Você já comeu um bolo que parecia ter sido feito por alguém que realmente gostava de você? Esse aqui é um desses.
Frutas cristalizadas não são só decoração. Elas são o contraponto perfeito: doce, mas não pesado, crocante sem ser duro, com um sabor que não grita, só convida. A gente costuma achar que elas são coisa de Natal, mas na verdade, são só de quem sabe esperar o ponto certo.
Já usei passas secas por engano uma vez. Ficou tipo bolo de fruta seca com cara de remédio. Depois disso, aprendi: as frutas precisam de um banho morno antes de entrar na massa. Só assim soltam o açúcar, o aroma, e não deixam o bolo com aquela textura de borracha.
A manteiga derretida no leite com canela e cravo? Isso é o segredo que ninguém conta. Não é sofisticação. É cuidado. E quando a cobertura escorre devagar, cobrindo cada canto, você entende por que isso não é só sobremesa. É carinho em forma de massa.
Faça. Espere o forno fazer o seu trabalho. E se der certo, me conta nos comentários. Se der errado também. Eu já fiz pior. E ainda como.
Receita de Bolo de Frutas Cristalizadas Tradicional: Saiba Como Fazer
Rendimento
8 fatias
Preparação
1 hora e 30 minutos
Dificuldade
Fácil
Referência de Medida: Xícara de 240ml
Ingredientes
0 de 22 marcados
Do bolo
Da cobertura
Todos os ingredientes são fáceis de encontrar. As frutas cristalizadas podem variar, use as que mais gosta, desde que não estejam muito duras. E olha, já comprei um pacote vencido sem perceber… ficou doce demais, quase um caramelo duro. Evite isso.
Progresso salvo automaticamente
Informação Nutricional
Porção: 120g (1/8 do bolo)
Nutriente
Por Porção
% VD*
Calorias
385 kcal
19%
Carboidratos Totais
62.5g
21%
Fibra Dietética
3.2g
13%
Açúcares
42.8g
86%
Proteínas
6.8g
14%
Gorduras Totais
12.4g
16%
Saturadas
6.2g
31%
Trans
0.3g
-
Colesterol
85mg
28%
Sódio
180mg
8%
Potássio
285mg
6%
Cálcio
65mg
5%
Ferro
1.8mg
10%
*% Valores Diários baseados em uma dieta de 2.000 kcal (FDA)
Etiquetas Dietéticas
Vegetariano: Sem ingredientes de origem animal
Alto em Fibras: Frutas e nozes contribuem
Rico em Vitaminas: Frutas diversificadas
Energia Rápida: Carboidratos de absorção média
Alertas & Alérgenos
Alto teor de açúcar – Diabéticos devem consumir com moderação
Gorduras saturadas – 31% do VD por porção
Contém glúten (farinha de trigo) e lactose (leite, manteiga)
Insight: As frutas cristalizadas e nozes aumentam o valor nutricional, oferecendo fibras e micronutrientes ausentes em bolos simples
Fonte: Calculado manualmente via Tabela TACO Unicamp; valores aproximados – não substitui consulta profissional.
Passe a farinha de trigo, o sal e o fermento químico para uma tigela grande. Mexa bem com um fouet ou garfo. Reserve.
Em outra tigela, coloque as passas, damascos, cranberries e nozes. Pique as nozes se estiverem em pedaços grandes. Reserve.
Lave as maçãs, retire o miolo e pique em cubinhos pequenos, não pode ser muito grosso, senão elas soltam muita água e o bolo afunda no meio. Junte às frutas secas.
Misture as frutas com a mistura seca da primeira tigela. Isso ajuda a espalhar tudo uniformemente na massa e evita que afundem no fundo. Fiz diferente uma vez, só jogando por cima… resultado? Um bolo com todas as frutas grudadas no fundo. Não foi bonito.
Aqueça o leite com a manteiga, a canela em pó e o cravo em pó numa panela pequena. Mexa devagar até a manteiga derreter completamente. Desligue antes de ferver, não precisa ferver mesmo, só aquecer bem.
