Tem coisa mais brasileira que biscoito amanteigado com goiabada? Não, né? É o tipo de combinação que a gente nem precisa explicar, só o cheiro já vira memória.
Já fiz essa receita com a Daiane uma vez, e ela me corrigiu no meio: “Você tá apertando a massa como se estivesse tentando matar um inseto.” Fiz de novo, devagar, com as mãos. E foi aí que entendi: não é técnica, é carinho. A goiabada tem que ser delicada, a manteiga tem que estar na temperatura certa, e a farinha? Ela não pede muito, só quer ser respeitada.
Se você nunca provou, bora tentar. Se já comeu e esqueceu, é hora de lembrar. O ponto é simples: não queremos um biscoito duro, nem uma goiabada que escorre até o chão. Queremos aquele equilíbrio que só a cozinha caseira sabe dar. Vai lá embaixo, olha o passo a passo, e depois me diz se não teve vontade de comer dois, três… ou mais.
Receita De Biscoito Amanteigado Com Goiabada | Bolacha: Saiba Como Fazer
Rendimento
30 unidades
Preparo
1h30 min
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
0 de 6 marcados
Para a massa:
Para o recheio:
Tudo que você tem na despensa. Já usei goiabada que estava no fundo da geladeira há meses – funcionou. Só não use a que tá seca como pedra. A manteiga tem que estar macia, mas não derretida. Se você apertar e deixar marca, tá no ponto.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
A massa – amasse com calma
Misture a farinha, a manteiga, o açúcar e a essência de baunilha numa tigela grande. Não use batedeira. Use as mãos. É aqui que a gente conecta com a receita.
Amasse até a massa ficar lisa e soltar das mãos. Não precisa ser perfeita – se tiver uns pedacinhos de manteiga, tá tudo bem. Já vi gente passar 20 minutos nisso e o biscoito ficou pior.
Envolva em plástico e deixe descansar na geladeira por 15 minutos. Não é pra esfriar, é pra a manteiga relaxar. Se pular esse passo, a massa espalha no forno.
A goiabada – corte em pedacinhos
Corte a goiabada em fatias finas, depois em cubinhos de uns 1 cm. Não precisa ser igual – se um for maior, outro menor, não tem problema.
Polvilhe um pouco de açúcar por cima. Isso evita que grude na faca e na mão. E não precisa ser muito – só o suficiente pra ela não virar cola.
Deixe num prato ao lado. Vai precisar de uns 30 pedacinhos, mais ou menos.
Modelando – nem muito, nem pouco
Retire a massa da geladeira. Faça bolinhas do tamanho de uma noz. Não aperte, só forme. Se você apertar, o biscoito vira pedra.
Coloque as bolinhas numa forma untada ou com papel manteiga. Deixe espaço entre elas – elas crescem um pouco.
Com o cabo de uma colher ou um boleador, faça um furinho no centro de cada bolinha. Não precisa ser profundo, só o suficiente pra caber um pedaço de goiabada.
Encaixe um cubinho de goiabada em cada furo. Não pressione. Só coloque. A goiabada vai derreter sozinha.
Assando – atenção ao tempo
Pré-aqueça o forno a 180°C. Enquanto isso, deixe os biscoitos descansando na forma. Não os coloque ainda.
Leve ao forno por 12 a 15 minutos. O ponto é quando as bordas começam a dourar, mas o centro ainda parece macio. Se você esperar até ficar escuro, vai queimar.
Saia do forno e deixe esfriar na forma por 5 minutos. Eles ainda vão amolecer um pouco. É normal.
O toque final – açúcar por cima
Quando estiverem mornos, passe cada biscoito no açúcar restante. Só um leve passar, como se estivesse acariciando.
Coloque em um prato e deixe esfriar completamente. A goiabada vai endurecer um pouco, e o biscoito vai ficar crocante por fora, macio por dentro.
Esse é o tipo de receita que a gente não faz só pra comer. A gente faz pra lembrar. Pra sentir o cheiro da casa da vó, ou daquela tarde em que a gente voltou do colégio e tinha um biscoito na mesa. Não precisa ser perfeito. Se um sair torto, tá tudo bem. Se a goiabada escorrer um pouquinho, nem se preocupe – isso é sinal de que ela tá boa. Já fiz com goiabada de pote, de lata, até com a que sobrou da ceia de Natal. Sempre dá certo. Se você tentar, me conta: qual foi o primeiro biscoito que você comeu na vida? E quem te deu? Acho que a resposta tá nesse sabor.
Dicas que vão do básico ao inesperado: seu biscoito amanteigado com goiabada nunca mais será o mesmo
Quanto tempo dura? Armazenamento sem mistério
Esses biscoitos duram até três meses se guardados em pote de vidro bem fechado, longe da luz e umidade. Sério, já fiz uma fornada antes do Natal e só terminei no Carnaval, e ainda estavam crocantes por fora, macios por dentro. Se for congelar a massa crua, embrulhe bem e use em até um mês. Já os assados? Congele depois de prontos, mas não espere que fiquem tão bons quanto fresquinhos. O segredo é o vidro: ele protege melhor que saquinho, e se você colocar um pedaço de papel-toalha no fundo, evita aquela umidade chata que aparece do nada.
