Fazer queijo em casa parece coisa de profissional, né? Eu também achava isso, até o dia que descobri que muçarela caseira tem um sabor que nenhum supermercado entrega. A textura cremosa e aquele derretimento perfeito fazem toda diferença no prato.
Minha primeira tentativa foi um desastre, o leite não coagulou direito e quase desisti. Mas depois de estudar técnicas de queijaria artesanal e muito teste, cheguei num ponto que até minha esposa Daiane, que é bem crítica, aprovou. O segredo tá no leite integral de qualidade e na paciência durante as 48 horas de cura.
Se você quer impressionar na próxima pizza ou simplesmente experimentar o prazer de fazer seu próprio queijo muçarela, essa receita vai te guiar passo a passo. Olha só como é mais simples do que parece!
Receita De Queijo Muçarela Caseiro Simples E Fácil: Saiba Como Fazer
Rendimento
15 fatias
Preparo
24 a 48h
Dificuldade
Fácil
Ingredientes
0 de 4 marcados
Dica importante: o leite integral faz toda diferença aqui. Já tentei com semi-desnatado uma vez e o queijo não ficou com aquela cremosidade que a gente espera. O coalho você acha em qualquer mercado, normalmente na seção de laticínios.
Progresso salvo automaticamente
Modo de preparo
Preparando a base:
Pega 1 litro do leite e leva pra esquentar em fogo baixo. Olha, não pode ferver nem ficar muito quente, imagina que é pra dar pro Titan quando era filhote, sabe? Morno mesmo.
Pega uma vasilha que caiba uns 3 litros e que tenha tampa. Coloca só 1 litro de leite morno e adiciona uma tampinha daquele coalho líquido. Mexe bem com colher, tampa e deixa descansar por 1 hora sem mexer. Eu sempre coloco um aviso na tampa pra ninguém abrir, a Daiane já quase estragou um lote uma vez com curiosidade.
Passada a hora, o leite virou uma massa consistente. Testa com a colher cortando em pedaços, se tiver com cara de pudim, tá no ponto. Mexe um pouco e vai ver que forma umas pelotinhas, é normal isso. Deixa descansar mais 15 minutos.
Coloca a colher de sal, mistura bem e espera mais 15 minutos. O sal ajuda na textura final e no sabor, claro.
Removendo o soro:
Agora vem a parte de tirar o soro. Com uma caneca ou concha, vai tirando o líquido que ficou em cima da massa. Mas atenção: não joga esse soro fora! Dá pra fazer ricota, bolo, até mingau, é um desperdício jogar fora.
Depois usa um coador pra tirar todo o soro que conseguir, deixando só a massa. Vai colocando essa massa numa forma que tenha furinhos embaixo, tipo escorredor de macarrão ou forma própria pra queijo.
A cura, a parte que testa a paciência:
Agora é esperar de 24 a 48 horas pra massa secar bem. Durante esse tempo, vai apertando e virando de vez em quando pra ajudar a secar uniformemente.
Se quiser acelerar, deixa num lugar arejado ou até debaixo de ventilador. Depois de 12 horas já pode desenformar e deixar secando mais 12 horas do outro lado.
Você vai ver a massa ficando amarelinha e com cara daqueles queijos redondos tradicionais. Mas calma, ainda não é muçarela!
A transformação final:
Com a massa já seca e amarelinha, corta em quatro pedaços. Coloca numa panela os pedaços com um pouco do soro que sobrou.
Liga o fogo e deixa cozinhar. O soro vai secando e a massa vira um angu bem grossinho. Pode usar panela de arroz se tiver, funciona bem também.
Quando tiver bem cremoso, quase derretido, tá no ponto. Eu prefiro deixar o soro secar mais porque fica mais gostoso, mas ai vai do seu gosto.
Tira a massa da panela, separa do soro que sobrou e coloca num pote, eu uso aqueles de sorvete vazios porque são maleáveis e com tampa.
Com uma colher, deixa a massa retinha no pote e leva na geladeira por 2 horas. Depois é só desenformar e cortar em fatias ou ralar pra usar nas receitas.
A primeira vez que fiz esse queijo, quase desisti na hora da cura porque parecia que nunca ia secar. Mas a espera vale cada minuto, o sabor é completamente diferente daqueles de supermercado, muito mais cremoso e com personalidade. Hoje em dia faço quase todo mês, virou um daqueles rituais gostosos de final de semana.
E ai, topa o desafio de fazer seu próprio queijo? Comenta aí como foi pra você, se teve alguma dificuldade ou se descobriu algum macete diferente. Também quero saber qual foi a primeira receita que você fez com sua muçarela caseira!
Quer dominar a arte da muçarela caseira? Essas dicas vão te ajudar demais!
Quanto tempo dura? Guia completo de conservação
A receita de queijo muçarela pode chegar até 15 dias de validade se bem encapado com filme plástico e guardado na geladeira. Mas atenção: use papel toalha para absorver a umidade antes de encapar com bastante papel filme plástico.
Se quiser congelar, a validade salta para 2 ou 3 meses. Eu sempre congelo metade do que faço, aqui em casa somos só eu e a Daiane, então dura bastante. Descongela na geladeira por 24 horas que fica perfeito.
A parte mais crítica: o ponto exato da coalhada
Essa é onde a maioria erra. O leite não pode estar quente demais, imagina a temperatura do leite pra dar pro Titan quando era filhote, sabe? Morno mesmo.