Numa batedeira ou com um batedor de mão, adicione os ovos e o açúcar. Misture por uns 60 segundos, até clarear um pouco. Nada de exagerar aqui, senão você incorpora ar demais e o bolo cresce e desanda.
Adicione o leite morno à mistura de ovos e açúcar. Mexa até que o açúcar dissolva por completo, dá pra sentir no toque, aquela textura grudenta some.
Incorpore essa mistura úmida aos poucos ao bowl das frutas e farinhas. Misture com uma espátula, delicadamente, em movimentos de baixo para cima. Pare assim que homogeneizar. Massa muito mexida vira borracha, e ninguém merece isso.
Unte uma forma de buraco no meio com manteiga e polvilhe farinha. Eu uso aquela forma antiga, meio batida, mas funciona. Despeje a massa com cuidado.
Nivele a superfície com a espátula. Assim assa uniforme, sem aquele lado alto que parece ter crescido a pressa.
Pré-aqueça o forno a 180°C. Leve o bolo para assar por cerca de 45 minutos. Faça o teste do palito depois dos 40, se sair limpo ou com poucas migalhas, tá pronto.
Deixe descansar na forma por uns 10 minutos antes de desenformar. Se tentar tirar ainda quente, ele quebra. Já perdi um inteiro assim. Vale a pena esperar.
Da cobertura
Coloque o açúcar de confeiteiro num bowl pequeno. Vá adicionando leite, colher por colher, até obter uma calda cremosa, mas que escorre devagar. Tem que ser no ponto certo, nem fina demais, nem grossa como pasta de dente.
Misture bem até ficar lisa. Se quiser, pode passar no micro-ondas por 15 segundos pra ajudar a derreter qualquer grumo. Mas atenção: não esquente demais, senão ela racha na hora de espalhar.
Com o bolo ainda morno, não frio, nem quente demais, espalhe a cobertura por cima. Ela vai escorrer levemente pelas laterais, cobrindo tudo. É nesse momento que dá aquela sensação de “pronto, agora virou festa”.
Por cima, acrescente castanhas cristalizadas, passas, cranberries ou nozes, se quiser. Decora e ainda dá crocância extra. Daiane sempre diz que é melhor deixar um espaço vazio no centro pra colocar uma fruta fresca, tipo uma cereja. Tentei, funcionou legal.
Deixe a cobertura secar um pouco antes de cortar. Uns 15 minutos já bastam. Depois, é só servir.
Esse bolo tem um jeitinho de casa de domingo. Nada muito sofisticado, mas cheio de camadas, tanto na textura quanto no sabor. As frutas cristalizadas dão um contraste bom com a massa macia, e a cobertura branca com pedacinhos coloridos faz todo mundo parar pra olhar antes de cortar. Já fiz com outras combinações: uva-passa preta, amêndoas torradas… tudo funciona, desde que você não exagere na quantidade.
Faz tempo que não cozinho pensando só em mim. Quando faço esse bolo, sempre tem alguém na porta, sentado à mesa, esperando a primeira fatia. Acho que é isso que importa. Se você fizer, me conta aqui nos comentários como foi, se o forno pegou bem, se a cobertura escorreu, se alguém comeu duas fatias. Quero saber. E se errar? Tanto faz. Errei mais vezes do que acertei. O importante é que a mesa esteja posta.
Quanto tempo dura esse bolo? (e como guardar sem estragar)
Esse bolo de frutas cristalizadas é daqueles que melhoram com o tempo - sério! Em temperatura ambiente e bem embalado, dura até 5 dias. Se quiser estender, pode refrigerar por até 10 dias (mas eu prefiro comer nos primeiros 3 dias, quando está no ponto perfeito). Dica da Daiane: cortamos em fatias e congelamos separadas em saquinhos. Quando bate a vontade, é só descongelar 30 segundos no micro-ondas. Quase tão bom quanto fresco!
Calorias? Sim, mas vale cada uma!
