12 Receitas Com Carne Seca Desfiada Com Muitas Sugestões de Pratos Principais

Tradicional da culinária nordestina, a carne é consumida em todo país por todo sabor e versatilidade.
12 Receitas Com Carne Seca Desfiada Com Muitas Sugestões de Pratos Principais
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p>Você já viu alguém desfiar carne seca como se estivesse desmontando um passado? É isso que acontece quando você pega aquela peça dura, seca, quase intransigente, e transforma em algo que derrete na boca.

Carne seca não é ingrediente. É memória. Ela veio dos sertões, do tempo em que não tinha geladeira, e virou tradição porque quem a cozinhava sabia: paciência faz mais que fogo. Eu já tentei pular o dessalgue. Ficou tipo sal grosso com textura de borracha. Não recomendo.

O segredo não está no tempero, nem na manteiga de garrafa, embora ela faça toda a diferença. Está no tempo. Na água que vai saindo devagar, no fogo baixo que não pressiona, no jeito que a carne vai se rendendo. Desfiar é quase um ato de respeito.

E quando ela tá pronta, com aquela textura macia, o cheiro de cebola tostada e o toque de tempero baiano… você entende por que isso não é só jantar. É um abraço que não precisa de palavras. Abaixo, o jeito que eu faço. Se fizer diferente, me conta. Eu quero saber.

Receita de Carne Seca Desfiada Tradicional: Saiba Como Fazer

Rendimento
Porção média para 2 pessoas
Preparação
40 minutos
Dificuldade
Fácil

Ingredientes

0 de 5 marcados

A carne seca precisa ser dessalgada com antecedência, se não, você vai acabar com um prato que parece ter sido salgado por um marinheiro. A mandioca tem que estar cozida, mas ainda firme. Se estiver mole demais, vira purê na hora de fritar. Já aconteceu. Não foi bonito.

Progresso salvo automaticamente

Informação Nutricional

Porção: 400g (1/2 da receita)

Nutriente Por Porção % VD*
Calorias 685 kcal 34%
Carboidratos Totais 57.5g 19%
   Fibra Dietética 4.5g 16%
   Açúcares 3.2g 6%
Proteínas 48.5g 97%
Gorduras Totais 28.3g 51%
   Saturadas 15.8g 79%
   Trans 0g 0%
Colesterol 145mg 48%
Sódio 1,850mg 80%
Potássio 1,250mg 27%
Ferro 5.2mg 37%
Cálcio 85mg 9%

*% Valores Diários baseados em uma dieta de 2.000 kcal (FDA)

Etiquetas Dietéticas

  • Alto em Proteína: Excelente para recuperação muscular
  • Sem Glúten: Naturalmente sem glúten
  • Sem Lactose: Não contém laticínios
  • Rico em Ferro: Combate anemia e cansaço

Alertas & Alérgenos

  • Alto sódio – Atenção hipertensos: reduza o sal e temperos prontos
  • Alta gordura saturada – Modere no consumo frequente
  • Insight: Para versão mais leve, substitua manteiga de garrafa por azeite e reduza óleo
  • Excelente refeição pós-treino pela combinação proteína + carboidrato

Fonte: Calculado manualmente via Tabela TACO Unicamp; valores aproximados – não substitui consulta profissional.

Baixar Tabela TACO (Excel)

Modo de preparo

Preparo da carne

  1. Passe um fio de óleo numa panela de fundo grosso, não precisa ser a de pressão, mas se for, melhor. Coloque a carne seca dessalgada e deixe fritar em fogo médio, sem mexer muito. Ela vai soltar um cheiro que lembra o sertão, e isso é bom.
  2. Adicione água até cobrir bem a carne. Deixe ferver, depois abaixe o fogo e cozinhe por 20 minutos. Se estiver na panela de pressão, conte os 20 minutos depois que ela começar a chiar. Se não, deixe mais uns 10. A ideia é amolecer, não cozinhar até virar sopa.
  3. Quando a água evaporar e a carne começar a soltar um leve crepitar, é hora de parar. Não deixe queimar. Já fiz isso uma vez e joguei tudo fora. Foi um dia triste.
  4. Na mesma panela, sem lavar, coloque as rodelas de cebola. Deixe fritar devagar, até murchar e dourar levemente nas bordas. Isso dá o doce que equilibra a salga da carne.
  5. Junte o tempero baiano e uma pitada de sal, se a carne ainda estiver salgada, nem coloque. Prove antes. Depois, desligue o fogo e misture o cheiro verde. Reserve. A gente não quer que ele fique marrom.

