Queijo Parmesão Caseiro Mega saboroso para ter sempre em casa

O sabor marcante de um dos queijos mais consumidos no mundo agora feito sem limites em sua casa quando desejar.
Queijo Parmesão Caseiro Mega saboroso para ter sempre em casa
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Fazer queijo parmesão em casa parece coisa de louco, né? Eu também achava isso até encarar o desafio num curso de queijos artesanais. A verdade é que o processo é mais simples do que parece, só exige paciência, e eu, que sou impaciente, quase desisti na primeira vez que precisei esperar 12 dias.

O segredo tá no leite de qualidade e no controle da temperatura. Depois de algumas tentativas meio duvidosas, aprendi que o ponto do coalho faz toda a diferença. Minha Daiane ficou tão animada com o resultado que agora sempre temos um parmesão caseiro maturando aqui em casa. Até o Titan fica curioso com o cheiro, mas queijo não é pra ele, coitado.

Esse parmesão caseiro tem um sabor que não se compara com os industrializados. Vou te mostrar como transformar leite simples num queijo que vai fazer sua macarronada ficar inesquecível. Bora descobrir essa magia?

Receita De Queijo Parmesão: Como Fazer

Rendimento
1 queijo 700g
Preparo
12 dias
Dificuldade
Moderado

Ingredientes

0 de 6 marcados

Para o queijo:

O investimento inicial é um pouco salgado por causa do leite, mas sai pela metade do preço de um parmesão importado. E a sensação de fazer seu próprio queijo, não tem preço. Já aviso que a paciência é ingrediente principal aqui.

Progresso salvo automaticamente

Modo de preparo

A mágica do coalho:

  1. Pega uma panela bem grande, aquela de feijoada serve, e coloca os 8 litros de leite. Leva ao fogo baixo pra esquentar, mas atenção: não pode ferver nem esquentar demais.
  2. O ponto ideal é quando tá só morno. Testa com gotas no pulso, igual fazia nossa avó com mamadeira. Se queimar um pouquinho ainda, espera esfriar mais. A temperatura certa é uns 35°C, mais ou menos a do corpo.
  3. Adiciona o coalho e mexe bem. Tampo a panela e deixo quieto por uns 45 minutos. Não fica abrindo pra ver, deixa a natureza trabalhar.
  4. Passado esse tempo, o leite vai estar todo firme, igual uma gelatina. Com uma faca longa, corto em quadradinhos de uns 2cm, fazendo cortes cruzados.
  5. Espera mais 10 minutos e vai ver que a coalhada afundou e o soro ficou por cima. Tiro cerca de metade do soro com uma concha, mas deixo um pouco ainda.

Dando cor e forma:

  1. Pega um copo com um pouco do soro que você reservou e mistura o urucum. Mexe bem e deixa uns 5 minutos só, se deixar muito tempo fica forte demais a cor.
  2. Volta esse soro colorido pra panela e mexe delicadamente. A coalhada vai ficar com aquele tom amarelinho característico do parmesão.
  3. Agora vem a parte trabalhosa: esquenta de novo em fogo bem baixo, mexendo sempre, até chegar uns 45°C. Dá uns 20 minutinhos. A coalhada vai ficar mais firme.
  4. Tira do fogo e coloca as pedras de gelo pra parar o cozimento. Mexe até esfriar.

Na primeira vez quase queimo a coalhada aqui por deixar o fogo alto. Paciência é tudo nesse passo.

Aguardando a transformação:

  1. Forra uma forma de queijo com um pano limpo e coloca a coalhada dentro. Pressiona bem pra tirar o soro restante.
  2. Vira de tempos em tempos nas primeiras horas, umas 3 ou 4 vezes no primeiro dia.
  3. No dia seguinte, tira da forma e passa sal em toda a superfície. Vai soltar mais soro.
  4. Agora é esperar. Deixa num lugar fresco e arejado, virando todo dia, por pelo menos 12 dias. Quanto mais tempo, mais saboroso fica.

A Daiane vive me perguntando se já pode comer. A gente abre um aos 12 dias e deixa outro envelhecer mais. Depois de um mês fica incrível pra ralar na massa.

Fazer queijo caseiro é daquelas experiências que mudam sua relação com a comida. Ver o leite virar queijo parece mágica, e o sabor não tem comparação com nada que você compra pronto. Demora mesmo, mas a recompensa vale cada dia de espera.

