A batata é assim: uma tela em branco na cozinha. Bora ver o que mais dá pra criar com ela?
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. Nhoque que derrete de tão macio
autor: Isamara Amâncio
Todo mundo já comeu um nhoque borrachudo, aquele que parece uma bolinha de borracha. O maior erro, acredito, é colocar farinha demais na massa com medo de grudar. A Isamara acerta num ponto crucial: passar a batata cozida pela peneira. Parece trabalhoso, mas é isso que garante aquele resultado sedoso, quase um purê antes de virar massa.
Quando você faz assim, a massa aceita pouca farinha e fica leve. O nhoque literalmente desmancha na boca. Serve com qualquer molho, mas um sugo bem simples de tomate fresco é minha combinação predileta. Faz toda a diferença.
3º. Gratinada no molho branco (a clássica)
autor: Receitas Da Cris
Essa aqui é aquele tipo de receita que parece jantar especial, mas na verdade é puro conforto disfarçado. O molho branco, ou bechamel, é um daqueles fundamentos que vale a pena dominar. Aprendi num curso de bases francesas que o segredo é cozinhar a farinha na manteiga até perder o cheiro de cru, sabe aquele aroma de massa de bolo? Só depois você adiciona o leite aos poucos.
Com a batata, fica uma coisa celestial. A dica é intercalar as camadas de batata com o molho, não só cobrir. Aí cada garfada vem cremosa. É perigoso porque é muito fácil repetir o prato.
Ao contrário do que se imagina, purê bom não é aquele que vira uma cola branca. O segredo está no tipo de batata e no jeito de amassar. Prefiro as batatas asterix ou holandesas, que tem mais matéria seca. Cozinho com a casca para não embebedar de água e passo ainda quente pelo espremedor, nunca no liquidificador - isso vira cola, tenho certeza.
Aí misturo a manteiga primeiro, até ela derreter e incorporar, e só depois o leite morno aos poucos. Fica aveludado, não aguado. Parece detalhe, mas muda tudo. É a comida que acalenta qualquer dia ruim.
Essa receita resolve aquele problema clássico: sobra purê de ontem e ninguém quer comer de novo. A solução é transformar em escondidinho. A Panelaterapia mostra um jeito bem inteligente. Para o recheio, gosto de refogar bem a cebola e o alho, quase caramelizar, antes de jogar a carne moída. Dá um sabor fundo incrível.
E na hora de gratinar, um queijo parmesão ralado na hora por cima forma uma casquinha crocante que contrasta com o cremoso de baixo. Vira um prato único, completinho. Aqui em casa rende duas refeições tranquilamente.
Quem diria que dava pra fazer rocambole de batata, né? É uma daquelas ideias geniais para sair do arroz com feijão de todo dia sem complicação. A massa é basicamente um purê mais firme. O truque para enrolar sem quebrar é esperar esfriar um pouquinho, mas não totalmente. E usar um pano de prato limpo e levemente umedecido para dar o formato.
Pode rechear com o que tiver na geladeira: espinafre com ricota, frango desfiado, até aquela carne moída que sobrou. Fica bonito na mesa e todo mundo acha que você é um mestre da culinária.
Sopa de batata é meu remédio caseiro para previsão do tempo virando. Essa versão cremosa, com endro, é um achado. Essa erva tem um sabor fresco, meio anisado, que corta a riqueza da batata e do creme de leite. Se não achar endro fresco, tenta usar salsinha e um toque de semente de erva-doce amassada, dá um resultado parecido.
Bato metade da sopa no liquidificador para ficar creme e deixo a outra metade com os pedacinhos de batata. A textura fica ótima. Perfeita para um jantar leve, com um bom pão para acompanhar.
Confesso que fiquei curioso quando vi batata no lugar do frango. Mas faz todo o sentido! A batata em cubos absorve o sabor do molho maravilhosamente bem e dá uma saciedade legal. O segredo é dar uma fritadinha ou assar os cubos de batata antes de jogar no molho, para eles não desmancharem totalmente.
Fica incrivelmente saboroso. É uma ótima porta de entrada para quem quer comer menos carne ou para receber visitas com dietas diferentes. Serve com aquele arroz branco soltinho e batata palha, claro. Ninguém vai sentir falta de nada.
Isso aqui é pura memória afetiva. Me lembra feiras livres e quitandas. O doce de batata tem uma cor linda e uma textura que fica no meio do caminho entre um doce de abóbora e um de figo. A canela e o cravo são essenciais, não pule eles.
