Você já tentou fazer uma salsicha vegana que não parecia um bloco de terra com tempero? Eu sim. E a primeira vez virou um experimento de laboratório na cozinha, com cheiro de fumaça e textura de borracha.
Aprender a equilibrar proteína de soja, grão-de-bico e farinha de glúten não foi fácil. Não adianta só bater tudo no processador. A massa precisa de repouso, de atenção, de paciência. E a beterraba? Ela não é só para cor. É para dar um toque de terra doce que faz a diferença entre “isso é vegano” e “isso é bom”.
O segredo não está nos ingredientes raros. Está em não sobrecarregar o tempero. Páprica defumada e cominho têm personalidade. Se você colocar demais, a salsicha perde o que ela deveria ser: um contraste suave, com um coração de carne, mesmo sem ser carne. E sim, pincelar molho barbecue antes de grelhar faz milagre, deixa ela com aquele brilho que todo mundo olha e pergunta: “Isso é vegano mesmo?”
Se você já desistiu de tentar, ou se nunca tentou por achar que não daria certo, dá uma olhada no passo a passo abaixo. E depois me conta: você acha que conseguiu enganar o seu paladar… ou ele te enganou primeiro?
Receita de Salsicha e Linguiça Vegana: Saiba Como Fazer
Rendimento
1 porção (serve 2 pessoas)
Preparação
2 h
Dificuldade
Médio
Ingredientes
0 de 17 marcados
Tudo isso sai por menos de R$25 no mercado. Já tentei fazer sem a beterraba uma vez, não foi errado, mas parecia uma salsicha de papelão. A cor não é só visual, é sabor. E sim, a farinha de glúten é obrigatória. Não adianta tentar substituir.
Progresso salvo automaticamente
Informação Nutricional
Porção: 200g (1/2 da receita)
Nutriente
Por Porção
% VD*
Calorias
385 kcal
19%
Carboidratos Totais
32.5g
11%
Fibra Dietética
5.8g
23%
Açúcares
4.2g
8%
Proteínas
28.3g
57%
Gorduras Totais
18.2g
33%
Saturadas
2.4g
12%
Trans
0g
0%
Colesterol
0mg
0%
Sódio
980mg
43%
Potássio
420mg
9%
Ferro
3.8mg
21%
Cálcio
85mg
9%
*% Valores Diários baseados em uma dieta de 2.000 kcal (FDA)
Etiquetas Dietéticas
Vegano: 100% vegetal e cruelty-free
Sem Lactose: Sem laticínios
Alto em Proteína: 28g por porção
Alto em Fibras: 24% do VD
Alertas & Alérgenos
Contém Glúten: Farinha de trigo na receita
Sódio moderado-alto – Reduza molho shoyu para hipertensos
Contém Soja: Proteína texturizada e molho shoyu
Insight: 45% menos calorias que linguiça tradicional; rica em ferro e fibras
Fonte: Calculado manualmente via Tabela TACO Unicamp; valores aproximados – não substitui consulta profissional.
Coloque no processador o grão-de-bico, a proteína de soja espremida, a água, o óleo, o molho de soja e a beterraba ralada. Bata por 2 minutos até virar uma pasta grossa, mas não líquida.
Adicione o alho em pó, o sal, a páprica defumada, o cominho, o açúcar, a pimenta e o chimichurri. Bate mais 1 minuto, não mais, senão esquenta e perde o aroma.
Incorpore as farinhas:
Despeje a mistura em uma tigela grande. Adicione a farinha de trigo e misture com as mãos, sim, com as mãos. É mais fácil do que parece.
Depois, vá adicionando a farinha de glúten aos poucos, misturando sempre. Não precisa ficar perfeito, só até não ver mais o branco da farinha.
Se parecer seca, molhe as mãos com um pouco de água. Se estiver grudenta, passe mais farinha. A textura ideal é como uma massa de pão macio, mas mais densa.
Modelagem e cozimento:
Corte pedaços de papel manteiga em retângulos, uns 15cm de comprimento. Coloque uma porção da massa em cada um, em formato de linguiça, e enrole bem, apertando as laterais para não soltar.
Feche as pontas e depois enrole tudo em papel alumínio, bem apertado, como se fosse embrulhar um presente. A ideia é que fique selado.
Coloque em uma panela com água fervendo e cozinhe por 1 hora no vapor. Não deixe a água secar. Se precisar, acrescente mais.
Retire, deixe esfriar por 15 minutos. Agora é só desembrulhar.
Grelhar e servir:
Em uma frigideira bem quente, pincele um fio de óleo. Coloque as salsichas e grelhe por 3 minutos de cada lado, até dourar levemente.
Enquanto grelha, pincele o molho barbecue por cima. Só uma camada fina. Não encharque.
Retire, deixe repousar 2 minutos, e só então corte. Ainda quente, mas já firme. Serve com pão, purê, ou só com uma cerveja gelada.
Daiane me olhou uma vez quando eu estava grelhando essas salsichas e perguntou: “Isso é mesmo vegano?”. Eu só respondi: “Tenta”. Ela comeu metade da panela e não falou nada. Só pegou mais um pedaço.