Erros que eu já cometi (e você pode evitar)
Já coloquei a goiabada direto na geladeira depois de cortar, achando que ia firmar. Resultado? Virou uma pedra impossível de encaixar. Também já sovei a massa como se fosse pão, e o biscoito ficou duro igual tijolo. A Daiane me olhou e disse: “Você tá bravo com a receita?” Talvez tenha sido sorte, mas desde então, aprendi: amasse só até desgrudar das mãos. E outra: já deixei no forno 20 minutos porque fui checar o celular. Queimou nas bordas, e a goiabada escorreu toda. Agora, marco o tempo e fico de olho nos últimos cinco minutos. Cada forno tem personalidade, né?
Truque para modelar sem bagunça
Se a goiabada grudar demais na faca, passe um pouquinho de óleo vegetal nas mãos e na lâmina. Parece bobagem, mas faz toda diferença. Outra dica: faça os furinhos nas bolinhas com o cabo de uma colher de metal, não de silicone. Ele marca melhor e não esmaga a massa. E se quiser uniformidade, pese as bolinhas, 25g cada dá um bom tamanho. Mas se preferir o jeito artesanal, tudo bem. Afinal, imperfeição combina com casa de verdade.
Trocas inteligentes sem perder o sabor
Manteiga pode ser cara, então já testei com margarina boa (aquela com 80% de lipídios, como dizem por aí) e funcionou. Não é exatamente a mesma coisa, mas ninguém reclamou. Quem quer reduzir açúcar pode usar metade açúcar refinado e metade açúcar demerara, dá um toque caramelizado. A essência de baunilha? Pode pular, mas perde um charme. Já vi gente usar raspas de limão, e ficou surpreendente. Ah, e se quiser fazer versão vegana, existe manteiga vegetal boa no mercado, e goiabada normalmente é sem derivados. Só confere os ingredientes.
O que combina com esse sabor?
Não precisa ser só café. Imagina com um chá de camomila gelado num dia quente? Ou com aquele chocolate quente grosso de inverno? Já servimos com queijo minas frescal numa tarde de domingo e foi sucesso. O salgado do queijo com o doce da goiabada cria um contraste que faz todo mundo parar pra provar. Também fica incrível com geleia de laranja ou até com creme de avelã, se você curtir algo mais rico. Pra festa infantil, montamos um cantinho com leite gelado e biscoito, as crianças adoraram. Em eventos maiores, coloque num centro de mesa com frutas secas e castanhas.
Variação que ninguém espera: recheio de surpresa
Trocar goiabada por chocolate é clássico. Mas que tal tentar com doce de leite caseiro? Ou com pasta de amendoin integral? Uma vez, usei polpa de cajá batida com açúcar e deu certo. O segredo é usar algo que não seja muito líquido. Se quiser colorir, pode fazer alguns com goiabada, outros com pasta de fruta vermelha, e até pintar com corante natural (beterraba ou espinafre batidos). Fica bonito e desperta curiosidade. Ah, e se for servir em casamento ou aniversário, modele em formato de coração, o Titan até ficou interessado, mas claro, nada de dar pra ele.
Duas ideias que ninguém fala sobre biscoito com goiabada
Serve como base para sobremesa rápida
Esfarele um pouco por cima de sorvete de creme ou iogurte natural. É simples, mas vira outro prato. Já fiz isso quando a Daiane chegou cansada do trabalho e não tinha energia pra cozinhar. Ficou elegante e saboroso.
Pode ser usado como trilha afetiva
Fizemos uma brincadeira aqui em casa: coloquei biscoitos em pontos diferentes do apartamento, cada um com um bilhete. A Daiane foi seguindo até encontrar um presente. Bobagem? Talvez. Mas rimos muito. Coisa de quem mora em São Paulo e precisa de pequenos gestos no meio do caos.
A origem dessa combinação brasileira
O biscoito amanteigado tem raízes europeias, mas a goiabada veio com o hábito de conservar frutas no açúcar, comum no Brasil desde o século XIX. A junção dos dois virou a famosa "rabanada brasileira", sem fritura. Não sei quem teve essa genialidade primeiro, mas provavelmente foi alguém com uma goiabada sobrando e muita criatividade na cozinha. Hoje, é uma das combinações mais amadas no café da tarde nacional. Tem até quem diga que é patrimônio imaterial, brincadeira, mas quase.
Modo gourmet: detalhes que elevam
Depois de assados e ainda mornos, passe rapidamente num açúcar com canela. Ou polvilhe flor de sal por cima, o contraste doce-salgado é sofisticado. Outra opção: derreta chocolate meio amargo e faça risquinhos com palito. Fica com cara de loja de luxo. Também já decorei com folhinhas comestíveis, tipo hortelã, pra eventos. Dá trabalho, mas vale pela apresentação.
Perguntas que todo mundo faz (e outras que deveria fazer)
"Posso usar farinha integral?" Pode, mas vai mudar a textura, fica mais pesado. Misture metade integral, metade branca e veja se gosta. "Serve pra alérgico a ovo?" Sim, essa receita não leva ovo. "Posso congelar assado?" Pode, mas descongele em temperatura ambiente, nunca no micro-ondas. "E se a goiabada vazar?" Acontece. Significa que estava mole demais ou o pedaço era grande. Na próxima, corte menor. "Posso fazer sem açúcar na superfície?" Pode, mas perde aquele crocante gostoso. Tente açúcar demerara, dá um brilho diferente.
E aí, já pensou em qual variação vai experimentar primeiro? Me conta aqui nos comentários se tentou com outro recheio, se usou em alguma ocasião especial, ou se o seu biscoito também escapou do controle enquanto você olhava o trânsito lá da janela, igual acontece comigo aqui na Marginal. Sua experiência pode ajudar alguém do outro lado do país. E se curtir, compartilha, sempre rola um biscoito extra pra quem ajuda a espalhar sabor.
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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