Fritura da mandioca

  1. Enquanto a carne descansa, aqueça uma frigideira grande. Coloque a manteiga de garrafa e espere ela derreter e começar a soltar aquele cheiro de queimado suave, é o sabor que a gente busca.
  2. Adicione a mandioca cozida, cortada em pedaços grossos. Não corte fina, senão ela vira farofa. Deixe dourar por um lado, depois vire com cuidado. Não precisa ser perfeito, mas evite quebrar.
  3. Frite até que fiquem crocantes por fora e macias por dentro. Se tiver muito óleo, escorra em papel toalha. Não precisa ser seca, mas também não pode estar escorrendo gordura.
  4. Desligue o fogo. Não esqueça disso. Já vi gente deixar a mandioca no fogo e virar um pedaço de borracha. Não é bom.

Montagem

  1. Num prato fundo, coloque a mandioca frita como base. Ela é o alicerce.
  2. Por cima, espalhe a carne seca com a cebola e o tempero. Não misture ainda.
  3. Se quiser, regue um pouco da gordura que sobrou da frigideira. É opcional, mas faz diferença.
  4. Sirva quente. Não espere esfriar. A gente não come isso como um prato de restaurante. Come como quem está com fome, e com saudade.

Esse prato não é para quem quer comer rápido. É para quem quer sentir. A carne seca não é só proteína, é história. E a mandioca? É o que segura tudo. Quando você põe a colher na boca e sente o crocante da mandioca, o doce da cebola, a salga da carne… é como se o tempo parasse. Não é magia. É paciência.

Já fiz isso com carne de panela, com bacon, até com queijo coalho. Nada bate. Nada. Se você fizer, me conta: a cebola ficou bem murcha? A carne desfiou fácil? Ou você também já tentou pular o dessalgue e arrependeu? Escreve aí. Eu quero saber. E se não der certo? Tudo bem. Eu já comi pior. E ainda voltei.

Quanto tempo dura essa delícia?

Na geladeira, a carne seca desfiada dura até 3 dias se guardada em pote hermético. A mandioca frita é melhor comer na hora, mas se sobrar, dá pra reaquecer no forno no dia seguinte (fica menos crocante, mas ainda boa). Se quiser congelar, a carne dura até 2 meses - só descongelar na geladeira e refogar rapidinho com um fio de óleo pra voltar ao ponto.

Tá de dieta? Vamos às contas

Uma porção generosa dessa receita tem em média 685 kcal (valores detalhados na tabela nutricional completa abaixo da lista de ingredientes). Dá pra reduzir para cerca de 500 kcal trocando a manteiga de garrafa por azeite e usando menos óleo no refogado. Mas sério, às vezes vale a pena o extra, né?

Sem manteiga de garrafa? Sem problemas!

Se não achou manteiga de garrafa (ou tá caro demais), bota aí:

  • Manteiga comum + 1 colher de banha (pra dar o sabor encorpado)
  • Azeite extra virgem + pitada de páprica defumada (pra um toque diferente)
  • Óleo de coco (se quiser um sabor mais neutro)

3 erros que já cometi (pra você não repetir)

1. Não dessalgar a carne seca o suficiente - fica intragável. Lave bem e deixe de molho trocando a água 2-3 vezes.
2. Colocar pouca água na panela de pressão - a carne fica dura que nem sola de sapato.
3. Fritar a mandioca em fogo alto - queima por fora e fica crua por dentro. Paciência é virtude!

