E depois de mandar bem no escondidinho, que tal explorar a versatilidade do charque?
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. Arrumadinho: o prato completo e sem frescura
autor: Adenice Andrade
Confesso que sempre tive um pouco de preguiça de montar pratos com muitas camadas, parecia muito trabalho. Até tentar um arrumadinho bem feito. A chave, acredito, está em cada componente ter seu gosto marcante — o charque bem dessalgado e refogado, o feijão tropeiro sequinho, a vinagrete com pimentão crocante. Quando você junta tudo no mesmo garfo, é uma explosão de textura e sabor que resolve qualquer jantar de sexta-feira sem ideias. É impressionante como um prato tão simples consegue ser tão redondo, sabe?
Vira e mexe faço uma versão mais rápida pra mim e a Daiane, usando até sobras do dia anterior. A dica de ouro é não economizar na cebolinha e na farofa por cima, ela dá o contraste final que amarra tudo. Se um dia a geladeira estiver com vários potinhos com um pouco de cada coisa, é sua deixa.
3º. Cuscuz de charque: o café da manhã heroico
autor: Arte 2 Irmãos
Diferente do que todo mundo pensa, cuscuz não é só aquela massa branca do café. Quando você adiciona o charque desfiado à massa, ele vai para outro patamar. Vira uma refeição completa, daquelas que sustenta a manhã inteira — ou até um almoço leve de domingo, sem peso. Aprendi que o segredo está em incorporar o charque já refogado na farinha de milho antes de colocar no vapor, assim o sabor se espalha por todo o cuscuz.
Já errei feio uma vez colocando o charque por cima depois de pronto, ficou tudo desintegrado. O vídeo da dupla mostra direitinho como fazer para não cometer o mesmo erro. Fica tão bom que nem precisa de manteiga, só um café forte do lado.
Se tem uma receita que é um verdadeiro coringa para quando chega visita inesperada, é o carreteiro. É só ter o charque dessalgado e o resto você quase certeza que tem em casa: arroz, cebola, alho, um tomate. O processo é quase terapêutico, ver o arroz absorvendo todo aquele caldo saboroso da carne. A Cátia tem um jeito bem prático de mostrar, sem complicação.
Uma reação que sempre provoca aqui em casa é o silêncio à mesa no primeiro garfado. Depois vem o "nossa, que bom que sobrou". Dica minha: faz uma panela grande, porque no dia seguinte frito um ovo e como de novo, parece que fica até mais saboroso.
Depois de fazer o escondidinho de mandioca tradicional, fiquei curioso com a versão de macaxeira — que pra quem não sabe, é a mesma coisa que aipim, só muda o nome em algumas regiões. A textura fica ligeiramente diferente, um pouco mais fibrosa e doce, o que combina demais com o salgado intenso do charque. É um prato que brilha num jantar mais arrumado, mas que não dá tanto trabalho assim.
O canal Minhas Delícias manda bem no passo a passo. Presta atenção na hora de fazer o purê, ele não pode ficar muito líquido senão desmancha na hora de gratinar. Coloco sempre uma muçarela ralada bem fininha por cima, que forma aquela casquinha dourada irresistível.
Para ser sincero, a primeira vez que vi charque frito em tirinhas achei que ia ficar duro igual sola de sapato. Que engano. Quando você dessalga direitinho e frita em temperatura alta, ele fica com as pontas crocantes e o meio ainda suculento. Perigo real de virar um petisco e você acabar com o prato sozinho antes do almoço.
É a solução mais rápida quando a fome aperita e você não quer muita louça. Servido com uma limonada gelada ou até como aperitivo para uma cerveja, é sucesso na certa. O Leandro mostra o ponto certo do óleo, que é importante para não queimar.
Sabe aquele feijão que ficou simples, ou um bife na chapa? A farofa de charque é a adaptação inteligente que eleva qualquer prato básico para o nível de especial. Eu sempre — quer dizer, quase sempre — faço um pouco a mais e guardo num pote fechado. Dura uns dias e é uma mão na roda.
A Cherifa ensina a fazer na medida, sem ficar nem oleosa nem seca demais. O truque que aprendi com ela é refogar o charque bem miudinho até ficar levemente crocante antes de juntar na farinha. Aí fica com gosto em cada migalha. Experimenta jogar por cima de um ovo mexido, vai mudar sua manhã.
Todo mundo ama um feijãozinho, concorda? Agora, feijão cozido com charque é outra história. O caldo fica com um sabor encorpado, quase um molho, que não precisa de muito mais. É um erro comum querer botar linguiça, bacon, tudo junto. Deixa o charque ser o protagonista, ele dá conta do recado sozinho.
Essa receita dos irmãos é daquelas clássicas e sem erro. Eles usam panela de pressão, então fica pronto na hora do almoço. Uma dica não óbvia: depois de pronto, tira umas colheres do feijão, amassa com um garfo e volta pra panela. Espessa o caldo naturalmente, fica divino.
Olha, eu tenho uma quedinha por qualquer coisa em formato de bolinho. E de charque desfiado então, nem se fala. O problema é que às vezes a massa abre na hora de fritar. A receita do Fogo na Cozinha mostra uma massa bem consistente, que segura o recheio sem mistério. Acho que o segredo está em não colocar muito ovo.
É perfeito para uma reunião mais descontraída ou até pra congelar cru e ter um salva-vidas para visitas. Passa na farinha de rosca, frita e fica com aquela crosta dourada que estala nos dentes. Sério, faz um molho de pimenta iogurte para acompanhar, fica sensacional.