Na minha primeira experiência fazendo, pensei que tinha falhado. A textura parecia borracha. Mas depois que grelhei e pincelei o molho… foi como se a salsicha tivesse despertado. Não é perfeita. Mas é real.
Se você já tentou fazer algo vegano e acabou desistindo porque parecia comida de hospital, eu entendo. Eu também desisti. Mas essa aqui? Essa não é pra convencer ninguém. É pra você comer e se esquecer que não tem carne.
Já fez alguma salsicha vegana que surpreendeu? Ou ainda acha que “vegano” é sinônimo de “sem sabor”? Me conta nos comentários, eu quero saber qual foi a sua versão mais inesperada. E se tiver uma dica que não está aqui, compartilha. A gente aprende junto.
Quanto tempo dura essa maravilha?
Essa salsicha vegana aguenta até 5 dias na geladeira se guardada em pote hermético. Se quiser deixar pronta pra emergências (tipo quando bate aquela larica vegana às 23h), pode congelar por até 2 meses. Só lembre de descongelar na geladeira antes de esquentar!
E as calorias?
Conforme nossa tabela nutricional completa, cada porção (metade da receita) contém aproximadamente 385 kcal. Isso representa cerca de 45% menos calorias que uma linguiça tradicional de carne, que pode facilmente ultrapassar 600 kcal! A versão vegana também é mais rica em fibras e não contém colesterol. Mas atenção: o valor pode aumentar se você abusar do óleo na hora de grelhar, então use com moderação para manter o benefício calórico.
Trocas inteligentes pra fugir do básico
- Sem glúten? Troque a farinha de trigo por farinha de arroz + 1 colher de goma xantana - Proteína de soja pode virar proteína de ervilha (fica até mais firme!)
- Molho de soja sem shoyu? Use tamari ou até molho inglês - A beterraba pode ser substituída por 1/2 colher de chá de colorau se quiser só a cor
Os 3 pecados capitais da linguiça vegana
1. Massa muito mole: Se ficar grudando nas mãos, acrescente farinha de glúten aos poucos até firmar 2. Sabor de grão-de-bico dominante: Aumente a páprica defumada e o cominho pra disfarçar 3. Desmanchando na água: Papel alumínio mal fechado é traição! Enrole como se fosse presentear alguém chique
Hack que a Daiane descobriu por acidente
Se faltar farinha de glúten: use 1 colher de sopa de fécula de batata + 1 colher de linhaça hidratada. A textura fica diferente, mas ainda sim bem gostosa! Outra dica: processe a beterraba crua com o óleo antes - cor mais uniforme garantida.
A parte mais chata (mas tem truque)
Enrolar no papel alumínio parece simples até você tentar e a massa vazar. Segredo? Faça rolinhos menores que uma banana nanica e use DUAS camadas de alumínio. E não encha demais o pacotinho - a massa expande no vapor!
Versão apimentada (pra quem gosta de sofrer)
Adicione 1 colher de chá de pó de pimenta dedo-de-moça desidratada + 1/2 colher de gengibre em pó. Fica com um kick que até onívoro vai pedir receita. Já testei numa churrascada e sumiu em 10 minutos!
Sobrou? Vira isso aqui:
- Fatia fininha vira "pepperoni" vegano pra pizza - Picadinho vira recheio de panqueca ou esfiha
- Amassado com maionese vegetal vira patê pra sanduíche - E a água do cozimento? Guarda pra usar como caldo de legumes!
Combinações que elevam o jogo
- Pão de fermentação natural + mostarda dijon + cebola caramelizada - Purê de batata-doce com alecrim
- Vinho tinto encorpado (pra quem bebe) ou suco de uva integral gelado - Molho tártaro vegano (maionese vegetal + picles + endro)
Modo chef Michelin
Pincele com melado de cana (sim, vegano!) + molho barbecue antes de grelhar. Depois, finalize com flocos de sal rosa e raspas de limão siciliano. Serve com palitinho de bambu e olha só: virou canapé de festa!
Se tudo der errado...
Massa virou papa? Transforma em hambúrguer: acrescente farinha de rosca até dar ponto, forme os discos e asse no forno. Queimou o fundo? Raspa com cuidado e disfarça com molho. Desandou o tempero? Joga um pouco de smoke liquid (aqueles aromatizantes defumados) que salva!
De onde veio essa ideia?
A receita é uma adaptação das salsichas alemãs vegetarianas do século XIX, que usavam principalmente castanhas. A versão moderna com soja surgiu nos anos 1970 nos EUA, mas foi a galera vegana brasileira que começou a abusar de temperos fortes como chimichurri e páprica. Falando nisso...
Sabia que...
A beterraba não só dá cor como ajuda a manter a umidade? E a páprica defumada imita o gosto de churrasco porque é defumada com madeira de carvalho - a mesma usada em barris de whisky! Ah, e o glúten é o responsável pela textura "elástica" que imita carne.