Truque secreto da Daiane

Minha esposa descobriu que se você amassar levemente a mandioca cozida antes de fritar, fica crocante por fora e cremosa por dentro - tipo um purê crocante. Revolucionário! Só não exagera no amasso senão vira papa.

O que servir junto? Eu tenho opinião forte

Um vinho tinto encorpado (Malbec ou Cabernet) cai bem, mas cerveja gelada também é clássico. Para acompanhar: farofa de bacon (óbvio), vinagrete picante e... espera... arroz com pequi (se você for corajoso). Já experimentou essa combinação? Comenta aí!

Versões para todo mundo

- Low carb: troca a mandioca por couve-flor cozida e frita
- Sem lactose: usa óleo de coco no lugar da manteiga
- Vegetariana (sim, dá pra adaptar!): substitui a carne seca por jaca verde dessalgada e desfiada

Quer inovar? Tenta essas versões malucas

1. Carne seca com abacaxi: refoga pedacinhos de abacaxi junto com a cebola - doce e salgado perfeito!
2. Mandioca gratinada: depois de frita, coloca num refratário com queijo coalho e leva ao forno
3. Tacos nordestinos: usa a carne e a mandioca como recheio de tortilhas, com pimenta e limão

O ponto crítico: dessalgar a carne

Esse passo faz ou quebra a receita. O segredo é: deixe a carne de molho por pelo menos 6 horas, trocando a água a cada 2 horas. Se tiver pressa, ferva rapidinho a carne, descarte a água e repita. Prove um pedacinho antes de cozinhar - se ainda estiver salgada, continua o processo. Confia, vale a pena!

Sobrou? Transforma!

A carne seca desfiada vira ótimo recheio de panquecas, omeletes ou até pasteis (com a mandioca como massa). A mandioca que sobrou vira purê (bate com leite e manteiga) ou bolinho frito (mistura com farinha e ovo). Zero desperdício!

Modo chef Michelin

Para impressionar: finaliza com manteiga de garrafa trufada (aquece a manteiga com uma trufa negra ralada) e cebola crispy (fatiada bem fina e frita até crocante). Coloca um raminho de alecrim por cima e... pronto, foto no Instagram garantida!

Se tudo der errado...

- Carne ficou dura? Bota mais água e volta pra panela de pressão por mais 10 minutos.
- Mandioca virou pedra? Amassa tudo, mistura com a carne e faz um bolão frito.
- Tempero baiano acabou? Pimenta do reino, cominho e páprica salvam.

De onde vem essa combinação?

Essa dupla dinâmica (carne seca + mandioca) é herança do sertão nordestino, onde os ingredientes resistiam ao clima seco. A manteiga de garrafa era a forma de conservar a manteiga sem refrigeração. Curiosidade: os vaqueiros levavam essa combinação em suas viagens - a versão original do "fast food" brasileiro!

2 fatos que ninguém te conta

1. A mandioca frita na manteiga de garrafa era considerada afrodisíaca pelos indígenas (experimenta e me conta os resultados).
2. No século XIX, a carne seca era moeda de troca em algumas regiões - literalmente "comida que vale ouro"!

Perguntas que me fazem toda hora

Pode usar carne seca já dessalgada? Pode, mas geralmente é mais cara e menos saborosa.
Mandioca congelada funciona? Funciona, mas fica mais aquosa - seque bem antes de fritar.
Por que minha carne seca fica fibrosa? Cortou errado! Sempre desfie no sentido das fibras.

O que mais combina com esse sabor?

Experimenta: uma pitada de canela no refogado da carne (sério, parece estranho mas é incrível), gotas de limão na hora de servir (corta a gordura) ou... espere... mel de engenho como calda (só um fio). Já tentou alguma dessas? Me conta nos comentários!

Carne seca desfiada e seus parceiros de prato: um menu que vai fazer seu domingo mais gostoso

Quem ai adora aquele prato principal que dá vontade de repetir até a sobremesa? Pois é, a carne seca desfiada é daqueles que a gente sempre quer acompanhar com algo especial. Por isso, selecionei umas combinações que vão deixar sua refeição completa - e com aquele toque caseiro que a Daiane sempre aprova!