O ponto é quando você passa a colher no fundo da panela e o doce abre um caminho que demora a fechar. Tem que ficar atento porque passa do ponto rápido e vira um tijolo. Deixa esfriar que ele fica com a consistência perfeita para cortar em quadradinhos. Uma joia simples.
Todo mundo já teve a curiosidade de fazer aquele pão de batata fofinho que parece algodão. O segredo, como a Isamara mostra, tá no tal "ponto de véu": esticar um pedaço da massa e ela não rasgar, ficando fininha e translúcida. Isso significa que o glúten se desenvolveu direitinho. Dá trabalho sovar, mas é terapêutico.
A batata na massa garante a maciez e uma doçura sutil. Fica perfeito para hambúrguer artesanal ou só com uma camada generosa de manteiga. Chega a ser melhor que o da lanchonete, porque você fez.
A massa tradicional de coxinha, com caldo de frango e farinha, pode ser intimidadora. Essa versão com batata é um caminho sem erro. A massa é mais maleável, fácil de modelar, e fica crocante por fora sem ficar com aquela capa grossa. É ótima para fazer com crianças, porque não gruda tanto nas mãos.
Para o recheio, um frango bem temperado e desfiado fino é clássico que nunca falha. Frita em óleo bem quente e fica douradinha rapidinho. Perigo: esfria e some.
A dica de ouro que ninguém me contou: depois de cortar as batatas em palito, deixa elas de molho em água gelada por uns 15 minutos. Isso tira o excesso de amido e elas ficam realmente sequinhas por dentro depois de assar. Seca bem com um pano de prato antes de jogar na air fryer, é importante.
Uma colherada de óleo e os temperos que você gostar. A minha mistura é paprika defumada, sal e um pouco de alho em pó. Fica tão crocante que dispensa a fritura profunda. Salva o almoço de domingo em 20 minutos.
Fazer chips em casa é uma daquelas coisas que parece difícil até você tentar. O segredo absoluto é o fatiador de legumes. Fatias finas e uniformes são a chave para fritarem por igual. E o óleo precisa estar na temperatura certa, não muito baixo nem muito alto. Joga uma fatia para testar, se borbulhar intensamente em volta, tá bom.
Salga na hora que tirar, ainda quente. Experimenta fazer um mix de batata inglesa e batata doce roxa. Fica lindo e é um petisco para receber visita que impressiona todo mundo. É viciante, aviso logo.
Salada de batata pode ser uma coisa sem graça ou a estrela do piquenique. A diferença está no tempero e no ponto da batata. Cozinhe com a casca, em água bem salgada, até ficar macia mas ainda firme (enfie uma faca, ela deve encontrar resistência). Descasca ainda morna, porque absorve melhor o tempero.
O limão espremido na hora, azeite bom e bastante salsinha fazem milagres. Deixa na geladeira por uma horinha antes de servir para os sabores se casarem. Vai muito além da maionese, confia.
Parece estranho, mas a batata no bolo funciona como a cenoura ou a abóbora: dá umidade e uma textura densa e gostosa. O sabor é neutro, então o bolo fica com o gosto da baunilha e do açúcar, mas incrivelmente úmido. É ótimo para usar aquela batata que começou a brotar e você não vai cozinhar mais.
Fica perfeito para o café da tarde, com uma cobertura de chocolate meio amargo. É uma receita de aproveitamento inteligente que ninguém vai adivinhar o ingrediente secreto.
Essa receita tem cheiro de casa de interior. A batata na massa da rosca garante que ela fique macia por vários dias, se é que dura tanto. É um projeto para uma tarde mais tranquila, mas o processo é simples. A massa fica linda de trabalhar.
Polvilhar açúcar e canela por cima antes de assar forma uma casquinha doce que é a melhor parte. Serve com um café coado no filtro de pano. Pura simplicidade que aquece o coração.
Quando a fome aperta e você precisa de um acompanhamento rápido que pareça que você se esforçou, essa é a receita. O molho é tudo misturado, não precisa fazer o bechamel separadamente. A noz-moscada ralada na hora é um toque de chef que eleva o sabor a outro patamar, não skipa.
Pode fazer com batata cozida de ontem, cortada em rodelas. Em meia hora você tem um prato cremoso, gratinado e que resolve o jantar. Funciona sempre.
Uau, quanta coisa, né? A batata realmente não tem limites. Das mais tradicionais às mais inventivas, sempre tem uma que se encaixa no seu dia. Qual dessas você nunca tinha pensado em fazer? A de doce ou a rocambole me pegou de surpresa. Se aventurar em alguma, volta aqui para contar como foi a experiência, adoro saber o que vocês estão fazendo nas cozinhas por aí. Bom proveito!
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