Se o leite estiver muito quente, o coalho não funciona direito. Já perdi um lote inteiro por isso. E depois de colocar o coalho, não mexe em nada por 1 hora. A Daiane quase estragou um lote uma vez com curiosidade, agora eu coloco um aviso na tampa.
Quando abrir depois da hora, tem que ter cara de pudim. Se ainda estiver líquido, deixa mais 15-20 minutos. Paciência é tudo nessa etapa.
Se der errado, salva assim:
Não coagulou? Espera mais um pouco. Se mesmo assim não der certo, esquenta mais um pouquinho o leite e adiciona outra tampinha de coalho. Já salvei assim uma vez que tinha usado leite da temperatura errada.
Ficou muito salgado? Deixa de molho em água fria por algumas horas, trocando a água de vez em quando. Funciona surpreendentemente bem.
Quebrou na hora de manusear? Transforma em queijo ralado ou usa em receitas que vão derreter, como pizzas e lasanhas. Ninguém vai perceber.
Por que o leite integral faz tanta diferença?
Os leites do tipo B ou C de saquinhos são os mais recomendados, mas se tiver a chance de obter um leite tirado diretamente da vaca, o resultado vai ser centenas de vezes melhor! A gordura é que dá aquela cremosidade característica.
Já tentei com semi-desnatado uma vez e o queijo não ficou com aquela textura que a gente espera. Ficou mais seco e não derretia direito. Os leites de caixinha do tipo longa vida – UHT podem não ter um bom resultado, pois não sofrem a ação esperada do coagulante.
Quando o leite é bom, se usar 1 litro, pode render de 300 a 350 gramas de queijo. Ou seja, quanto mais natural seu leite é, melhor o resultado.
Não jogue o soro fora! Ideias criativas
Além de fazer ricota, mingau e até bolos, o soro que sobrou dessa receita pode ser usado em 1001 receitas. Você pode usar para auxiliar no cozimento de qualquer alimento substituindo a água pelo soro como o arroz, o frango e até os risotos.
Eu uso muito para fazer pão, fica com uma textura incrível. A Daiane adora quando fazo vitaminas com o soro, fica mais cremoso e nutritivo. Também serve para marinar carnes, deixa tudo mais macio.
Conserva esse soro em um pote limpo e fechado na geladeira até sete dias. Ou congela em formas de gelo, a validade salta para 3 meses. Dessa forma, poderá usar o soro com mais praticidade jogando os cubinhos nas sopas ou feijão.
Entendendo o coalho, esse desconhecido
O coagulante líquido ou coalho é a substância que serve para coagular o leite e transformá-lo em queijo. Reza a lenda que essa técnica foi descoberta quando pessoas usaram o estômago de animais ruminantes como o bezerro e a vaca.
Curiosamente, essa forma de coalho usando estômagos de animais ainda existe e é considerado a melhor forma pois desenvolve melhor as bactérias lácticas. As enzimas do coalho continuam intervindo sobre a cura do queijo, o que, no fim, resulta uma variedade de sabores.
Onde achar? O coagulante líquido pode ser achado nos melhores supermercados da cidade ou, mais fácil, pela internet. Eu compro no Extra mesmo, sempre tem.
Variações para experimentar
Queijo temperado: na hora de colocar o sal, adiciona ervas finas, pimenta do reino ou alho em pó. Fica sensacional para petiscos.
Muçarela de búfala: se conseguir leite de búfala, o processo é o mesmo e o sabor fica ainda mais cremoso. Mais caro, mas vale a experiência.
Com pimenta calabresa: mistura pimenta calabresa moída na massa antes da cura. Perfeito para pizzas picantes.
2 coisas que ninguém te conta sobre queijo caseiro
Primeiro: o Titan fica doido com o cheiro do leite coalhando. Tenho que fechar a cozinha senão ele fica tentando abrir a geladeira.
Segundo: a pia de quartzo branco daqui mancha com o soro se não limpar na hora. Já aprendi isso da pior maneira possível.
Ah, e tem mais: em dias muito úmidos, a cura demora mais. Aqui em SP é complicado, então evito fazer quando tá chovendo muito.
Modo economia: fazendo render mais
Compra o leite quando estiver em promoção, normalmente final de semana tem preços melhores. E o coalho rende várias fornadas.
Faz em maior quantidade e congela, o processo é o mesmo e você economiza tempo. Eu faço sempre 6 litros de uma vez.
Reaproveita tudo: o soro vira ricota, pães, bolos... Nada se perde aqui em casa. Até a Daiane que não é muito fã de cozinha se anima com as possibilidades.
Perguntas que sempre me fazem
Posso usar leite UHT? Não recomendo, os leites de caixinha do tipo longa vida podem não ter um bom resultado, pois não sofrem a ação esperada do coagulante.
Por que demora tanto? A cura é essencial para desenvolver o sabor e a textura. Queijo bom leva tempo, não tem jeito.
Precisa de equipamento especial? Dá pra improvisar com escorredor de macarrão e formas comuns. O importante é ter furinhos para escorrer.
E então, se animou para fazer seu próprio queijo? Já tentou alguma vez ou é a primeira aventura na queijaria artesanal? Escreve aqui nos comentários como foi seu preparo, se teve alguma dificuldade ou se descobriu alguma técnica nova. Também quero saber qual foi a primeira receita que você fez com sua muçarela caseira!
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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