Para começar com o pé direito

Enroladinho de queijo fácil e rápido: Crocante por fora, derretido por dentro. Esse aqui é o tipo de entrada que some rápido da mesa, então melhor fazer a dobrar!

Tapioca salgada: Pra quem gosta de algo mais leve, essa versão salgada é perfeita pra abrir o apetite sem pesar. E o melhor? Dá pra rechear como quiser!

O time que vai fazer seu prato principal brilhar

Arroz branco soltinho: Clássico que nunca falha, né? Esse aqui fica perfeito pra absorver o sabor da carne seca.

Farofa de bacon: Porque tudo fica melhor com bacon, e essa farofa crocante é o contraste perfeito pra textura da carne desfiada.

Vinagrete de pimentão: Sem link, mas não podia deixar de sugerir. Aquele toque ácido corta a gordura e dá um frescor incrível ao prato.

Para fechar com chave de ouro

Pudim de leite condensado: Aquele clássico que todo mundo ama. A Daiane sempre faz no final de semana e nunca sobra nem uma colher!

Brigadeiro de colher: Pra quando a vontade de doce bate mas você não quer algo muito elaborado. Melhor ainda se comer ainda morno...

Bebidas: Opções para quem valoriza cada detalhe da refeição

Suco de acerola gelado: Refrescante e com aquele toque ácido que combina demais com pratos mais encorpados como a carne seca.

Água com gás e limão: Nada como algo simples e refrescante pra acompanhar. A gente aqui em casa sempre tem uma jarra pronta na geladeira.

E ai, qual dessas combinações você vai testar primeiro? Conta pra gente nos comentários se alguma dessas sugestões virou hit aí na sua casa como virou aqui na nossa!

Explore novas combinações com essas variações.

Nota de Transparência

As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.

2º. Na moranga

Autor: Receitas de Mãe

Usar moranga como vasilha? Eu achava que era só pra decoração. Até que uma noite, sem panela limpa e com fome, joguei a carne desfiada dentro de uma moranga que sobrou da festa. Achei que ia virar sopa. Mas quando tirei do forno… o cheiro subiu como se a casa tivesse sido abençoada. O legume solta um doce sutil, quase de mel, que equilibra a salgada da carne. E o queijo? Não é só para cremosidade. É para quebrar o sabor. O queijo derrete, mas não afoga. Ele se mistura, como se estivesse sussurrando na carne. Não é receita. É acaso feliz.

Dica: escolha uma moranga bem firme. Se estiver mole, vira purê. E não precisa de muito queijo. Uma xícara já é demais. Menos é mais, e o sabor, mais profundo.

3º. Escondidinho

Autor: Tata Pereira

Escondidinho é o prato que a gente faz quando não quer falar. Quando o dia pesou, e a única coisa que a gente quer é sentir algo quente na boca. A mandioca não é só base. É abrigo. Ela cobre a carne como um cobertor. E o requeijão? Não é para ficar cremoso. É para ficar vivo. Quando você põe o queijo por cima e leva ao forno, ele doura, mas não seca. Ele se transforma. E aí, você pega a colher e quebra a crosta… e aí vem o segredo: o que está por baixo ainda tá quente. Como um abraço que não terminou.

Se quiser, use mandioca cozida no vapor. Não no fogo. A textura fica mais macia. E nunca esqueça: a manteiga de garrafa tem que ser a última coisa que você coloca. Antes de ir ao forno. Só um fio. O resto? É silêncio.

4º. Como bolinho

Bolinho de carne seca? Eu pensei que fosse um lanche pra criança. Até que minha filha, não a minha, mas a de uma amiga, comeu um e ficou em silêncio por dois minutos. Depois disse: “é como se a carne tivesse virado nuvem.” Fiquei curioso. Experimentei. E descobri que o segredo não é a batata. É a farinha panko. Ela não é só crocante. Ela é contraste. Ela faz a carne parecer leve, mesmo sendo pesada. E o melhor: você pode congelar. Depois, só fritar. E não precisa de muito óleo. Só o suficiente pra que a crosta fique dourada. Não dourada como fritura. Dourada como luz de manhã.

