Depois de dominar o Mjadra, o universo é vasto. Separamos mais 23 preparos que vão desde o pão de cada dia até festas e versões vegetarianas. Escolha sua próxima aventura.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei algumas delas e outras eu gostei da técnica e fui juntando aqui ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original.
2º. Pão Sírio: o começo de tudo
autor: Amo Pão Caseiro
Fazer pão sírio caseiro é um daqueles passos que parece mágica. Você coloca a bolinha de massa no forno quente e ela simplesmente infla, formando aquelabolsa perfeita. A primeira vez que deu certo aqui em casa, foi uma comemoração. O segredo está no forno bem quente e na massa não muito grossa.
Depois de pronto, ele congela muito bem. É a base para tudo: você pode rechear, usar para mergulhar em pastas ou só comer quentinho com azeite e za'atar. Vira um vício, aviso logo.
3º. Shawarma: o fast food que é uma refeição completa
autor: Eduardo Perrone
Já pensou em ter aquele sanduíche de rua, mas feito em casa com a carne que você escolheu? O shawarma é isso. A chave, descobri depois de algumas tentativas, é a marinada longa. Deixa a carne (pode ser frango, carneiro ou até boi) de um dia para o outro naquela mistura de iogurte e especiarias. Ela fica incrivelmente macia e saborosa.
Montar é a parte divertida. Pão sírio aquecido, a carne fatiada, palitos de batata frita, picles, aquela saladinha de tomate e pepino, e o molho de alho ou tahine. Cada mordida é uma explosão de texturas. Perfeito para um jantar descontraído que impressiona.
Enquanto o shawarma é feito em um espeto vertical, o kebab geralmente vai na churrasqueira ou grelha, em espetinhos. A textura é diferente, fica mais tostadinha por fora. E o molho de iogurte com pepino e hortelã aqui não é opcional, é obrigatório. Ele corta a gordura da carne e refresca tudo.
É uma ótima pedida para um fim de semana com amigos, todo mundo em volta da grelha. Serve direto no espeto ou você pode desfiar e colocar no pão, estilo street food mesmo.
Homus caseiro é outra coisa. A cremosidade e o sabor do tahine fresco não têm comparação com o de pote. A dica de ouro é cozinhar o grão de bico até ele ficar bem macio, quase desmanchando, e usar o líquido do cozimento para bater no lugar da água. Fica ultra cremoso.
Além de ser o aperitivo clássico com pão sírio, ele é um recheio fantástico para sanduíches e, como o vídeo bem lembra, um excelente recheio para canapés quando você quer algo diferente e vegano. Versátil e sempre bem-vindo.
Se você acha que não gosta de berinjela, talvez não tenha provado uma babaganuche bem feita. O segredo é assar a berinjela até a casca ficar completamente preta e a polpa ficar mole. Isso dá um sabor defumado incrível. Depois é só raspar a polpa, misturar com tahine, limão e alho.
Fica uma pasta cremosa, densa e cheia de personalidade. É menos suave que o homus, tem mais caráter. Perfeita para quem gosta de sabores profundos.
Falar de homus e babaganuche sem falar do tahine é impossível. Essa pasta de gergelim é o que dá corpo e aquele sabor único às pastas. Comprar pronto é fácil, mas fazer em casa tem um gosto especial e você controla a textura. O processo é simples: torrar o gergelim e bater no processador com um pouco de óleo até virar uma pasta.
Fica mais aromático. E dura bastante na geladeira. Depois que você tem um pote de tahine caseiro, abre um mundo de possibilidades, doces e salgadas.
A grande verdade sobre o falafel é que ele precisa ser feito com grão de bico cru, demolhado, não cozido. Essa é a diferença entre um falafel que gruda e desmancha e um que fica soltinho e crocante por dentro. Bater a massa no processador até ficar bem fininha também é crucial.
Frito na temperatura certa, fica dourado e irresistível. Dentro de um pão sírio com homus, saladinha e molho, vira uma refeição fantástica. Até a Daiane, que era cética, virou fã.
Tabule não é só uma salada com trigo, é uma lição de textura e frescor. O trigo para quibe (o triguilho) fica de molho só para hidratar, não cozinhar. Aí vem a chuva de salsa e hortelã, muito mais ervas do que grãos. O tomate, a cebola, o limão espremido na hora.
É a entrada perfeita antes de um prato mais robusto. Limpa o paladar e acorda os sentidos. E fica ainda melhor depois de uma hora na geladeira, quando os sabores se misturam.
Imagina um molho de tomate apimentado, bem temperado, com ovos pochê cozinhando direto nele. É isso. O shakshuka é a definição de prato simples e genial. Perfeito para um café da manhã reforçado, um almoço rápido ou um jantar sem complicação.
A graça é servir direto na panela, com pão sírio para mergulhar na gema e no molho. Dá para incrementar com queijo feta ou espinafre. É daquelas receitas que você faz uma vez e repete sempre.
A kafta é aquela receita que faz todo mundo no churrasco perguntar "o que é isso?" e depois pedir mais. A carne moída temperada com cebola, salsa e aquelas especiarias típicas, modelada no espeto, fica suculenta e cheia de sabor. Diferente de uma carne moída comum.
Vai bem com arroz, com salada, dentro do pão sírio como um sanduíche. É versátil e infalível. Uma ótima porta de entrada para os sabores árabes em um formato que o brasileiro já ama.
Para fechar uma refeição com chave de ouro, o ataif. É uma massa de panqueca meio fermentada, bem fofinha, que é recheada (geralmente com nozes ou creme) e depois frita ou assada. A finalização com calda de açúcar ou mel e pistaches é obrigatória.