Cada fatia tem aproximadamente 385 calorias (confira a tabela nutricional completa abaixo da lista de ingredientes). É um bolo denso e nutritivo por causa das frutas e nozes. Se quiser reduzir, troque o açúcar por eritritol e use leite desnatado - mas eu confesso que prefiro a versão original nas ocasiões especiais.
Sem um ingrediente? Bora improvisar!
• Farinha sem glúten: mistura de arroz + polvilho doce (fica ótimo) • Vegano: banana amassada no lugar dos ovos + manteiga vegetal
• Sem damasco: usa só passas ou tâmara picada • Açúcar mascavo no lugar do refinado dá um sabor mais caramelizado
• Já testei com abacaxi cristalizado e ficou surpreendente!
Os 3 pecados capitais desse bolo (e como evitar)
1. Bolo cru no meio: acontece se assar em forno muito quente. Faça o teste do palito e, se precisar, baixe para 160° nos últimos 15 minutos. 2. Frutas afundadas: misture elas com 1 colher de farinha antes de adicionar à massa. Fica tudo distribuído certinho. 3. Cobertura muito líquida: vai pingando tudo. O segredo é adicionar leite colher por colher até ficar estilo "pasta". Se passar do ponto, joga mais açúcar.
Truques que ninguém conta (mas fazem diferença)
• Umedeça as frutas secas em chá de canela por 10 minutos antes de usar. Fica incrível! • Coloque 1 colher de sopa de rum ou conhaque na massa - o sabor fica complexo e adulto.
• Forma de furo no meio? Enfia uma cenoura crua descascada no centro antes de assar. Retira depois e o bolo cozinha por igual. • Cansado de farinhar a forma? Usa papel manteiga. Nunca mais gruda.
O que servir com esse bolo? (combinações matadoras)
• Café espresso forte (o amargo corta a doçura) • Queijo minas frescal ou brie levemente aquecido
• Sorvete de baunilha caseiro (derretendo por cima... hmm) • Chá preto com essência de bergamota (tipo Earl Grey)
• Na ceia de Natal, combina perfeitamente com espumante demi-sec!
Versão "maluca" que todo mundo pede
Bolo de frutas COM CHOCOLATE: substitui 1/4 da farinha por cacau em pó 100% e acrescenta gotas de chocolate meio amargo. As frutas cristalizadas ficam incríveis com o contraste do amargo. Essa versão virou hit nas reuniões de família aqui em casa!
A parte mais chatinha (e como facilitar)
Cortar todas as frutas e nozes pode ser trabalhoso. Meu atalho: compro a mistura pronta de frutas cristalizadas para panetone (tem em mercados grandes) e só complemento com as maçãs frescas. E atenção na hora de incorporar os ingredientes secos com os líquidos - misture só até sumir os farelos, senão o bolo fica borrachudo.
Sobrou bolo? Transforma!
• Pudim de bolo: esfarela, mistura com ovos batidos e leite, leva ao forno em banho-maria • Torradas francesas: passa fatias em ovos batidos com canela e frita na manteiga
• Crumble: assa pedaços com aveia e mel até ficar crocante (ótimo sobre sorvete) • Bolo "revivido": esquenta no microondas com uma colher de água por 20 segundos
Modo chef Michelin (com um toque simples)
Pincela as fatias com calda de açúcar quente (só açúcar e água) antes de servir. Dá um brilho lindo e realça os sabores. Outro truque: serve com um quenelle de creme de mascarpone batido com raspas de laranja. Parece de restaurante chique, mas é facílimo!
De onde vem essa receita?
Esse bolo tem DNA português (herança dos nossos colonizadores), mas cada região do Brasil adaptou. No Nordeste, colocam mais coco; no Sul, vinho no lugar do leite. A versão com cobertura é mais "paulistana" mesmo - aqui adoramos um glacê! Curiosidade: antigamente, as frutas cristalizadas eram usadas para conservar as frutas da safra por mais tempo.
2 segredos que ninguém fala
1. O bolo fica melhor no dia seguinte porque os sabores "se casam". Resistir à tentação de comer quente é difícil, mas vale a pena. 2. Se colocar uma batata doce crua dentro do pote onde guarda o bolo, ele fica úmido por mais tempo. Truque da vovó que funciona!
