Feijão tropeiro de todo jeito: do tradicional às versões que vão te surpreender
Nota de Transparência
As receitas e vídeos abaixo não foram criados por mim (Rafael Gonçalves). Eu avaliei, testei em casa e adaptei cada uma delas ao longo de anos. Apenas indico o que realmente funcionou. Crédito total aos criadores originais — links mantidos por respeito. Se quiser, clique nas fontes para ver a receita original e minha versão testada.
2º. Sabor do Nordeste na panela
Autor: OrbTV
O feijão fradinho faz toda diferença nessa versão, ele tem uma textura mais firme que segura o caldo sem desmanchar. A primeira vez que usei fradinho quase errei a mão no tempo de cozimento, ele demora um pouco mais que o carioca, então precisa de mais paciência.
O coentro fresco é o que dá identidade ao prato, mas se você não curte muito o sabor forte, coloca menos. Eu mesmo demorei pra me acostumar, agora não vivo sem. E a pimenta calabresa não é só pra arder, ela dá profundidade ao sabor, então não pule essa etapa.
3º. Dupla imbatível com arroz carreteiro
Autor: Chef José Luiz
Essa combinação é daquelas que enche a cozinha de cheiro bom. Fiz num almoço de família e todo mundo ficou impressionado, parece que você trouxe um restaurante mineiro pra casa. O arroz carreteiro com charque complementa perfeitamente o tropeiro, são dois clássicos que se entendem muito bem.
Dica importante: prepara o arroz primeiro porque ele mantém o calor por mais tempo. O feijão tropeiro é mais rápido de fazer, então deixa por último. E nao mistura os dois na mesma panela, cada um tem sua personalidade.
A couve foi uma adição que eu resisti no começo, achava que ia deixar o prato com cara de feijoada. Mas nossa, que engano, ela dá um contraste incrível, tanto na cor quanto no sabor. Aquele verde vivo contra o marrom do feijão fica lindo na panela.
Corta a couve em tiras bem finas e joga só no final, pra ficar crocante. Se cozinhar demais, perde a graça. E aproveita os talos também, picadinhos bem miudinhos, eles têm um sabor levemente adocicado que combina demais.
Tenho um primo vegano que sempre reclamava de ficar de fora quando fazia tropeiro. Até eu testar essa versão com tofu, ele ficou emocionado de finalmente poder comer. O segredo está em temperar bem o tofu e dourar até ficar crocante, assim ele simula o bacon.
Marina o tofu no limão e temperos por pelo menos meia hora antes de preparar. E usa farinha de mandioca torrada na hora, que dá aquela crocância que o prato tradicional tem. Funciona melhor do que eu imaginava, juro.
O feijão fradinho é meu preferido para tropeiro porque ele não vira pasta, cada grão fica inteiro e soltinho. Demorei pra aprender a cozinhar ele direito, sempre ou ficava duro ou muito mole. O ponto certo é quando você aperta e ele amassa facilmente, mas ainda mantém o formato.
Não usa panela de pressão para o fradinho, ele libera muita espuma e pode entupir a válvula. Cozinha em fogo baixo por mais tempo, vale a pena esperar. E joga uma colher de óleo na água do cozimento, reduz a espuma.
Essa combinação parece estranha até você experimentar. O cuscuz absorve o caldo do feijão e fica com uma textura incrível, nem mole, nem seco. Servi numa reunião de amigos e todo mundo pediu a receita, ninguém acreditava que dava certo.
Faz o cuscuz separado e mistura na hora de servir, senão ele vira uma massa compacta. E usa o cuscuz de milho tradicional, não o flocão fino, segura melhor a umidade sem desmanchar.
O caldo de tempero de feijoada é o segredo aqui, ele já vem com todos os sabores que você precisa, então economiza tempo. Mas cuidado com o sal, esses caldos prontos costumam ser bem salgados. Experimenta antes de botar mais.
O pimentão dá um dulçor natural que equilibra a salgadez do charque. Corta em cubos pequenos para distribuir bem pelo prato. E se não encontrar charque, carne seca dessalgada funciona quase igual.
Essa versão é ótima para quem acha o tropeiro tradicional pesado demais. O feijão roxo tem um sabor mais suave e a pimenta de bode, se conseguir encontrar, dá um toque especial sem arder muito. A Daiane prefere essa porque não sente aquela gordura do bacon depois.
O torresmo aqui é opcional, mas se for usar, faz em casa e deixa bem sequinho. O de pacote fica mole rápido e perde a graça. E a manteiga no final é o que faz diferença, dá um brilho e cremosidade incríveis.
Trocando a farinha de mandioca pela de milho, o prato ganha um sabor levemente adocicado que combina demais com a linguiça. Fica parecendo uma farofa úmida, mas com todos os outros ingredientes do tropeiro. É uma variação simples que muda completamente a experiência.
Torra a farinha de milho na panela antes de misturar, assim ela não forma grumos e fica mais perfumada. E vai colocando aos poucos, mexendo sempre, porque ela absorve líquido diferente da farinha de mandioca.
Feijão tropeiro com feijão de corda é praticamente duas receitas em uma, perfeito para quando você quer impressionar. A banana prata parece estranha, mas ela carameliza e dá um contraste doce-salgado que funciona surpreendentemente bem.
Corta a banana em rodelas grossas e dourar rapidamente na manteiga antes de adicionar. E não mexe muito depois que colocar, senão desmancha toda. É aquele ingrediente que todo mundo pergunta "o que é isso?" na primeira garfada.
O feijão preto dá um caráter totalmente diferente ao prato, fica mais encorpado, quase como uma feijoada leve. A linguiça fresca (não a defumada) é essencial aqui, ela solta uma gordura que une todos os sabores.
Se o feijão preto ficar muito escuro, espreme umas gotas de limão na água do cozimento, clareia um pouco e realça o sabor. E nao esquece de deixar o feijão de molho na véspera, ele é mais duro que os outros.
E ai, qual dessas vai testar primeiro? Confesso que a versão com fradinho é minha favorita no dia a dia, mas a dupla com arroz carreteiro é imbatível para receber visitas. Se tentar alguma, volta aqui pra me contar como ficou, adoro saber das experiências de vocês com essas variações regionais!
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