Parece trabalhoso, mas o passo a passo é tranquilo. E o resultado é um doce não muito enjoativo, equilibrado, que impressiona pela apresentação e pelo sabor. Vale cada minuto.
Se você é do time que ama um molho picante com personalidade, a muhamra é para você. Feita com pimentão vermelho assado, nozes, pão ralado e especiarias, ela é cremosa, levemente adocicada pela pimenta e com um toque de ardido. Não é um fogo insano, é um calor que se desenvolve.
É um acompanhamento espetacular para carnes grelhadas, peixes ou simplesmente para passar no pão. Dá um up em qualquer prato simples.
O que eu mais gosto na fatuche é o contraste. Folhas verdes, vegetais frescos, e aí vem o toque genial: pedacinhos de pão sírio tostado (ou frito) que vão na hora de servir. Eles dão uma crocância incrível que se mistura com o molhinho ácido de limão e sumac.
É uma salada que tem corpo, que não é só um acompanhamento tímido. Ela quase rouba a cena. Perfeita para os dias quentes.
Aviso desde já: esse cuscuz é diferente do nosso cuscuz de milho nordestino. Ele é feito de sêmola de trigo, tem grãos maiores e soltinhos. A preparação é por vapor, o que deixa uma textura leve e fofa. Depois é só soltar com um garfo e misturar com legumes, temperos, frutas secas… o que a criatividade mandar.
Pode ser servido quente ou frio, como salada ou como acompanhamento. É uma base neutra que absorve todos os sabores que você colocar junto.
A coalhada seca, ou labneh, é um daqueles ingredientes que parecem sofisticados mas são absurdamente simples de fazer. É só iogurte natural coado por várias horas (ou de um dia para o outro). A soro sai, e o que sobra é uma pasta grossa, cremosa e ácida.
Você tempera com azeite, sal, pimenta e ervas. Fica divino no café da manhã com pão, ou como um dip para legumes. É mais barato que comprar pronto e o sabor é mil vezes melhor.
Makluba significa "virado" ou "de cabeça para baixo". E a apresentação é a grande graça do prato. Você cozinha tudo em uma panela só: primeiro a carne (geralmente frango ou cordeiro), depois legumes como berinjela e couve-flor, e por fim o arroz. Depois de pronto, desenforma em um prato grande, e a camada de carne e legumes fica por cima, linda.
É um prato para ocasiões especiais, para alimentar uma família grande. O sabor é rico e reconfortante. Vale todo o ritual.
Essa é uma receita que atravessou oceanos e se adaptou perfeitamente ao Brasil. O recheio de carne moída com arroz é familiar, mas os temperos (hortelã, allspice) dão o toque especial. O trabalho de desfolhar e branquear o repolho é recompensado com uma porção linda e saborosa.
É daqueles pratos que rendem bastante e ficam ainda melhores no dia seguinte. Confort food pura.
A versão com folhas de uva em conserva é a mais tradicional. As folhas têm uma acidez única que corta o recheio de arroz e carne (ou apenas arroz, para versões vegetarianas). Enrolar é terapêutico, mas requer um pouco de prática para não rasgar.
Ficam pequenos, delicados e muito saborosos. Servidos frios ou em temperatura ambiente, são um aperitivo ou entrada de primeira.
Aprendi que a massa da esfiha aberta de verdade é mais fina e crocante nas bordas do que a que estamos acostumados em algumas lanchonetes. E o segredo do recheio de carne é a cebola bem picadinha e espremida para tirar o excesso de água, senão a massa fica encharcada.
Fazer em casa é um evento. A massa caseira faz toda a diferença. E a variedade é grande: carne temperada, queijo, espinafre. É impossível fazer pouca.
Para apreciadores de pratos ousados, o kibe cru é uma experiência sensorial. A carne de primeira moída na hora, o trigo hidratado, a cebola, a hortelã fresca, tudo muito gelado. A textura é única, o sabor é puro e intenso.
É essencial usar uma carne de confiança e de boa qualidade, e servir bem fresquinho, com azeite de oliva e folhas de hortelã por cima. Um prato que celebra a simplicidade e a qualidade dos ingredientes.
Para um dia a dia mais prático, o kibe assado é perfeito. Você modela em uma assadeira, como se fosse uma torta salgada, e leva ao forno. Fica dourado, menos gorduroso e rende muito. A textura interna fica bem parecida com a do kibe frito, só que mais leve.
É ótimo para servir fatiado, com uma salada e iogurte. Ótima opção para quem quer o sabor do kibe sem a fritura.
Tem hora que só o tradicional resolve. O kibe frito, crocante por fora e úmido por dentro, com aquele formato característico, é imbatível. A dica para não estourar na fritura é realmente selar bem as pontas, molhando os dedos com água para modelar.
Serve como petisco, entrada ou até prato principal. Com limão espremido por cima, é uma delícia atemporal. De vez em quando, tudo bem, né?
Essa versão é uma prova de que a culinária árabe é cheia de recursos. A berinjela cozida e temperada substitui a carne, criando uma massa que lembra muito a textura do kibe tradicional. Os temperos, como a hortelã e a pimenta síria, mantêm a identidade do prato.
Pode ser assado ou frito, fica uma delícia. É uma ótima opção para incluir todo mundo na mesa, vegetarianos ou não. Surpreende pelo sabor.
Ufa, quanta coisa boa, né? Desde o pão que abre a refeição até os doces que a fecham, cada receita tem sua história e seu lugar. Qual dessas você tem mais curiosidade de tentar primeiro? Ou você já tem um prato árabe de estimação aí na sua casa? Conta pra gente nos comentários, adoro saber o que vocês estão preparando!
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