Perguntas que sempre me fazem
Pode congelar? Pode! Até 3 meses. Descongela na geladeira por 8h. Sem cobertura fica bom? Fica, mas perde um pouco da graça. Se não quiser fazer glacê, pincela com mel. Posso usar frutas frescas? Até pode, mas o bolo fica mais úmido e dura menos. Prefiro a versão tradicional. Por que meu bolo não cresce? Fermento vencido ou misturou demais a massa. Na dúvida, compra fermento novo!
Se TUDO der errado... (modo sobrevivência)
• Bolo quebrou? Vira base de trifle (camadas com creme e frutas) • Queimou embaixo? Rala a parte preta e disfarça com a cobertura
• Ficou seco? Esquenta leite com canela e pincela até absorver • Desandou completamente? Transforma em "bolo de pote": esfarela, mistura com doce de leite e monta em camadas. Ninguém vai perceber o desastre!
Já errei pra caramba (aprendi na marra)
Uma vez esqueci o fermento. Virou um tijolo doce que até o cachorro recusou. Outra vez, exagerei no cravo e o bolo ficou com gosto de remédio. Moral da história: respeitem as pitadas, gente! Ah, e nunca, NUNCA substituam a manteiga por margarina. Fica um negócio triste.
O que mais combina com esse sabor?
Experimenta: • Texturas: crocante de nozes com o macio do bolo
• Temperos: cardamomo ou anis estrelado junto com a canela • Contrastes: uma pitadinha de sal grosso por cima da cobertura
• Temperatura: servir levemente aquecido com sorvete de creme O segredo está no equilíbrio entre doce, ácido e especiarias!
E aí, bora fazer?
Esse bolo é daqueles que enchem a casa de cheiro gostoso e lembranças boas. Conta aqui nos comentários como ficou o seu! Tirou foto? Marca a gente no @sabornamesaoficial pra gente ver seu resultado. E se tiver seu próprio truque, compartilha aí - sempre aprendo coisas novas com vocês!
Se tem uma coisa que eu adoro é explorar variações de bolo - e olha que já fiz cada coisa na cozinha que até me surpreendo. Depois desse bolo com frutas cristalizadas (que é pura nostalgia de infância, lembra aquelas tardes preguiçosas de domingo?), bora falar de outras receitas que valem a pena. Primeiro, não pode faltar o clássico bolo simples fofinho - meu coringa pra quando a visita chega de surpresa e eu preciso impressionar em 30 minutos!
Mas se você quer algo diferente, já experimentou o bolo de milharina com queijo? Parece esquisito, mas juro que é viciante. E pra quem gosta de texturas, o bolo molhadinho é aquela tentação que derrete na boca - lá em casa sempre some em 5 minutos!
Ah, e não posso deixar de mencionar o bolo de nata, que parece sofisticado mas é mais fácil do que parece. Já fez algum desses? Se não, tá perdendo tempo - a cozinha tá esperando!
Combinações que vão fazer seu bolo com frutas cristalizadas brilhar ainda mais
Depois de preparar essa sobremesa deliciosa, nada melhor do que montar uma refeição completa que harmonize com ela. Aqui vão algumas sugestões que a Dai e eu adoramos - e que sempre fazem sucesso quando recebemos amigos!
E aí, qual combinação você vai testar primeiro? Aqui em casa já temos nossa favorita (não vou contar qual é, senão a Dai acha que tô dando spoiler!). Conta pra gente nos comentários se alguma dessas sugestões fez sucesso aí na sua casa também!
Aproveite para conhecer outras versões igualmente saborosas.
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou.Crédito total aos criadores originais, links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.
2º. Bolo Inglês
Autor: Mallu Hessel
Se você acha que bolo inglês é só pra Natal, eu já fui assim. Achei que era pesado, só pra festa. Até que uma manhã de domingo, com o café ainda quente e o Titan dormindo nos pés, decidi fazer só pra mim. E descobri que o segredo não é a manteiga, é a paciência. Deixar a massa descansar 20 minutos antes de assar? Isso faz toda a diferença. O bolo fica úmido por dentro, com um sabor que não te obriga a comer rápido. É o tipo de coisa que você come em silêncio, só pra não perder o cheiro.