Se quiser, acrescente uma pitada de orégano na massa. Só uma. Aí você entende que o sabor não precisa gritar. Só precisa respirar.

5º. Com arroz

Arroz com carne seca parece óbvio. Mas quase todo mundo erra na ordem. Coloca a carne junto com o arroz. E aí, a carne solta sal e o arroz vira pedra. O jeito certo? Cozinhe o arroz primeiro. Só depois, misture a carne desfiada e aqueça devagar. Ela não precisa cozinhar. Só se aquecer. E os legumes? Não são pra encher. São pra equilibrar. A cenoura dá doçura. O tomate, acidez. A cebola, corpo. E se você colocar tudo junto no início? Vira ensopado. E aí, perde o ponto. O ponto é quando o arroz tá soltinho, e a carne parece que veio pra ficar.

Se quiser, use arroz parboilizado. Ele não gruda. E se quiser um pouco de cor, jogue um pouco de pimentão amarelo no final. Só para ver.

6º. Com macarrão

Macarrão com carne seca e parmesão? Parece italiano. Mas não é. É nordestino. Porque o parmesão aqui não é para ser ralado. É para ser esfarelado. E a carne? Não é pra ser misturada. É pra ser escondida. Entre os fios. Aí, quando você pega o garfo, a carne aparece do nada. Como um segredo. E o queijo? Ele não derrete. Ele se dissolve. E o sabor? Ele fica no palato. Como um eco. Não é prato pra comer rápido. É pra saborear. E se você usar macarrão tipo espaguete? Melhor. Ele segura o molho. E se você usar espaguete integral? Ainda melhor. Porque a textura lembra o sertão. Seco, mas com alma.

Se quiser, use um fio de azeite no final. Só um. E não salgue o macarrão na água. A carne já faz isso por você.

7º. Com molho bechamel

Molho bechamel com pimentas? Eu pensei que seria um incêndio na boca. Mas não. É um abraço. A dedo de moça não é picante. É calor. A de cheiro é aroma. A calabresa é fumaça. E o bechamel? Ele é o que segura tudo. Ele não cobre. Ele envolve. E o segredo? Não use farinha de trigo comum. Use a de milho. Ela não pesa. E o leite? Não ferva. Apenas aqueça. O bechamel não é para ser espesso. É para ser leve. Como um lençol. E se você colocar o molho quente na carne? Ela perde a textura. A carne tem que estar fria. O molho, quente. E aí, quando mistura… é como se o tempo tivesse voltado.

Se quiser, acrescente um pouco de noz-moscada. Só um pouquinho. Aí você entende que o sabor não precisa ser forte. Só ser verdadeiro.

8º. Na moqueca

Moqueca de carne seca? Parece sacrilégio. Mas é o contrário. É reverência. O dendê não é só cor. É memória. O leite de coco não é só cremosidade. É suavidade. E a banana nanica? Ela não é doce. É contraponto. Ela equilibra o sal. O coentro? Não é tempero. É respiração. E o segredo? Não mexa. Deixe tudo em camadas. A carne, depois o molho, depois as bananas. E deixe o fogo baixo. Muito baixo. Se você mexer, perde o charme. A moqueca não é feita. É construída. E quando você prova? Não é sabor. É lugar. É cheiro de praia. É vento. É silêncio.

Se quiser, use banana-prata. Ela é mais firme. E se não tiver dendê? Não faça. A moqueca sem dendê é como um abraço sem braços.

