.
3º. Pururuca: o desafio final que recompensa com estalos
Autor: Leodenice Camargo
Se tem uma técnica que exige coragem e paciência, é essa da pururuca com óleo fervente. O medo de respingar é real, mas o resultado é de outro mundo. O segredo, que a Leodenice ensina, está em ter a pele bem seca e salgada antes de começar. A água é a inimiga aqui, qualquer umidade e o óleo vai espirrar feito louco.
Já fiz uma vez e foi quase um evento. Coloquei a assadeira bem no fundo do forno, usei um avental longo e abri a porta do forno só o necessário. O barulho do óleo é intenso, mas quando você tira aquela pele inteira, dourada e estaladiça… a satisfação é enorme. Serve com um arroz branco simples e um vinagrete. Não precisa de mais nada.
Todo mundo fala em salgar a pele, mas a quantidade e o tipo de sal fazem diferença. O sal grosso é craque porque ele puxa a umidade de forma mais lenta e uniforme do que o refinado, criando uma superfície perfeita para o crocante sem salgar demais a carne. É a técnica mais simples e talvez a mais eficaz para quem está começando.
O erro comum é não tirar o excesso de sal antes de levar ao forno. Depois de algumas horas na geladeira, eu bato levemente a peça para o sal grosso que não grudou cair. Se deixar tudo, pode ficar intragável. O resto que ficou na pele é o suficiente. Funciona sempre, é quase infalível.
Essa versão é para aqueles almoços de domingo ou datas em que você quer que o prato chegue à mesa com impacto visual. Enrolar a panceta parece complicado, mas no fundo é só questão de amarrar com barbante com uma certa frequência, nem muito apertado nem muito frouxo. O vídeo da Leni é ótimo para ver o passo a passo das amarrações.
O que ela talvez não fale é que o recheio pode ser bem simples. Já usei só alecrim e alho amassado por dentro e ficou espetacular. A panceta tem gordura própria que derrete e saboriza tudo. Quando você corta uma fatia e ela se sustenta, mostrando as camadas… a reação das pessoas já vale o trabalho. Parece que veio de uma taberna italiana.
Jogar batatas na assadeira junto com a panceta não é só preguiça de fazer um acompanhamento separado, é estratégia pura. As batatas cozinham na gordura que derrete da carne, ficando douradas por fora e incrivelmente saborosas por dentro. É um dois-em-um que simplifica a vida e fica divino.
Apenas cuidado com o tamanho. Se cortar muito pequenas, elas ficam prontas antes da carne e podem queimar. Eu prefiro batatas médias cortadas ao meio ou em quartos. E sempre coloco elas na assadeira depois que a panceta já está há algum tempo no forno, quando já soltou gordura. Assim elas não ficam encharcadas, só douram no ponto certo.
Pra ser sincero, eu era do time que achava que papel alumínio era para fracos. Até entender que ele não é uma muleta, é uma ferramenta. Usar no início do forno, cobrindo a carne, garante um cozimento uniforme e úmido, quase no vapor. Depois, você tira o alumínio e deixa a pele dourar e ficar crocante. É a fórmula do infalível.
É especialmente útil se sua panceta é muito magra ou se você tem medo de secar. Cobre por uns 40 minutos, depois descobre e deixa por mais 20 ou 30. A carne fica macia e a pele tem tempo suficiente para ficar perfeita. Zero stress. A Daiane prefere quando faço assim, acha que fica mais garantido.
Parece óbvio, mas você não imagina quanta gente assa a panceta com a pele para baixo, talvez por achar que vai proteger a carne. É o contrário. A pele para cima permite que o calor direto a resseque e torre, criando o crocante. A gordura, ao derreter, escorre sobre a carne, mantendo-a úmida. É física pura e esse canal explica isso de forma bem direta.
Se a sua pele não está ficando crocante, a chance é de que você não deixou tempo suficiente com ela virada para cima, ou a temperatura do forno está baixa. Precisamos de calor alto e paciência na última etapa. Não adianta apressar.
A laranja com a carne de porco é um clássico por um motivo: funciona demais. Diferente do limão, que é ácido na frente, a laranja tem uma acidez mais redonda e uma doçura natural que carameliza lindamente. Esse molho não é só um acompanhamento, ele se integra ao prato. Regar a carne durante o forno com o suco faz ela ficar com um sabor incrível e a pele ganha um brilho maravilhoso.
Usei laranja pêra da última vez e ficou ótimo. E não jogue fora as cascas depois de espremer. Ralo um pouco da parte laranja, sem o branco, e misturo no sal que vou usar na pele. Dá um perfume que é outra coisa. É um upgrade simples que muda tudo.
Cansei de só sal e pimenta? O lemon pepper é a solução fácil e eficaz. Ele já traz a acidez das raspas de limão desidratadas e a picância da pimenta num só pote. Misturar com ervas frescas, como tomilho e alecrim, cria uma camada de sabor que penetra na gordura. A panceta aguenta bem sabores fortes, então não tenha medo de ser generoso.
Particularmente, gosto de fazer uma pasta com azeite, lemon pepper, alho amassado e as ervas picadas. Esfregou bem por toda a carne, inclusive nos cortes da pele. Deixa marinando por algumas horas, nem que seja na geladeira enquanto trabalho. O sabor fica muito mais profundo do que se você só salpicar por cima na hora de assar.
Muita gente tem forno elétrico e fica com receio porque as receitas sempre falam em "forno médio" do gás. A verdade é que o princípio é o mesmo, só o controle que é diferente. O forno elétrico muitas vezes tem pontos mais quentes, então a dica da Bibi de pré-cozer na pressão é ótima para garantir a maciez, e usar o forno só para dourar e crispar a pele.
A minha experiência é que o termômetro de forno é seu melhor amigo aqui. Se não tiver, fica de olho. O papel alumínio também é um grande aliado para evitar que a pele queime antes de a carne cozinhar por dentro no cozimento direto. Não é bicho de sete cabeças, é só ajustar o olho e confiar no processo, talvez um pouco mais do que no gás.
E aí, se animou com qual dessas? Tem desde a fritura rápida até a pururuca de fazer tremer a cozinha. O bom da panceta é que ela perdoa e recompensa. Escolhe uma, testa e depois me conta nos comentários como foi a sua aventura. Adoro saber qual versão fez mais sucesso aí na sua casa!
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