E se quiser ir além, tente substituir metade do açúcar por mel de flor de laranjeira. Não é mais saudável, é mais bonito. E o sabor? É como se o bolo estivesse sorrindo.
3º. Com calda
Autor: Delícias da Thatha
Calda de açúcar e limão parece simples, mas quase todo mundo erra na temperatura. Se você despeja quente no bolo ainda quente, ele afunda. Se esfria demais, ela não penetra. O jeito certo? Espere o bolo sair do forno, espere 10 minutos, e só então, com uma colher, faça furos por toda a superfície. Aí, devagar, despeje a calda. Ela vai descer como se tivesse sido convidada. E não precisa de muito, uma xícara cheia já basta. Menos é mais, e o limão? Ele não é pra deixar azedo. É pra lembrar que o doce também pode ter alma.
Se quiser, regue com um fio de rum. Só um fio. Aí você entende por que isso não é só sobremesa. É memória.
Creme de leite na massa? Eu duvidei. Até que um dia, na tentativa de salvar um bolo que tinha secado, misturei um pouco de creme na massa ainda quente. E funcionou. Não virou pudim, não virou torta. Virou algo entre os dois. Macio, mas com estrutura. E o melhor: não precisa de manteiga. O creme traz a cremosidade sozinho. Acho que é por isso que alguns dizem que o bolo de creme é o mais carinhoso. Ele não grita. Ele acolhe.
Dica: use o creme de leite fresco, não o de caixinha. A diferença é como ouvir um violino em um concerto ou em um celular. Um é vida. O outro, só som.
Essência de panetone? Pensei que fosse exagero. Mas aí eu vi uma vovó, não a minha, mas uma que eu vi no mercado, colocar uma pitada de sal na massa com essência. Fiquei curioso. Experimentei. E descobri que o sal não é pra realçar o doce. É pra deixar o doce mais verdadeiro. Como se a essência fosse um sonho, e o sal, o que te acorda. E a baunilha? Ela não é só cheiro. É o cheiro de infância. O de quando a cozinha era o único lugar onde o mundo parecia seguro.
Se quiser tentar, use essência natural, não artificial. E não exagere. Uma colher de chá já é muito. O resto? É o silêncio.
Castanha do pará não é só nutriente. É contraste. Ela não é doce como as frutas cristalizadas. É terrosa, quase amarga, mas com um gosto de floresta. Quando você a tosta levemente e pica grosso, ela dá um crunch que o bolo precisa. Não pra ser crocante. Pra ser humano. A gente quer um bolo que lembre de algo. E a castanha? Ela lembra de quem cuidou da terra antes de nós.
Se quiser, use metade da quantidade da receita. Ela não precisa gritar. Só precisa estar lá. Como um abraço silencioso.
Clara em neve? Eu já bati até virar manteiga. Depois disso, aprendi: não é só bater. É esperar. E não confiar no tempo. Confie na textura. Quando a clara está pronta, ela não escorre da batedeira. Ela se sustenta. E se você puder peneirar a farinha três vezes? Faça. Não é exagero. É carinho. O bolo fofinho não nasce da receita. Nasce da atenção. E se você esquecer de peneirar? Ele vai ficar bom. Mas não vai ser esse tipo de bom que te faz fechar os olhos e sorrir sem saber por quê.
Passas são o erro que eu cometi. No começo, achei que eram só um jeito barato de fazer bolo doce. Até que uma vez, em vez de frutas cristalizadas, usei passas que eu tinha deixado de molho em chá de camomila. Não foi só macio. Foi como se o bolo tivesse respirado. O chá deu um sabor de calma. E as passas? Elas não soltaram açúcar. Soltaram memória. Acho que é por isso que algumas pessoas dizem que bolo com passa é o mais triste. Não é. É o mais sincero.