E aí, topa o desafio? Já tentou fazer algum queijo em casa ou é sua primeira vez? Conta aqui nos comentários sua opinião sobre a experiência, ou se ficou com alguma dúvida no processo. Adoro trocar ideias sobre essas aventuras na cozinha!

Quer fazer um parmesão que vai surpreender? Olha essas dicas que vão te salvar!

Quanto tempo dura e como guardar sem erro

Esse queijo caseiro é bem resistente se você cuidar direito. Na geladeira, nas prateleiras de baixo (onde é menos frio), ele dura mais de um mês fácil. Mas tem um truque: precisa lavar e secar ele todo santo dia nos primeiros 15 dias.

Depois que estabiliza, dá pra espaçar para cada 2 ou 3 dias. Já deixei um por 45 dias uma vez e estava perfeito, na verdade, até melhorou com o tempo.

O jeito certo de armazenar é embrulhar em papel toalha e colocar num pote não totalmente fechado. O papel absorve a umidade e evita mofo. Troca o papel a cada 2 dias ou quando estiver muito úmido.

Os 5 pecados capitais do queijeiro iniciante

Já cometi todos esses erros, então presta atenção:

Leite errado: Nunca use leite de caixa longa vida. Esses leites são ultra pasteurizados e não coalham de jeito nenhum. Já perdi 8 litros uma vez por causa disso, a Daiane até hoje brinca com minha cara quando falo que vou fazer queijo.

Temperatura alta: Se o leite passar de 40°C quando colocar o coalho, já era. Mata as bactérias boas e o queijo não desenvolve sabor. Compre um termômetro simples, custa uns 20 reais e salva sua receita.

Excesso de coalho: Mais não é melhor. Se colocar coalho demais, o queijo fica amargo. Segue a medida da receita à risca na primeira vez.

Pressa na cura: Não adianta querer abreviar os 12 dias. O queijo precisa desse tempo para desenvolver textura e sabor. Já tentei comer com 7 dias e parecia borracha salgada.

Local errado para maturação: Não pode ser lugar úmido nem com mudanças bruscas de temperatura. Aqui em São Paulo, deixo no armário da cozinha longe do fogão e da janela.

O momento que mais assusta: dominando o coalho

Essa parte parece mágica, e é mesmo. O segredo tá na temperatura e na paciência. Quando o leite estiver na temperatura certa (uns 35°C), desliga o fogo completamente antes de colocar o coalho.

Mistura o coalho com um pouco de leite morno primeiro, assim distribui melhor. Joga na panela, mexe suavemente em movimento circular umas 3 vezes e TAMPA. Não mexe mais.

Esquece que existe a panela pelos próximos 45 minutos. Não fica abrindo, não balança, nada. A primeira vez que fiz, fiquei tão ansioso que abri 4 vezes e o queijo não firmou direito.

Se depois de 45 minutos ainda estiver muito mole, deixa mais 15. Mas normalmente esse tempo é suficiente. Quando estiver firme igual gelatina, pode cortar os quadradinhos.

Por que cada ingrediente importa (e muito)

Leite cru vs pasteurizado: O leite cru tem as bactérias naturais que dão sabor ao queijo. Se usar pasteurizado, o resultado ainda é bom, mas o sabor fica mais suave. Compre de fonte confiável, já peguei leite "cru" que na verdade era reconstituído e não deu certo.

Sal grosso moído: O sal fino tem anti-umectantes que podem interferir. O grosso moído na hora é mais puro. E salga por igual, o que é crucial para a cura.

Urucum: Não é só cor, o urucum tem propriedades conservantes naturais. Os italianos usam açafrão, mas o urucum é nosso e funciona igual. Só não exagera senão fica laranja demais.

<3 class=title_dicas>Se deu ruim, assim você salva

Queijo não coalhou: Esperou 2 horas e nada? Pode ser coalho vencido ou leite inadequado. Não tem jeito, transforma em ricota. Esquenta até 85°C que vai separar o soro, coe e tempera. Pelo menos não perde tudo.

Ficou amargo: Coalho em excesso. Deixa maturar por mais tempo, as vezes 30 dias em vez de 12 resolve. O amargo diminui com a cura.