Essa aqui é pura praticidade. Você dessalga, cozinha e desfia uma quantidade boa de charque, guarda na geladeira e tem um recheio de respeito para várias ocasiões. Já usei para tacar no pão de sal no café, para rechear uma panqueca no jantar, até para jogar no macarrão alho e óleo quando não tinha mais nada. A Nicia tem um jeito super tranquilo de mostrar.
A memória afetiva que traz é de finais de semana na casa dos meus pais, sempre tinha um pote com alguma carne desfiada na geladeira. Dá uma segurança, né? Um insight: refoga o charque desfiado com um pouco de cebola roxa, fica com um sabor mais interessante.
Isso aqui é quase um truque de mágica. Você prepara o cuscuz normal, mas no meio da forma você cria uma camada com o refogado de charque e calabresa. Quando desenforma, todo mundo se pergunta como o recheio foi parar lá dentro. É um prato lúdico, que brilha num domingo com a família reunida.
A Shirley ensina direitinho. É mais fácil do que parece, só precisa ter uma cuscuzeira daquelas tradicionais. A calabresa, para ser sincero, eu às vezes substituo por pedacinhos de bacon, depende do que tem. Fica tão bonito que até dá pena de cortar. Mas aí o cheiro toma conta e a pena passa.
Dia cinza, garoando lá fora, e você cansado da mesma canja. Essa sopa de feijão com charque é a solução. Ela é robusta, mas não pesada. O charque dá uma profundidade que só carne curada consegue dar a um caldo. Já fiz sem bater no liquidificador, deixando os grãos inteiros, e também funciona muito bem.
É uma daquelas receitas que você deixa no fogo baixo, o perfume vai tomando a casa toda, e quando percebe já está todo mundo sentado na mesa com uma colher na mão. Perfeita para quando a preguiça de cozinhar é grande, mas a vontade de comer bem é maior.
Não deixe a simplicidade do nome te enganar. Charque acebolado é um prato que depende de um único, porém crucial, detalhe: a cebola precisa ficar bem dourada, quase caramelizada, mas sem queimar. Quando ela chega nesse ponto, doce e perfumada, e se junta aos tirinhas do charque, é mágica pura. Resolve aquele almoço de terça-feira em 15 minutos.
A Edneide faz de um jeito bem direto. Eu gosto de finalizar com um pouco de salsinha picada, dá um toque de frescor que corta a gordura. Serve com arroz branco e uma saladinha de folhas, pronto. Não tem erro.
Esse caldo é a prova de que comida simples pode ser extraordinária. A macaxeira cozida e amassada dá uma consistência cremosa incrível, quase sem precisar de creme de leite. O charque, é claro, dá o punch de sabor. É um prato que, por algum motivo, sempre provoca um suspiro de satisfação depois da primeira colher.
Perfeito para quando alguém está meio desanimado ou com aquele resfriadinho chato. O vídeo do Sabor di Casa é bem completo. Uma adaptação que descobri: se tiver um pedaço de queijo coalho, grelha e joga por cima na hora de servir. Derrete um pouco e fica surreal.
Risoto com charque pode parecer uma ideia meio ousada, mas juro que funciona. O salgado intenso da carne se equilibra com a cremosidade do arroz arbóreo. É um prato para impressionar num jantar a dois, mas que, no fundo, não é nenhum bicho de sete cabeças. A chave, como em qualquer risoto, é a paciência para adicionar o caldo aos poucos.
O chef no vídeo é bem didático. Eu já errei tentando usar charque muito salgado e sem dessalgar o suficiente, o risoto ficou intragável. Aprendi na marra. Hoze em dia, prefiro até usar um pouco menos de sal no caldo de legumes, porque o charque já dá conta. Fica show.
Esse não é o caldo fraco não, pode acreditar. É um negócio encorpado, cheio de personalidade, daqueles que aquece a alma antes mesmo de chegar ao estômago. Perfeito para começar uma refeição em dias mais frios ou até como uma entrada em um churrasco diferente. O Ramon tem um estilo bem descontraído de ensinar, é gostoso de acompanhar.
Ele fala que até criança gosta, e é verdade pela textura, mas o sabor é bem marcante. Se for servir para os pequenos, talvez diminuir a pimenta. Para adultos, um fio de azeite na hora de servir e pimenta calabresa moída por cima, não tem como errar.
Quem disse que coxinha é só de frango? A versão com charque desfiado é uma revelação. A massa, que é a mesma tradicional, combina demais com o recheio mais seco e saboroso da carne seca. É uma ocasião onde ela brilha: festas, encontros com amigos, qualquer lugar que precise de um salgado que fuja do óbvio.
O canal TePuxa mostra desde a massa até a modelagem. Confesso que a primeira vez que tentei modelar saíram uns abortos, mas com prática pega o jeito. A dica é não colocar muito recheio, senão abre na hora de fritar. E frita em óleo não muito quente, para cozinhar por dentro.
Feijão preto, charque e calabresa. Só três ingredientes principais, mas que quando se encontram na panela de pressão, criam uma harmonia absurda. É um prato que evita o erro de querer colocar muita coisa e acabar poluindo o sabor. Cada um tem seu papel muito claro. A Dy Melo mostra isso com maestria.
É a combinação perfeita para um almoço depois de um domingo preguiçoso, ou para receber aquela visita que não avisa. Deixa o feijão ficar bem 'tingido' pelo charque e pela calabresa, aquele caldo preto e brilhante. Acompanha com arroz branco e, se quiser ser tradicional até o fim, uma couve refogada. Simples e arrasador.
Ufa, quanta opção boa, né? O charque realmente é um ingrediente mágico. Agora me conta, qual dessas você tem mais vontade de experimentar? Ou já fez alguma e tem um segredo próprio? Corre lá nos comentários e compartilha sua experiência, adoro trocar ideias sobre essas descobertas na cozinha.
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