Se quiser tentar, deixe as passas de molho por 12 horas. Não em água. Em chá morno. E se não tiver chá? Use suco de laranja. Só um pouco. O suficiente pra lembrar que o doce também pode ser suave.
Quem disse que bolo sem glúten e sem lactose é pra quem tem restrição? É pra quem quer sentir o que é realmente doce. Nessa versão, o rum não é só aroma. É o que dá corpo. E o amido de milho? Não é substituto. É parceiro. O bolo fica leve, mas não frágil. E se você pensar que é “bolo de dieta”, está errado. É bolo de coragem. De quem não quer abrir mão do sabor só porque o corpo pede outra coisa.
Se quiser, experimente trocar o rum por essência de baunilha com um fio de mel. Aí você entende que o sabor não precisa de trigo pra ser verdadeiro.
Farinha de arroz é a que eu uso quando não tenho trigo. Mas não é só por necessidade. É por escolha. Ela tem um sabor neutro, mas com uma textura que parece quase sedosa. E o segredo? Misture com uma colher de fécula de batata. Isso evita que fique empoeirado. E não esqueça: o bolo com farinha de arroz não cresce como o de trigo. Ele se expande. Como se tivesse tempo. E quando você corta? Ele não desmancha. Ele se rende. E aí, você entende que não é falta de glúten. É outra forma de carinho.
Se quiser, regue com uma calda de maracujá. Só uma colher. Aí você descobre que o sabor doce pode ser ácido e ainda assim ser doce.
Maçã e canela? Parece óbvio. Mas a maçã não é só um ingrediente. É um tempo. Ela solta água devagar, e a canela? Ela não é só cheiro. É o que faz o bolo respirar. Eu já usei canela em pó, e o sabor foi apagado. Depois, comprei a canela em pau, esfarelei na hora, e coloquei na massa. O cheiro subiu como se a cozinha tivesse sido abraçada. E o bolo? Ele não foi só assado. Foi acolhido.
Se quiser, use maçãs verdes. Elas não são doces. São ácidas. E isso equilibra tudo. O doce não precisa ser só doce. Às vezes, ele precisa de um pouco de dor pra ser verdadeiro.
E aí, qual delas você vai preparar primeiro? Talvez nenhuma. Talvez todas. Porque o bolo não é só para comer. É para lembrar. Para acalmar. Para dizer que, mesmo quando o mundo tá louco, a cozinha ainda pode ser um lugar de calma. Se criar alguma dessas, me conta: foi o que você esperava? Ou foi algo que você nem sabia que estava precisando?
O cozinheiro apaixonado que transforma cada prato em memória.
Rafael não é um chef de restaurante estrelado, mas tem o dom de transformar cada prato em uma verdadeira obra de arte, cheia de sabores e histórias. Apaixonado por gastronomia desde sempre, já mergulhou em cursos de churrasco, confeitaria e até cozinha italiana, francesa e brasileira, só para garantir que nenhum tempero fique sem seu toque especial. Em casa, é o rei do fogão: seja no almoço de domingo com a família ou nas festas onde todo mundo já sabe que quem manda na cozinha é ele. Há 10 anos casado com a Daiane, descobriu que cozinhar juntos é tão gostoso quanto comer, e transformou a mesa num lugar sagrado, onde cada refeição vira motivo pra celebrar.
Inspirado por mestres da culinária como Jamie Oliver e chefs premiados em restaurantes como o D.O.M. de Alex Atala, Rafael aplica técnicas refinadas e sempre busca atualizar suas receitas com o que há de melhor nas cozinhas do mundo. Se tem alguém que conhece os sabores do Brasil e do mundo, é ele. Já desbravou os melhores restaurantes, do Figueira Rubaiyat em São Paulo ao Terraço Itália, sem falar nas experiências internacionais que inspiram suas receitas. Mas, no fim do dia, seu maior orgulho é ver o sorriso da família ao provar um prato feito com carinho. Quer ver dicas, descobertas e muito sabor no dia a dia?
Está no lugar certo, aqui no sabor na mesa, trago todas as receitas que testei, gostei e reuni durante toda a minha vida.
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