Apareceu mofo: Não entra em pânico. Limpa com vinagre branco num pano e seca bem. Mofo superficial é normal em queijos artesanais. Só se for mofo preto ou verde musgo aí é melhor descartar.

Muito salgado: Deixa de molho em água fria por 2 horas, trocando a água a cada 30 minutos. Depois seca bem e continua a cura.

Quando o tradicional enjoa

Que tal um parmesão com pimenta do reino? Adiciona uma colher de chá de pimenta do reino moída na hora quando for colocar o sal. Fica incrível para comer em pedaços.

Versão com ervas: mistura alecrim e tomilho seco com o sal na hora de passar. A Daiane adora assim, diz que lembra os queijos que a mãe dela comprava no litoral.

Para um sabor mais intenso, dobra o tempo de cura. Deixa 24 dias em vez de 12. O queijo fica mais seco, mais salgado e perfeito para ralar sobre massas.

Fazendo caber no bolso

O leite é o maior gasto. Procura produtores locais ou feiras, normalmente é mais barato que supermercado. Aqui em São Paulo, encontro na feira do bairro por quase metade do preço.

Faz queijo menor primeiro. Em vez de 8 litros, faz com 4. Se der errado, o prejuízo é menor. E você treina antes de investir numa fornada grande.

O soro que sobra não joga fora! Dá pra fazer ricota (é super fácil) ou usar em pães no lugar da água. Fica um pão macio e com sabor leve de queijo.

Zero desperdício, até as sobras viram ouro

As cascas do queijo (aquela parte mais dura que sobra quando você rala) são perfeitas para sopas. Joga na panela quando for fazer sopa de legumes, dá um sabor incrível e engrossa naturalmente.

Pedaços muito secos ou que não deram certo? Rala tudo e congela. Usa depois para gratinar ou em recheios de torta.

O soro é riquíssimo em nutrientes. Uso para regar as plantas aqui do apartamento, elas adoram. Ou então dou para o Titan misturado na ração, mas só um pouquinho porque ele tem alergia.

Dois segredos que ninguém te conta

O poder da lua: Pode parecer lorota, mas queijeiros tradicionais juram que o queijo feito na lua crescente cura melhor. Já testei sem querer, fiz um na cheia e outro na minguante, e o da lua cheia realmente desenvolveu melhor. Talvez seja coincidência, mas desde então tento fazer na crescente.

O som do queijo: Quando o queijo está no ponto certo para consumo, ele emite um som específico ao bater com a unha, é um "toc" seco e limpo. Se estiver oco ou molenga, o som é abafado. Aprendi isso com um queijeiro italiano aposentado que conheci no curso.

De onde veio essa maravilha?

O Parmigiano-Reggiano original é italiano, da região de Parma, daí o nome. É um queijo com Denominação de Origem Protegida, o que significa que só pode ser chamado assim se for feito lá, com leite da região e seguindo métodos específicos.

Nosso versão caseira é inspirada nele, mas adaptada para nossa realidade. Os italianos usam leite de vaca da raça Reggiana, que tem características únicas. Aqui usamos o que temos disponível, mas o princípio é o mesmo.

Falando em tradição, o site da Embrapa tem estudos interessantes sobre produção de queijos artesanais no Brasil. Eles mostram que com técnicas adequadas, dá pra fazer queijos de qualidade comparable aos importados.

Perguntas que sempre me fazem

Posso usar vinagre em vez de coalho? Até pode, mas o resultado é bem diferente. O vinagre acidifica o leite rapidamente, mas não desenvolve o mesmo sabor complexo. Fica mais parecido com queijo fresco.

Por que meu queijo rachou? Provavelmente cozinhou rápido demais ou a temperatura subiu muito. Na próxima, sobe a temperatura gradualmente, leva uns 40 minutos para chegar nos 45°C.

Preciso de equipamento especial? Dá pra fazer com o que tem em casa. Já usei uma panela de alumínio (não é ideal, mas funciona), forma de bolo como prensa e termômetro de churrasco pra medir temperatura.

E aí, se sente preparado para essa aventura queijística? Deixa aqui nos comentários o que você achou da receita, adoro saber dos resultados de vocês! Se tiver alguma dúvida que não abordei ou uma dica diferente que funcionou na sua casa, compartilha com a gente. Quem sabe seu relatório não ajuda outro queijeiro iniciante?

Sobre o autor

Rafael Gonçalves

O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.

Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.

Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?

Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.

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