9º. Na manteiga

Manteiga de garrafa com mandioca frita? Isso não é comida. É ritual. É o que a gente faz quando quer sentir que ainda existe algo antigo no mundo. A mandioca não é só crocante. É como se tivesse sido feita com as mãos de alguém que não tem pressa. E a manteiga? Ela não é gordura. É sabor que vira memória. E o que eu aprendi? Não use manteiga de garrafa pronta. Faça você mesmo. Leva horas. Mas quando ela derrete na boca… é como se o tempo tivesse parado. E se você comer com uma caipirinha? Melhor. Mas não porque é bom. Porque é justo. Porque o sal da carne, o doce da manteiga, o ácido da cachaça… eles se entendem. Sem falar.

Se quiser, use mandioca mais grossa. Ela fica mais crocante por fora, mais macia por dentro. E não frite em fogo alto. Frite em fogo que quase dorme. Aí você entende o que é paciência.

10º. Na farofa

Farofa de carne seca com bacon e damasco? Pensei que fosse exagero. Até que um dia, na casa de um amigo, comi uma farofa que parecia ter sido feita por alguém que já tinha perdido e encontrado tudo. O bacon não é só defumado. É fumaça. O damasco não é só doce. É mel que virou tempo. E a farinha biju? Ela não é só crocante. Ela é o que segura tudo. E o açafrão? Não é cor. É alma. A farofa não é acompanhamento. É o prato. E o segredo? Não misture tudo quente. Deixe o bacon fritar, depois o damasco torrar, depois o açafrão soltar o cheiro. Só então, junte a carne. E espere. Deixe esfriar um pouco. Aí, quando você põe na boca… é como se cada grão tivesse uma história.

Se quiser, use damasco seco sem açúcar. O natural. E se não tiver açafrão? Use pimenta-do-reino. Só um pouquinho. Aí você entende que o sabor não precisa ser exótico. Só ser honesto.

11º. No risoto

Risoto com carne seca? Eu achei que era heresia. Mas aí vi um cozinheiro em Belo Horizonte, não um chef, só um homem que cozinhasse desde os 12 anos, colocar a carne desfiada no meio do risoto, e não no fim. E ele disse: “o arroz precisa sentir o sal da carne, mas não precisa se render a ela.” Fiquei quieto. Experimentei. E descobri que o parmesão não é para ser ralado. É para ser esfarelado. E o caldo? Não é de carne. É de legumes. E a carne? Ela não é ingrediente. É lembrança. E o risoto? Ele não é cremoso. Ele é quente. Como um abraço que você não quer soltar.

Se quiser, use arroz arbóreo. E não coloque o queijo no início. Coloque no final. Só quando o arroz já estiver quase pronto. Aí, você entende que o sabor não precisa ser intenso. Só ser presente.

12º. Paçoca

Paçoca de carne seca? Pensei que fosse brincadeira. Até que uma vez, na cozinha da minha sogra, não a minha, mas a de alguém que eu respeito, vi ela bater a carne no pilão até virar poeira. E disse: “isso aqui é o que resta quando a gente não tem nada, mas ainda tem gosto.” Fiquei em silêncio. Experimentei. E descobri que o sal não é o que dá sabor. É o que dá memória. E a manteiga de garrafa? Ela não é gordura. É carinho. E a farinha? Ela não é só base. É o que segura o tempo. E quando você come? Não é lanche. É passado. É resistência. É o que sobrou quando o mundo foi duro. E ainda assim, foi feito com amor.

Se quiser, use farinha de mandioca torrada na frigideira. Só até ficar dourada. Nada de forno. E se não tiver pilão? Use o fundo de uma panela. O importante não é o instrumento. É o tempo que você dedica.

E aí, qual dessas você elegeu para estrear? Talvez nenhuma. Talvez todas. Porque carne seca não é ingrediente. É história. E cada receita é um capítulo. Se decidir por alguma, me conta: foi o que você esperava? Ou foi algo que você nem sabia que estava precisando? Se tiver dúvida, se errar, se adorar… eu quero saber. A cozinha não é só para comer. É para lembrar. E você? O que essa carne te lembra?

Sobre o autor

Rafael Gonçalves

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

Segue lá no Instagram e vem comer com a gente! ??

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