Perguntas que sempre me fazem
"Posso assar em vez de cozinhar no vapor?" Pode, mas envolva bem em papel alumínio e asse em banho-maria por 40min a 180°C. "Congela bem?" Melhor congelar crua depois de enrolada no alumínio. "Por que açúcar?" Balanceia os sabores e ajuda na caramelização na grelha!
2 fatos que ninguém conta
1. Essa massa pode virar mortadela vegana: basta cozinhar em forma de pão por 1h30 2. A proteína de soja absorve temperos melhor se você hidratar com caldo de legumes em vez de água
E aí, topa o desafio?
Se fizer, me conta nos comentários como ficou! Já tentou alguma variação maluca? A Daiane adora inventar moda - semana passada fez uma versão com curry que ficou surpreendentemente boa (e amarela que parecia o sol). Bora compartilhar as experiências!
Agora que você já conhece o essencial, que tal explorar outras versões incríveis de salsicha vegana?
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou.Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. Quando a cenoura vira estrela
Autor: Veg- Ana
Você já pensou em transformar aquela cenoura esquecida na gaveta da geladeira numa salsicha que engana até quem não é vegano? Essa receita resolve um problema clássico: como criar algo leve sem glúten que não fique com textura de massa. A cenoura dá uma doçura natural que dispensa açúcar, e a cor fica tão bonita que até o cachorro-quente fica mais fotogênico, né?
Uma dica que aprendi: não adianta só ralar a cenoura e misturar. Tem que cozinhar bem até ficar macia, quase desmanchando. Senão fica com pedacinhos crus que quebram a magia. Já errei isso, e a Daiane reclamou que parecia salada de cenoura em forma de salsicha. Agora faço sempre assim e virou nosso coringa para dias corridos.
3º. Grão-de-bico que engana carnívoro
Autor: Raquel Marques
Confesso que demorei para pegar o ponto certo do grão-de-bico. Na primeira vez, a massa ficou tão grudenta que parecia cola branca. Mas essa versão é diferente, ela evita justamente esse erro comum. O segredo está em escorrer bem a água da lata, ou cozinhar o grão até ficar macio mas não pastoso.
O que mais gosto nessa receita é como ela fica firme na grelha, com aquelas marquinhas douradas que dão vontade de comer direto da frigideira. É uma daquelas que sempre provoca a mesma reação: "isso é vegano mesmo?" E o melhor, não pesa no estômago como as salsichas tradicionais. Já experimentou fazer assim?
Ao contrário do que as pessoas pensam, não é só trocar grão-de-bico por feijão branco e pronto. Essa versão tem personalidade própria. O feijão branco é mais neutro, então aceita melhor temperos mais ousados. Já coloquei um pouco de fumaça líquida e ficou com aquele sabor defumado que lembra churrasco.
Essa é perfeita para quando você já tem feijão branco cozido sobrando, aproveita aquela sobra do almoço e transforma em algo completamente novo. Economiza tempo e evita desperdício. Uma adaptação inteligente que descobri por acaso, quando precisei improvisar.
Essa aqui é para quem não tem medo de sabores autênticos. A lentilha tem personalidade, então não adianta tentar disfarçar. Melhor abraçar o sabor terrestre e trabalhar com ele. Uma memória afetiva que ela traz: me lembra aqueles ensopados de inverno, mas em formato de salsicha.
Talvez tenha sido sorte, mas quando fiz pela primeira vez, percebi que a lentilha cozida al dente funciona melhor que muito cozida. Mantém uma textura interessante que imita melhor a carne. E olha, fica tão gostoso que as vezes faço só para comer com purê, nem espero virar cachorro-quente.
Quem diria que a combinação mais básica da cozinha brasileira viraria salsicha? Arroz com grão-de-bico parece estranho até você experimentar. Essa receita brilha justamente por usar ingredientes que todo mundo tem em casa. Não precisa correr no mercado, não precisa comprar coisas esquisitas.
A beterraba aqui não é só para cor, ela dá uma umidade que impede a massa de ficar seca. Já tentei sem e não deu certo, ficou uma coisa triste e esfarelenta. Agora sempre coloco, mesmo quando acho que vou pular essa etapa. Funciona melhor, sério.
Essa é daquelas que engana mesmo. A proteína de soja texturizada tem essa capacidade incrível de absorver sabores e criar texturas familiares. Particularmente detesto quando a soja fica com aquele sabor cru, mas essa receita evita isso com uma marinada bem pensada.
Uma dica não óbvia: deixa a massa descansando na geladeira por pelo menos uma hora antes de modelar. Parece bobagem, mas faz diferença na hora de dar liga. Na minha primeira tentativa, estava com pressa e saiu tudo desmanchando na panela. Aprendi do jeito difícil.
E ai, qual dessas vai para sua panela primeiro? Cada uma tem seu momento, né? Tem dia que dá vontade da lentilha mais encorpada, tem dia que a cenoura leve cai melhor. Se fizer alguma, vem aqui no site e conte como ficou, é muito bom compartilhar essas descobertas da cozinha com vocês.
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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